Meu ídolo Juca escreve num jornal que não respeita o leitor.

Postado em

jucaEu admiro muito o jornalista Juca Kfouri, o único que sempre combateu a corrupção no nosso futebol. Pouca gente sabe que ele começou esse seu trabalho corajoso há quase 40 anos, quando era editor da revista Placar e denunciou a máfia da Loteria Esportiva.

O extraordinário Juca também escreve sobre outros assuntos, como aconteceu recentemente no seu comentário na Folha de S. Paulo sobre o início da Paraolimpíada. Ele criticou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que estariam competindo para ver quem destrói primeiro a democracia brasileira. Segundo o colunista, foram absurdas as agressões no Largo da Batata, onde ele mesmo viu os policiais batendo covardemente nos manifestantes como se quisessem produzir mais atletas para as futuras paraolimpíadas.

Da mesma forma que eu admiro as posições do Juca, constatei que o jornal onde ele escreve (e onde eu trabalhei nos anos 70) passa por um momento ruim da sua história. Tudo bem que o jornalismo impresso vive pressionado por uma internet avassaladora, mas a Folha anda esquecendo um dos princípios básicos do Jornalismo: o da informação.

Na edição de terça-feira, no espaço reservado ao Esporte, o jornal dedicou uma página para o futebol internacional, meia página para a volta do cavaleiro Rodrigo Pessoa e uma página e meia para a Paraolimpíada. Campeonato Brasileiro? Nada. Nenhuma linha sobre os times paulistas e sobre a contusão do Gabriel Jesus. Nem a vitória do Fluminense sobre o Atlético Mineiro a Folha informou, lembrando que o jogo terminou antes das 10 e o jornal fechou a sua edição à 1h03 da madrugada.

Eu só não cancelo a assinatura porque adoro ler a coluna do Juca.

Um comentário em “Meu ídolo Juca escreve num jornal que não respeita o leitor.

    Moisés de Souza Lima disse:
    15 de setembro de 2016 às 20:58

    Coincidentemente vivemos o mesmo dilema, do gosto pelo jornalista e pela ojeriza do meio que ele usa (Folha de São Paulo). No meu caso cito ainda que aprecio as colunas do Tostão. Não consegui continuar compactuando com um meio da imprensa decadente, tendencioso e golpista. Infelizmente cancelei uma assinatura de 28 anos. Foi dolorido, mas foi necessário.

    Curtir

Deixar mensagem para Moisés de Souza Lima Cancelar resposta