Alguém lembra dos R$ 40 bilhões gastos na Olimpíada de 2016?

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A foto acima, verdadeiro retrato do esporte brasileiro, mostra o atleta Darlan Romani, quarto colocado no arremesso de peso, treinando para os Jogos Olímpicos num terreno baldio ao lado de sua casa, em Bragança Paulista.

Enquanto isso, nossa imprensa festeja com exageros as 21 medalhas conquistadas no Japão, deixando de mencionar que esse recorde aconteceu em função das estreias do surfe e do skate, esportes que nos renderam quatro pódios.

E, sem tirar o mérito da Rebeca, a verdade é que ela não teria sido ouro e prata na ginástica se a americana Simone Biles estivesse competindo.

Apesar do papelão da CBF no caso dos agasalhos, a medalha de ouro do futebol deve ser comemorada, mas todo mundo sabe que a nossa seleção vive num patamar bem diferente. Só o salário do Daniel Alves é maior do que a verba de muitas modalidades que nos representaram nesta Olimpíada.

No Japão, regredimos bastante no judô, no vôlei de quadra e, principalmente, no vôlei de praia. Perdemos força na vela, estagnamos na natação e continuamos mal no atletismo, onde o Alison dos Santos foi um herói ao conquistar o bronze depois de tanto esforço e superação.

É triste constatar que o esporte brasileiro não tirou proveito nenhum da caríssima Olimpíada do Rio.

Todes vocês são muito chatos

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Durante o regime militar, quando eu tinha meus 20 anos, Chico Anysio fazia sucesso com seus personagens gays, o Seu Peru nos divertia, o Costinha indecente fazia todos rirem, Dercy Gonçalves era desbocada e todas as piadas do Ary Toledo tinham duplo sentido.

Hoje, nesse mundo chato e complicado, nenhum deles (aqui sim está certo) existiria porque o patrulhamento dos que defendem o gênero neutro faria o linchamento virtual de todos, ou de “todes”, como reza o novo Museu da Língua Portuguesa. Parece brincadeira.

Quando não existia o tal de LGBTQIA+, a gente cantava no carnaval “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?” ou “O teu cabelo não nega mulata” e os envolvidos não reclamavam, ao contrário, gostavam das marchinhas.

Por isso, aqui vai o meu recado aos trans e não-binários: como vocês são a grande minoria, não fiquem tentando resolver os seus problemas impondo regras para toda a sociedade.

E mais: não consigo debater esse maldito “todes” com quem não entende que a identidade de gênero não é ideologia e, muito menos, tem a ver com a orientação sexual.

Tenho dites.

O abraço que derrubou a tese de muita gente

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Essa imagem e a declaração do técnico Scaloni de que o Neymar é o segundo melhor do mundo, plantaram no resto do mundo a dúvida se a final da Eurocopa foi mesmo mais importante do que a decisão da Copa América.

O futebol em Wembley foi superior, mas acho que no Maracanã também estavam alguns dos melhores jogadores do mundo e o jogo só não foi melhor porque os argentinos abusaram de jogadas violentas, especialmente contra Neymar. O coitado apanhou o jogo inteiro e, no fim, desabou num choro para alguns demagógico, para mim o resultado de muita pressão emocional.

O leitor percebeu que a defesa do Brasil não deu pontapés? Nenhum defensor brasileiro rasgou o calção do Messi e nem marcou o argentino de forma violenta. Nesse aspecto, fomos mais civilizados e o nosso futebol – repito – não apareceu porque a Argentina bateu demais.

Enfim, o abraço entre Neymar e Messi selou a grande amizade e, de certa forma, derrubou a tese de muita gente que torceu pela Argentina misturando futebol com política. Nosso país realmente está uma merda, mas não é torcendo contra a seleção que a situação vai melhorar.

Coleção de fracassos

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Rogério Ceni disputou 1.237 jogos pelo São Paulo, marcou 131 gols, foi campeão do mundo e se transformou – com méritos – no maior ídolo da história do clube. Disso ninguém tem dúvida.

Como técnico, a história é diferente. Ele não deu certo no São Paulo, depois se deu mal no Cruzeiro e agora foi demitido no Flamengo. Ceni só foi bem no Fortaleza.

