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Jesus no Barça? Banana para o Verdão.
Enquanto o técnico Cuca diz que ainda é cedo para uma transferência e o Gabriel Jesus mostra sinais de que gostaria de ir agora para o Barcelona, o Palmeiras festeja a volta do Leandro Banana.

O atacante foi vendido para o futebol belga no ano passado, na época em que o presidente Paulo Nobre, enlouquecido pela falta de bons resultados, só pensava em comprar novos jogadores. Com as contratações do Barrios e do Alecsandro, a diretoria acabou renegando o Leandro Pereira, artilheiro da Série B pelo Chapecoense, o que – convenhamos – não foi tarefa fácil.
Agora, sem o paraguaio que vive machucado, sem o Alecgol suspenso pelo doping e com a ida certa do Jesus para a Olimpíada, o Palmeiras foi buscar o Banana, tarefa que – convenhamos – foi fácil porque o atacante não marcou nenhum gol pelo Brugge.
Foram tantas as negociações em dois anos que ninguém se lembrou de informar ao Cuca que o passe do Leandro Pereira pertence aos belgas. Por isso o técnico acabou dizendo numa entrevista que o atacante estava voltando de um empréstimo.
Essa história de jogador emprestado deve mesmo deixar a diretoria palmeirense meio perdida. Do elenco de 70 jogadores, 27 estão em outros times, incluindo os empréstimos mais recentes (Leandro Almeida no Internacional e Mouche no América Mineiro). Todos – menos o menino Jesus – voltarão em dezembro para pegar o seu panetone.
Mais um tiro no pé. Outro?
Eu escrevi três vezes sobre o Tite por achar que ele é a única esperança de tirar o futebol brasileiro do 6º lugar nas Eliminatórias e do 7º lugar no ranking da FIFA, posição ocupada depois do vexame na Copa. Hoje mudamos de assunto e vamos para o nosso segundo tiro no pé: a Olimpíada do Rio.
Quando o PT defendeu com unhas e dentes sediar a Copa e a Olimpíada, esqueceu – ou premeditou – que haveria roubalheira e vários Estados faliram antes de os primeiros estádios ficarem prontos. A intenção (esse foi o discurso) era fazer publicidade dupla do nosso próspero país.
Se a Copa não foi um grande desastre em termos de imagem (os 7 a 1 são outra coisa), a Olimpíada está jogando o Brasil na lama, o que nós estamos até acostumados depois de Mariana. O pior: com a maior cara de pau, o governo peemedebista do Rio fez a chantagem autorizada e está levantando mais dinheiro para outros desvios.
Claro que na Olimpíada alguns problemas não serão percebidos, como aconteceu no Pan, em 2007, quando a cidade do Rio foi toda maquiada e virou praça de guerra com tanques pelas ruas. Mas a gente sabe que as despesas (e propinas) de 10 anos atrás ainda estão sendo pagas e que a Olimpíada é um evento muito mais caro.
O baixinho Romário, hoje senador, sentiu na pele a incompetência dos organizadores do Pan. Na época, ele comprou uma porção de apartamentos na Vila que hospedou os atletas e os prédios acabaram interditados por muito tempo por causa de problemas estruturais.
Torço para que os turistas resistam aos assaltos, arrastões, doenças e balas perdidas. Esses seres desavisados não estão acostumados a viver num país que vive dando tiros no próprio pé.
Deus deve ter pensado: “Me engana que Eu gosto”
Tite assumiu oficialmente o cargo de técnico da seleção e todos começaram a rasgar elogios ao novo treinador, como se o futuro do nosso futebol dependesse só dele.
Também acho que o Tite é o melhor técnico, aliás, o único, mas talvez influenciado pelo abraço que ele deu no presidente Del Nero eu confesso a minha decepção depois da sua primeira entrevista na CBF.
O discurso foi comum, desinteressante e frio. Parecia que o novo técnico estava querendo enrolar todo mundo. E ele ainda veio com palavras decoradas que o povão e os jogadores nunca vão entender.
