Três boas notícias para a feliz torcida palmeirense.
A Câmara de Arbitragem da Fundação Getúlio Vargas deu ganho de causa ao Palmeiras na discussão sobre as cadeiras da arena. Baseados em interpretações diferentes do contrato assinado, clube e WTorre estavam brigando desde fevereiro de 2014.

A construtora achava que tinha direito a todas as cadeiras da arena que ela construiu e o Palmeiras alegava que o contrato previa apenas 10 mil. A decisão colocou um ponto final na discussão: a WTorre fica com 10 mil cadeiras e o Palmeiras pode comercializar o restante.
Não que Palmeiras e WTorre devam ficar brigando, até porque o contrato tem mais 25 anos de duração e os dois lados já venceram, mas o clube fez bem em bater o pé na discussão por estar em jogo o projeto do sócio-torcedor, o Avanti que rende R$ 30 milhões por ano.
A segunda boa notícia: Cuca declarou que é boato a história dele ter dito que pretende voltar ao futebol chinês. Não sei se isso é uma meia verdade, isto é, se o técnico achou melhor desmentir ele mesmo, mas isso não importa. O que vale para a torcida palmeirense é saber que o Cuca deverá comandar o time no ano que vem.
A terceira notícia: um dia eu escrevi que o Palmeiras poderia perder um bom dinheiro com o excesso de jogadores comprados pelo Paulo Nobre e isso não é verdade. Fui informado que o presidente acertou com o Conselho Deliberativo que ele será o responsável por qualquer prejuízo quando os jogadores que ele comprou forem negociados.
Enfim, dias de muito dinheiro, paz e felicidade no Verdão.
A margem de erro é de 2% ou 3% – para cima e para baixo.
Não queria ser chato, mas preciso perguntar mais uma vez: por que os nossos especialistas nunca acertam nada?
Foi assim em 1990, quando a Zélia anunciou o Plano Collor para espanto dos comentaristas econômicos; aconteceu recentemente, quando ninguém desconfiou que o ministro do Supremo iria rasgar a Constituição; e foi assim também nesta eleição, quando nenhum comentarista político acenou com a possibilidade de o João Dória ser eleito prefeito de São Paulo no primeiro turno.
Nossos especialistas foram atrás dos dois maiores institutos de pesquisa, que passaram a semana inteira divulgando porcentagens e simulações. Eu cansei de ouvir os apresentadores de telejornais dizerem que as pesquisas tinham a confiabilidade de 95%.
João Dória foi eleito com mais de 53% dos votos e o Datafolha errou em quase 10%. O Ibope foi um desastre: anunciou o Haddad em quarto e errou em mais de 18% na previsão de votos do João Dória.
Mesmo que muitos eleitores do Haddad, do Russomanno e da Marta tenham mudado de ideia no dia da votação, os institutos de pesquisa erraram feio. O susto foi menor, mas as diferenças bem maiores do que no famoso Efeito Erundina, em 1988. Naquela eleição, quando não existia o segundo turno, Luiza Erundina teve 33% dos votos, 9% a mais do que o Paulo Maluf líder nas pesquisas.
No último domingo, duas horas após o encerramento da votação, o apresentador Datena disse na Bandeirantes que o Datafolha estava anunciando a eleição do candidato do PSDB no primeiro turno. Depois de duas horas vendo na TV o Dória com mais de 52% dos votos, até meu neto de 5 anos teria feito essa previsão.
A CBF sempre acende uma vela a Deus e outra ao diabo.
No dia da apresentação da comissão técnica da Seleção, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, anunciou que o Tite teria o filho Matheus Bacchi como seu auxiliar.
Horas depois, surgiu a notícia de que o Matheus não poderia trabalhar com o pai, como eles vinham fazendo no Corinthians, porque uma semana antes o Comitê de Reformas do Futebol tinha aprovado um Código de Ética proibindo a contratação de parentes. Um amigo me contou que esse código foi criado a pedido do presidente Del Nero para evitar novas investidas do FBI.
Não tenho nada contra o Matheus, ao contrário, sei que ele é competente e que, antes de trabalhar com o pai, já tinha indicado o peruano Guerrero, autor do gol do mundial corintiano. Indicou também Renato Augusto, o titular da Seleção que foi o principal responsável pelo Brasileiro do Corinthians. Só isso já o credencia.