Por mais que tenha se esforçado, ele não conseguiu ser unanimidade no time carioca. Teve até um bom aproveitamento e ganhou títulos, mas não soube administrar o elenco com tantas estrelas. Seu maior pecado foi sempre passar a imagem de antipático e presunçoso.

A gota d’água para a decisão do Flamengo foi o áudio vazado do analista de mercado do clube, Roberto Drummond, demitido depois de dizer que o treinador era uma “pessoa ruim”.

Sinal que o ambiente não era dos melhores.

Foi feia e traiçoeira a demissão publicada durante a madrugada nas redes sociais do Flamengo, como também foi feia e traiçoeira a segunda saída do Ceni no Fortaleza, que o acolheu de braços abertos depois do fracasso no Cruzeiro.

Os deuses do futebol não perdoam.

Foi um manifesto pobrinho demais

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Todo mundo esperava uma posição firme da seleção brasileira, mas o Manifesto de Assunção foi frouxo, brando, pouco contundente e, na verdade, acabou sendo um pedido de desculpas pela ameaça de ninguém participar da Copa América.

O texto, escrito a dezoito mãos, se limitou a criticar a Conmebol e, em nenhum momento, foi citado o meio milhão de mortos causados pela pandemia.

Lembrando que a Colômbia recebeu a Argentina, pelas Eliminatórias, com 10 mil torcedores no estádio de Barranquilla. Sinal que os colombianos controlaram a Covid-19 e que jogaram o pepino na mão dos brasileiros.

No texto, os jogadores enfatizaram que a posição não tem cunho político e que, em nenhum momento, eles pensaram em não vestir a camisa da seleção. Desculpa esfarrapada. Em 2019, a comemoração do título dessa mesma Copa América aconteceu junto com o presidente Bolsonaro (foto).

O manifesto tem a cara do Tite, que sempre jogou dos dois lados.

Dizem que o Bolsonaro pediu a cabeça do nosso treinador, mas o Caboclo saiu de cena escorraçado antes de atender o pedido. Agora, o presidente precisa esperar um tropeço da seleção e dar outra investida, desta vez, junto ao Antonio Carlos Nunes de Lima, o coronel trapalhão que comanda a CBF.

Esse portuga é muito nervosinho. Parece um galinho de briga

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Não sou daqueles que falam mal do técnico depois da derrota ou do título perdido. Por isso, aproveito a certa calmaria depois da eliminação em um torneio que o Palmeiras não dava importância, para analisar o trabalho do Abel Ferreira.

Não gosto desse jeito explosivo do português. No domingo, ele partiu feito um maluco para cima do Liziero, mesmo sabendo que o sãopaulino não tinha atingido o Rony com violência. Foi na sua frente.

Como os comandados vão manter a calma se o comandante é o mais pilhado?

O Abel precisava fazer alterações no intervalo, mas nunca poderia ter tirado o Felipe Melo, que é o equilíbrio do time. Dizer que o seu jogador poderia estar abalado com o desvio no primeiro gol do São Paulo é besteira porque o volante tem, só de futebol, duas vezes tempo de carreira do treinador.

Apostar nos jovens Patrick e Danilo no momento mais nervoso do jogo foi outro erro, como foi errado colocar na lateral-direita o Menino, outro inexperiente, deslocando o limitado Mayke para armar o jogo.

O técnico Abel também demorou para colocar Scarpa em campo. Deveria ter feito isso no intervalo. O Palmeiras precisava de alguém que chutasse ao gol, como fez o sãopaulino Luan. O chute dele desviou no Felipe Melo e começou a dar o título ao São Paulo. Título mais do que merecido.

Hoje, no futebol, técnico tem o assistente do assistente

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As comissões técnicas no futebol viraram cabides de emprego. Os técnicos têm assistentes pra tudo. A gente só percebe isso quando sai um quebra pau, como no jogo Palmeiras e Defensa y Justicia (foto).

Eu não consigo entender para que serve tanta estatística. Quem vai entrar numa substituição fica ouvindo o assistente ler no caderninho tudo o que ele precisa fazer. O jogador faz cara de quem está entendendo porque é obrigado a participar do “futebol ciência”.

Parece aquela história em que o Garrincha, durante a preleção antes de um jogo da Copa de 1958, teria dito ao técnico Feola: “Mas professor, vocês combinaram tudo com os russos”?