Quando o Tite disse que traz para o futebol transparência, democratização, excelência e modernidade eu achei bonito, mas logo me veio à cabeça o Cláudio Coutinho, que depois aprendeu a falar a língua do povo e acabou morrendo afogado quando estava se tornando um bom técnico de futebol.
Eu acredito na classificação do Brasil sob o comando do gaúcho Adenor Bacchi que, repito, é honesto, trabalhador, estudioso e bom técnico. O problema é que nem tudo depende dele e muitas derrotas virão porque a geração de jogadores brasileiros é fraca demais.
Na minha juventude eu ouvia o meu pai dizer que Deus era brasileiro. Acho que Ele mudou de nacionalidade ao perceber que os craques sumiram e ao ver tantos desmandos no nosso futebol. E o pior aconteceu nesta segunda-feira: quando o presidente da CBF entregou ao Tite a camisa da seleção com o nome da mãe, Ele deve ter comentado com os seus santos assessores que o técnico ficou mesmo amigo do diabo.
Conversa mole pra boi dormir
O Tite recebeu uma merecida homenagem do Corinthians e a sua apresentação como novo técnico da seleção acontecerá no início desta semana. A CBF justificou o atraso do anúncio oficial com a conversa fiada de que as negociações demoraram por causa de uma diferença financeira.
Isso é bobagem porque a CBF sempre teve dinheiro sobrando (os presidentes das federações que o digam) e tudo não passa de um teatrinho para que a galera da CPI do futebol fique com a impressão de que a entidade aplica direito o seu dinheiro.
Nessa encenação toda, a CBF alegou que o Dunga ganhava 612 mil reais (mentira porque a rescisão foi superior a 4 milhões) e avisou que só poderia gastar os 800 mil que pagava para toda a comissão técnica. Como o Dunga ganhava mais do que o anunciado, também é mentira que estavam sobrando 200 mil.
Agora, a CBF resolveu anunciar que arrumou 280 mil a mais do que tinha planejado. Outra mentira. Se o Tite ganhar perto do que a entidade tinha como teto, eu pergunto: como é que os sete auxiliares vão dividir 280 mil reais? O Edu Gaspar, por exemplo, o ex-gerente de futebol do Corinthians e agora chefe da comissão técnica, nunca iria trabalhar por uma ninharia.
Alguém pode estar assustado com os altos salários. A explicação é simples: o presidente Del Nero anda cada vez mais acuado e precisa do Tite neste momento delicado. Ele sabe que, daqui para frente, quanto menos o nome dele for lembrado é melhor.
Alguém quer apostar que depois da apresentação do Tite o presidente da CBF vai tirar a sua terceira licença?
O pacto com o diabo
Todo mundo sabe que a Globo morre de medo diante da possibilidade de o Brasil ficar fora da Copa, o que causaria um prejuízo devastador, mas foi constrangedor a emissora elogiar o Dunga depois da desclassificação e, no dia seguinte, pedir cabeça dele no Jornal Nacional.
Como a Globo é sempre parceira dos presidentes da CBF, o Del Nero demitiu o Dunga em menos de 15 minutos. O silêncio do ex-técnico da Seleção pode ser explicado pelo tamanho da multa. Pouca gente sabe que a CBF rasga dinheiro quando demite os seus técnicos. O Felipão, por exemplo, levou mais de 4 milhões depois dos 7 a 1.
Deixando de lado Globo e CBF, vamos nos concentrar no novo técnico da Seleção. O Tite é sério, honesto, competente e deve classificar o Brasil nas Eliminatórias, mas a verdade é que ele fez um pacto com o diabo e um dia vai pagar por isso. Ninguém sai na chuva sem se molhar.
Antes do Mano Menezes, o Muricy foi coerente ao dizer um sonoro não na cara do Ricardo Teixeira. O Tite não teve a mesma coragem. Para satisfazer a sua vaidade profissional ele deletou da cabeça o manifesto que assinou em dezembro exigindo a saída do Del Nero.
Por mais que o novo técnico tente explicar, essa pergunta vai acompanhá-lo o tempo todo, a não ser que ele tenha sido avisado por alguém que o diabo será preso nos próximos dias.
