Quem é o lobo mau?

Quando o assunto envolve Rússia, Ucrânia, EUA e Otan não adianta ficar procurando inocentes e culpados. Claro que o Putin passou a ser odiado no mundo inteiro, mas não pensem que o presidente Joe Biden é tão santinho.
A Rússia se tornou a vilã nessa história mal contada pelos americanos, que depois da II Guerra Mundial instalaram várias bases militares na Europa, mas não admitiram quando os russos colocaram seus mísseis em Cuba.
Depois que o Muro caiu, a dissolução da União Soviética foi o golpe que a Rússia nunca assimilou, tanto que o Putin procura uma saída para ficar menos vulnerável aos americanos. Nisso, é evidente, ele conta com o apoio da China.
Quem imagina que o perigo nuclear tenha terminado no acordo firmado entre o Bush pai e o soviético Gorbashev, em 1991, percebe agora que a guerra pode ficar bem menos fria depois de as duas potências terem se enfrentado tantas vezes, indiretamente, no Vietnã, no Afeganistão e nos países árabes.
A invasão da Ucrânia pelos russos criou essa onda imensa de refugiados, gente bonita e corada que é aceita de braços abertos na mesma Europa que sempre fechou os seus olhos para os imigrantes do norte da África. Que falsidade.
A corrida dos clubes brasileiros atrás da falência
Por mais que a liberação do público traga de volta arrecadações maiores, as grandes equipes dificilmente suportarão as despesas em 2022. É que a corrida desenfreada por reforços, especialmente os que vem de fora, está provocando uma alta perigosa nas finanças dos clubes.
Não bastasse a contratação de tantos “estrangeiros”, agora os times brasileiros resolveram gastar milhões com técnicos de fora. Abel Ferreira, Paulo Souza, El Turco, Vitor Pereira, Vojvoda, Bustos, Medina e suas enormes comissões técnicas inflacionaram ainda mais as folhas de pagamento já inchadas com dezenas de jogadores colombianos, equatorianos e argentinos.

Eu li esta semana que o Cavani pede R$ 4 milhões por mês para jogar na América do Sul. Se o Corinthians pagar metade disso ao uruguaio, ou seja, R$ 24 milhões por ano, o caos financeiro estará bem próximo.
Com Renato Augusto e Paulinho no meio – e um ataque com Willian, Cavani e Róger Guedes – o Corinthians pode até disputar o título brasileiro, mas precisa torcer muito para que o Lula seja eleito. Só ele conseguirá evitar que a Caixa tome o arena para recuperar o R$ 1 bilhão da construção do Itaquerão.
Se o Lula não for eleito, o Corinthians pode ser comprado por um oligarca russo.
Endeusaram demais o português

Sou palmeirense e ainda não consegui digerir a derrota. Eu sabia do poderio do Chelsea e que era preciso tomar cuidado. Mas achei errado jogar como time pequeno, na retranca, esperando um contra-ataque do Dudu.
O Abel achou que ia surpreender, só que o Chelsea não é o Atlético-MG e nem o Flamengo. No Paulistão, ele treinou bastante o Rony e o Scarpa na defesa. Só que o Chelsea não é o Novorizontino, o São Bernardo ou o Água Santa.
O pênalti bobo cometido pelo Thiago Silva deu sobrevida ao Palmeiras, que depois desmoronou com Jailson, Atuesta e Rafael Navarro. Para um time sem craques, é inadimissível jogar um Mundial com três “reforços” desconhecidos da torcida e que não foram testados em jogos importantes.
Essa história de punir jogadores por falta de comprometimento também é balela. Se fosse assim, o Mário Sérgio não seria contratado para que o Grêmio conquistasse o Mundial de 83. No sábado, o Patrick de Paula deveria ter entrado na prorrogação.
Abel errou feio ao tirar o Dudu e o Raphael Veiga, que não pediu para sair. Com essas substituições, o Chelsea dominou a prorrogação. Uma hora o gol ia sair.
Na verdade, o Palmeiras começou a perder o Mundial quando o Abel não deu o sinal verde para reformarem o contrato do Felipe Melo. O time ficou apático, sem craque, sem alma, sem líder.
Por que será que eu errei tanto?