Lembrei disso quando vi o técnico Abel agachado no gramado com uma porção de botões em cima de um campinho de futebol. Baseado no que os seus assistentes informaram, ele estava mostrando como o Palmeiras devia sair jogando pela direita para vencer na prorrogação.

No primeiro ataque do Defensa, pelo outro lado, o esquema dos botões desmorou como se fossem pedrinhas de dominó enfileiradas. E os jogadores esqueceram tudo o que tinha sido combinado.

Não seria melhor treinar incansavelmente a cobrança de pênaltis?

Meu Deus! Onde vamos parar?

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Muito se falou na época do Lula que o Brasil tinha sido entregue nas mãos de um ignorante, incapaz de governar. Aos trancos e barrancos, o petista montou a sua equipe e até que fez um bom primeiro governo antes de mergulhar na corrupção.

No governo atual é um desastre. A falta de preparo é de arrepiar, desde a ministra da goiabeira ao ex-ministro da Educação, aquele que escreveu “imprecionante” em um memorando, passando pelo atual secretário da Cultura que, no outro dia, digitou “assesso” no seu Twitter.

As bobagens do chanceler que se demitiu e o recente gesto de supremacia branca do assessor presidencial reforçaram ainda mais a imagem negativa do Brasil no Exterior. Que vergonha.

Bolsonaro troca ministros, secretários, assessores, xinga a imprensa, faz o diabo e, cada vez mais, seus desatinos beiram o absurdo, principalmente quando o assunto é o combate à pandemia.

Pelo andar da carruagem, logo estaremos com 5 ou 6 mil mortos por dia e meio milhão de vítimas da Covid-19. E o presidente, arrogante e inconsequente, continua criticando o isolamento social. Se isso não é motivo para o impeachment, a Dilma tinha razão: ela realmente foi vítima de um golpe.

A volta do melhor futebol do mundo

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Neste início de abril, a Champions League vem sem Messi, sem Cristiano Ronaldo e agora sem Lewandowski, machucado, mas com jogos recheados de emoções nas quartas-de-final.

O City de Pep Guardiola lidera com folga a Premier League sem apresentar um futebol empolgante, enquanto o Borussia pode ser a surpresa com o gigante Halland disputando com Benzema, Mbappé e Levandowski a artilharia da temporada. Todos têm mais de 30 gols.

Mesmo sem o melhor do mundo, o Bayern tem tudo para repetir a conquista do título, mas o seu favoritismo pode esbarrar no PSG da dupla Mbappé/Neymar. É a reedição da final do ano passado. Jogo imperdível.

O Real do Zidane não tem mais aquela máquina de jogar futebol de temporadas anteriores, mas precisa ser respeitado. O Liverpool de Salah, Mané e Firmino leva uma certa vantagem, mesmo estando mal na Premier League. Esse jogo cheira prorrogação.

O Porto tem chances menores contra o Chelsea, que é o favorito mesmo sendo o quarto colocado no fortíssimo campeonato inglês que classificou três times para as finais da Champions.

PSG, Borussia, Liverpool e Chelsea são as minhas apostas.

Estamos nas mãos de um doido varrido

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A cada dia que passa o nosso presidente coleciona procedimentos que demonstram total falta de juízo. E agora ele deu para desdizer o que disse nos últimos meses. Em cadeia nacional de rádio e televisão, Bolsonaro falou que ele sempre foi a favor da vacinação. Três meses atrás, o maluco disse que nunca tomaria vacina nenhuma.

Depois de passar meses desautorizando os seus ministros da Saúde na compra das vacinas que estavam sendo testadas, e de o Brasil ficar em último lugar na fila dos laboratórios, agora o presidente veio com mais uma declaração eleitoreira ao dizer que até o final do ano nós teremos 500 milhões de doses.

Como se todo mundo fosse idiota, Bolsonaro passou meses provocando aglomerações sem nunca colocar máscara. Agora, ele deu para usar máscara em suas últimas aparições, certamente preocupado com a queda de sua popularidade neste momento da aparição do Lula no cenário eleitoral.

Quanto mais a imprensa coloca infectologistas falando que a cloroquina não tem comprovação científica contra a Covid-19, mais o presidente aparece com esse maldito remédio na mão. Agora, seu último desatino foi dizer numa rádio gaúcha que o povo devia fazer inalação com comprimidos de hidroxicloroquina dissolvidos.

Parem o mundo que eu quero descer.