Ah! Quase esqueci. Que o Tite sempre lembre que o Del Nero é um dirigente vingativo e que ele nunca esquecerá o manifesto.
O festeiro, o melhor do mundo e o charlatão.
Enquanto Neymar ficou se divertindo em baladas americanas e o Luis Suárez decidiu ter chilique no banco de reservas do Uruguai, o terceiro componente do trio mágico do Barcelona acabou se transformando na maior atração da Copa América.
Voltando de contusão em Chicago, Messi entrou no segundo tempo do jogo com o Panamá, marcou três gols e tapou a boca do babaca do Maradona, que no dia anterior tinha dito que ele não tem personalidade.
Contra a Bolívia, em Seatle, ele também entrou no segundo tempo e acabou protagonizando um momento não muito comum na sua carreira. Cansado de ser caçado em campo, o melhor do mundo deu uma de argentino ao encarar o boliviano Campos como se estivesse querendo brigar.
A grande verdade é que o Messi se reencontrou com a sua seleção e também está tapando a boca de boa parte da torcida argentina que sempre o acusou de jogar melhor no Barcelona.
Tapadas de boca à parte, não dá para esquecer a palhaçada do Suárez contra a Venezuela, na desclassificação do Uruguai. Quando supostamente ele queria jogar e ouviu o não da comissão técnica, deu soco na divisória, arrancou o colete e falou mil palavrões.
Tudo não passou de uma farsa do “dentuço mordedor”. Por ter sido relacionado no banco e não no jogo, Suárez não poderia entrar em campo. No dia seguinte, o charlatão disse aos repórteres que sabia da sua impossibilidade de jogar.
Fica Dunga! Fica Dunga!
Eu acho que o Dunga deveria ficar nos Estados Unidos vendo a fase final da Copa América e aprendendo a profissão de técnico de futebol. Ele tem muito a aprender com o argentino Gareca, que saiu escorraçado do Palmeiras e não imaginava dar a volta por cima justamente contra a seleção brasileira.
Imitando o Faustão, a gente estava Gareca de saber que o Dunga se daria mal.
O Gareca acertou na sua substituição, enquanto o Dunga errou feio ao trocar o Gabigol pelo insuportável Hulk. O pior: não fez outras alterações e – como sempre acontece – depois do gol peruano ficou inerte e emburrado à beira do campo.
O gol do Ruidíaz foi com a mão, é claro, mas o erro da arbitragem acabou sendo um castigo merecido para o futebol ruim da seleção brasileira na Copa América.
Sobre a desclassificação do Brasil, acabo de receber um e-mail do meu filho Julian. Transcrevo um trecho:
Com ex-presidente da CBF preso, presidente atual escondido, local de treinamento sem banheiro, falta de organização, Ronaldo e Casagrande dizendo que o Brasil jogou bem e Neymar escolhendo jogar a Olimpíada, a seleção é apenas o reflexo de tudo isso.
Eu assino embaixo. Só discordo de o Neymar ter escolhido a Olimpíada. Eu acho que foi o Dunga quem decidiu porque sonha em conquistar a medalha olímpica. O problema é saber se o “presidente que só se esconde” vai mantê-lo no cargo.
Vocês sabem o salário do Dunga?
James Marcelin joga no futebol americano desde 2010 e defende a sua seleção há mais de 10 anos. Foi ele quem marcou o gol haitiano no jogo em que o Brasil goleou o fraco e primário time do Haiti.
Apesar do gol histórico, pela foto dá para ver que nem houve comemoração. Aos repórteres, Marcelin disse que naquele momento veio à sua cabeça o dia em que ele e a família sobreviveram no terremoto de 2010 que matou mais de 100 mil haitianos.
Com esse gol, Marcelin fez a felicidade de milhões de haitianos, enquanto os 7 gols do Brasil lá em Orlando não trouxeram tanta alegria aqui no Brasil, apesar dos gritos histéricos e desnecessários dos nossos narradores.