Eu sempre me considerei uma pessoa bem informada, politizada. Participei bem de perto do movimento das Diretas e festejei, junto com tantos companheiros, o sagrado direito de votar.
Em 1989, empolgado com a carreira política do Lula e também para evitar que o Collor fosse eleito, votei no ex-metalúrgico. A Globo se meteu e deu o Collor.
Votei no Lula em 94 e 98 por achar que o Fernando Henrique Cardoso ia governar só para os ricos. Errei as duas vezes.
Em 2002, cansado de ver o Lula perder, votei no Serra. Deu o Lula.
Em 2006, arrisquei meu voto no bundão do Alckmin por achar que o governo do PT estava começando a roubar. Deu Lula de novo.
Depois de errar tanto, inventei de votar em branco e isso foi um desastre. O Brasil acabou sendo governado pelos incompetentes da Dilma, do Cunha e do Temer. A vaca foi de vez para o brejo.
Veio a eleição de 2018 e eu – inteligente – decidi votar no Coiso para evitar a volta do PT. Errei de novo.
Agora, graças a Deus, não preciso votar por causa da idade. É melhor. Chega de errar.
Passo o bastão para os meus filhos.
Moro tem chance de ser presidente?

Sérgio Moro vem aí como alternativa para as eleições de 2022 e muita gente já vestiu a carapuça após o seu primeiro pronunciamento na filiação ao Podemos.
O ex-juiz fez um discurso duro e ameaçou os privilégios dos políticos, além de mandar um recado ao presidente Bolsonaro ao dizer que os governantes não podem proteger os seus familiares e amigos.
Moro terá contra si a retaliação dos petistas e a máquina bolsonarista de fakes news. Mas a disputa deverá ser feroz porque alguns dos maiores partidos polìticos estão esperando as próximas pesquisas para darem o seu apoio ao ex-juiz. Se isso acontecer, ele terá um tempo considerável na propaganda eleitoral gratuita.
Muita gente acha que o Lula engolirá Bolsonaro e Moro nos debates, mas é quase certo que o Coiso se esquivará do encontro na Globo alegando que ele não entra na emissora.
Eu também acho que o Lula tem mais experiência em debates, mas é bom lembrar que o Moro estudou bastante os pecados do Molusco.
No debate da Band, um dos poucos que deve acontecer, o Coiso se defenderá com piadinhas sem graça e um monte de mentiras.
Resumindo, o circo está chegando.
O Lula se gabava de ser ignorante. E o Bolsonaro faz alarde de sua estupidez.

Quem tem um pouco mais de idade e sonhou a vida inteira com um Brasil melhor, não suportou tanta humilhação durante a reunião do G20.
Apoiado por uma comitiva truculenta como ele e que incentivou os seguranças a baterem nos repórteres brasileiros, Bolsonaro exorbitou em Roma. Jogou nosso país na lama com atitudes descabidas e mentiras de todos os tipos.
Desprezado por todos, Bolsonaro fechou com chave de ouro a sua vergonhosa viagem de turismo ao não participar da foto na Fontana Di Trevi, onde os líderes comemoraram o fim da reunião do G19.
Dá para entender a atitude dos outros presidentes. Bolsonaro é, para eles, o vizinho do andar de baixo que derruba as paredes do apartamento sem se importar com os avisos dos engenheiros de que o prédio pode desabar. Faz tempo que o mundo exige cuidados maiores com a Amazônia, uma das vigas-mestres do nosso planeta.
Eu sentia vergonha quando o Lula fazia papel de bobo da corte nessas reuniōes, mas desta vez foi bem pior. Bolsonaro se expôs ao ridículo e envergonhou o povo brasileiro fazendo o papel de um ditatorzinho despreparado.
Que tristeza.
E la nave va

Toda vez que a minha mulher lê uma notícia sobre os bilhões de reais que o governo joga na lata do lixo, ela me pergunta como pode o dinheiro do Brasil não acabar nunca. Essa pergunta a Luisa me faz desde os tempos do Lula, quando boa parte do nosso PIB foi desviado por corruptos de todos os tipos.
Eu sempre respondi que o Brasil anda sozinho, independente de quem esteja no poder. E que o dinheiro se multiplica por causa da riqueza do nosso país.
Nos dias de hoje, a família Bolsonaro anda fazendo de tudo para que o Brasil fique à deriva, como se fosse naufragar. Mas tudo aqui sempre se resolve, como o combate à pandemia num país sem Ministério da Saúde.
Nosso presidente é igual ao desastrado comandante do Cisne Branco, que esta semana colidiu com uma ponte de pedestres no Rio Guayas, em Guayaquil. Mal navegado, o veleiro brasileiro foi levado pela correnteza e não conseguiu passar pelo vão destinado aos navios.
Uma vergonha por se tratar de um barco-escola da Marinha Brasileira.
O choque foi forte, ao ponto de destruir parte da vela principal, como se vê na foto. A bandeira do Brasil ficou de cabeça para baixo, retrato perfeito do que anda acontecendo por aqui.
Isso parece mesmo um filme do Fellini.
Queiroga pode ter infectado a ONU inteira. É guerra?