Os brasileiros não se iludiram com a goleada e só fizeram piadinhas com os 7 a 1. Enquanto isso, depois do jogo, Dunga disse que a seleção foi muito bem. Deu vontade de estar na coletiva e perguntar para o técnico se qualquer time da Série C não golearia os haitianos.
No sofrido Haiti de guerras civis e terremotos, a maior parte dos 10 milhões de habitantes gosta de futebol, mas em meio a tanta pobreza os torcedores reclamam do salário do técnico francês Patrice Neveau, que recebe 18 mil euros por mês, o equivalente a 70 mil reais.
Segundo o site Finance Football, Dunga ganha perto de 850 mil reais por mês (225 mil euros). Nem é tanto dinheiro se for comparado aos salários dos jogadores que ele comanda, mas os haitianos iam ficar assustados e começariam a achar que 7 a 1 foi muito pouco.
Só a goleada interessa, querido.
O Dunga precisa estar bem mais ligado e inspirado contra o fraco Haiti porque agora só a vitória interessa. Ou melhor, só a goleada interessa.
Na estreia na Copa América ele torceu e reclamou bastante à beira do campo, ficou o tempo todo olhando o jogo, mas não enxergou nada. Cometeu tantos erros que só Deus sabe (ou melhor, só o bandeirinha sabe) como é que o Brasil não saiu derrotado.
Não que eu seja fã dos laterais brasileiros, mas no Rose Bowl o nosso técnico nem percebeu que o Daniel Alves e o Filipe Luís ficaram espremidos, um pelo Willian e o outro pelo Philippe Coutinho. Tão espremidos que os dois Felipes bateram cabeça literalmente. Foi um lance quase tão patético como o frango do Alisson.
Continuo não entendendo o descaso pelo meio de campo da Seleção. Contra o Equador, o Casemiro não comprometeu, mas o Renato Augusto foi burocrático e o Elias mostrou toda a sua limitação quando resolveu atacar e perdeu o gol por não ter pé esquerdo. Ficou evidente que o time precisa de um dos dois Lucas e/ou do Ganso.
Quem viu a vitória do moderno México sobre o envelhecido Uruguai pode atestar o bom futebol do time mexicano, que é orientado pelo colombiano Juan Carlos Osório que comandou recentemente o São Paulo e que sabe fazer o que o Dunga não sabe: substituição.
Substituir com acerto é o nosso maior problema. Só temos o Tite pronto e o Cuca em formação. Não é à toa que 6 dos 16 técnicos da Copa América são argentinos.
Nana neném, que o Cuca vem pegar
Na minha carreira como jornalista esportivo eu acompanhei o trabalho de grandes técnicos do futebol brasileiro. Dos que eu convivi mais tempo, Brandão e Telê foram os melhores. Conheci menos o Luxemburgo, mas o suficiente para perceber que a jogatina atrapalhou a sua carreira.
Apesar de ter tanto nome eu nunca gostei muito do Felipão. Quando penso nele e no Muricy lembro do Palmeiras caindo para a Série B. Também não acompanhei de perto o Zagallo, mas reconheço o seu mérito. O Parreira? Nunca gostei. Ele sempre me cheirou ditadura.
Da nova safra eu destaco o Tite. Deu um show nas substituições contra o Coritiba. Deverá ser o próximo técnico da Seleção.
O Dunga é melhor do que o Mano Menezes, mas também não vê o jogo. Na estreia da Copa América, falhou demais nas substituições.
Eu não gosto de algumas atitudes do Cuca. No episódio da escuta de rádio ele foi mal, virou um trapaceiro. Mas preciso elogiar o nó que ele deu no Levir Culpi (jogou com um zagueiro contra o Fluminense) e a aula de futebol dada para o Zé Ricardo, o técnico novato do Flamengo. Hoje, o Palmeiras surpreende na escalação e no campo.
Vocês já repararam como o Cuca tem cara de menino mimado?
Pouca gente sabe que o nome do Cuca é Alexi e que ele era muito travesso na sua infância, em Curitiba. A mãe sempre ameaçava chamar o delegado da cidade, de nome Cuca, e o pequeno Alexi parava a bagunça e dormia. O apelido ficou até hoje.