O fascismo surgiu em terras italianas por volta de 1900. Nos anos seguintes, essa ideologia autoritária ganhou o seu esplendor em vários países europeus, especialmente na Itália de Benito Mussolini.
Quem viveu no início do século XX contou que o fascismo foi um movimento de direita extremamente perigoso. Quem festejou o fim da II Guerra Mundial, em 1945, transformou a palavra fascista em um termo pejorativo. E quem esteve na assembleia da ONU, no último final de semana, fez o nosso presidente neofascista virar piada internacional.
Com o Coiso nós voltamos no tempo. E viramos chacota no mundo inteiro. No seu discurso na ONU, Bolsonaro foi ridículo. Ele só não disse que tem sonhos bélicos, como um bom fascista, porque sabe que os tanques brasileiros soltam mais fumaça do que bombas.
No fim de semana, os representantes do mundo inteiro deram muita risada do nosso presidente, que – imediatamente – resolveu se vingar de todos eles. Sem a menor cerimônia, soltou na assembleia da ONU o seu ministro da Saúde infectado de Covid-19.
Que vergonha.
Pedro precisa ser convocado. Acorda Tite.

Sai na sexta-feira a lista dos convocados para a próxima fase das Eliminatórias e, se eu fosse o Tite, não me preocuparia com os que jogam no futebol inglês. Se os dirigentes da Premier League mantiverem a quarentena, a última convocação mostrou que o futebol brasileiro ainda oferece muitas opções.
Alisson e Ederson são muito bons, mas o Weverton vive grande momento e substituiu à altura os goleiros do Liverpool e do City.
Poucos notaram a ausência do Thiago Silva porque a seleção tem Lucas Veríssimo e o experiente Miranda, que podem compor a zaga com Marquinhos ou Militão.
Fred e Fabinho fizeram pouca falta porque no meio de campo o Tite tem Bruno Guimarães, Gerson, Edenilson, Everton Ribeiro e Paquetá, um monte de companheiros para o Casemiro.
No ataque, não precisamos do Firmino, do Gabriel Jesus e do Richarlison porque Gabigol, Matheus Cunha, Hulk e Vinícius Jr. podem jogar ao lado do Neymar. Só falta experimentar o Pedro.
Ele foi chamado pelo Jardine para a seleção olímpica, mas acabou dispensado quando o egoismo do Flamengo falou mais alto. Hoje, o Pedro é sem dúvida o melhor centroavante do futebol brasileiro e, na minha opinião, será o titular na Copa do Catar.
Ninguém mandou ficar amigo do Coiso

A mulher do Sérgio Reis disse que ele está deprimido por ter sido mal interpretado. “Ele foi induzido a falar o que disse, mas no fim todo mundo vaza e sobra pra ele, que é uma celebridade”.
Dona Angela, o seu marido está longe de ser uma celebridade.
Celebridade é uma coisa absurdamente maior, quase divina, o que não acontece com Sérgio Reis, que foi ídolo de muita gente na música brasileira, mas agora virou piada depois de dizer tantas bobagens.
Na vida moderna, Senna, Jordan, Pelé, Chaplin, Santos Dumont, Madonna, Luther King, Roberto Carlos, Princesa Diana, Lennon, Einstein são alguns exemplos dos notáveis que foram e são as verdadeiras celebridades.
É diferente de ser famoso. Celebridade tem muito a ver com unanimidade.
Elvis Presley, Elis Regina, Michael Jackson e Marilyn Monroe foram tão importantes que conseguiram manter o status de celebridade mesmo com os seus suicídios, o maior de todos os pecados.
Sérgio Reis foi ídolo de muita gente aqui no Brasil, mas não passa de uma pessoa famosa que deixou de ser unanimidade “ao almoçar com o Coiso”, como diz o meu amigo Luciano Borges.