Enquanto os juristas ficaram estudando o Código de Ética da CBF, pai e filho começaram a trabalhar. Tite mandou o Matheus até a China monitorar os jogadores brasileiros que poderiam ser convocados nesta fase das Eliminatórias e o trabalho foi muito bem feito.
O que entristece é ver que nesses três meses ninguém na CBF fala mais nada sobre o assunto. Mas está resolvido: eu e a minha tristeza vamos nos convencer de que no Brasil isso é normal. Afinal, num país onde a Constituição foi rasgada no episódio do impeachment, claro que o Del Nero não ia respeitar um simples Código de Ética.
Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha! Que saudade.
Aqui vai o meu recado para os jovens: este senhor que vocês estão vendo na foto foi um cara cheio de vida, de bordões e de sonhos. Não fosse o acidente que matou suas palavras e tirou alguns dos seus movimentos, tenho certeza que neste momento de eleições o corajoso Osmar Santos estaria desafiando quem faz a gente de bobo.
Às vezes ele não media muito as palavras, mas foi justamente esse jeito irreverente e meio inconsequente que consagrou o Pai da Matéria quando ele desafiava os políticos corruptos nas suas transmissões de futebol ou na campanha das Diretas.
Em 1984, no primeiro comício do Colégio Eleitoral, em Goiânia, antes de anunciar o discurso do Tancredo Neves, o Osmar comandou 300 mil pessoas num coro fantástico contra o adversário na eleição: “Um, dois, três… Maluf no xadrez”.
Uma vez, durante uma transmissão na Rádio Globo, ao saber que o Paulo Maluf estava na escuta, Osmar provocou o repórter José Kalil, que sempre falava mal do prefeito. O Kalil não se fez de rogado e disse não se conformar que o pai tinha votado no ladrão do Maluf. O Osmar emendou: “Repete isso para o prefeito, ele está nos ouvindo”.
Na época, o Maluf era um dos poucos corruptos conhecidos, por isso acabou se transformando no alvo principal do Osmar. Imaginem o prato cheio que o Pai da Matéria teria nos dias de hoje.
Afinal, Pelé foi ou não foi o melhor de todos?
Em 1985 eu trabalhava na Rádio Record, onde o seu fundador chegava todas as manhãs como se estivesse supervisionando o trabalho na emissora. Com seus 84 anos, Paulo Machado de Carvalho vinha arrastando os chinelos pelos corredores e sempre dava uma passada na minha sala.
Confesso que no começo eu ficava meio incomodado com a presença dele, que sentava na minha frente e ficava um tempão contando suas histórias. Depois, percebi que era um privilégio conversar com o Marechal da Vitória.
Para que os mais jovens entendam esse apelido, depois do fracasso dos dirigentes cariocas nas copas de 50 e 54, ele – paulistano famoso – acabou sendo escolhido para comandar a seleção na Copa de 58. O Marechal da Vitória foi campeão na Suécia e depois no Chile, em 62.

Numa ocasião eu perguntei ao Dr. Paulo quem tinha sido o melhor jogador que ele tinha visto depois do Pelé. Para meu espanto, aquele que lançou o menino de Três Corações na seleção brasileira respondeu: “Eu entendo a sua pergunta, meu filho. Você só viu o Pelé jogar. O Zizinho tinha mais talento do que ele”.
Devagar com o andor que o santo é de barro.
O técnico Cuca vem fazendo um bom trabalho no Palmeiras, mas acaba de usar uma tática antiga e perigosa ao declarar que pretende voltar ao futebol chinês no final do ano. A sondagem deve ter acontecido, até porque ele foi campeão pelo Shandong Luneng, mas acho que o Cuca errou. Soou como uma chantagem.
O presidente Paulo Nobre saiu pela tangente ao dizer que esse problema será resolvido pelo seu sucessor, provavelmente o seu vice Maurício Galiotte, que deverá ser eleito em novembro.
Na década de 70, como repórter do Jornal da Tarde, eu fui testemunha de situações parecidas. O técnico Oswaldo Brandão era especialista nisso. Uma fórmula muito simples: quando o seu time estava bem ou ganhava um título ele soltava o boato e, pressionado pela torcida, o presidente do clube prorrogava o contrato.
Preste atenção, Cuca: nem sempre a tática do Brandão dava certo, mesmo ele sendo um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro.
Levir Culpi disse o que eu escrevi. Bingo!
O técnico do Fluminense, Levir Culpi, disse no programa Bem Amigos, no SporTV, justamente o que eu penso, ou seja, que o Tite é o melhor técnico, que a seleção está bem, mas que o Brasil ainda não tem um time montado.
Por uma tremenda ironia – falou o Levir – é difícil montar um grande time com tantos craques: “Nas outras seleções isso não acontece porque são sempre os mesmos e o time acaba tendo entrosamento”.
O problema aconteceu de novo na última convocação: grandes jogadores apareceram na lista, entre eles, Thiago Silva, Fernandinho e Oscar, craques esquecidos por causa da Copa de 2014.
Agora, com a notícia das contusões do Marcelo e do Casemiro, Tite terá de mexer pela primeira vez no time. Eu acho uma pena os dois não jogarem, mas eles não farão tanta falta porque as seleções da Bolívia e da Venezuela não assustam.
Mesmo assim, o excesso de craques continua na Seleção. Miranda e Marquinhos formaram uma dupla de área excepcional nos dois primeiros jogos e agora o Tite precisa decidir aonde vai colocar o Thiago Silva, eleito o melhor zagueiro da Europa no ano passado.
Já estou esperando os comentários. Certamente alguém vai escrever que o lugar do Thiago é no berçário. Gente maldosa!
Eike deu a dica para o Lula: internar Dona Marisa.
Meio cansado e perdido com tantos jogos e campeonatos diferentes, deixei o futebol de lado para escrever uma história sobre o Eike Batista. Primeiro, quero deixar claro que eu não sou humorista. Os fatos é que são muito engraçados.
Em 2001 eu trabalhava no Domingão do Faustão e o Eike ainda era casado com a Luma de Oliveira. Na época, a Playboy resolveu leiloar as sandálias e o biquíni que a musa usou na sessão de fotos para a revista. Quem arrematou foi um senhor que se identificou como fazendeiro na cidade de Araçatuba.
Como a Luma declarou que gostaria de reaver o biquíni e que o dinheiro do leilão fosse doado para a APAE de Búzios, um produtor do programa teve a ideia de levar ao palco o fazendeiro, a Luma e o milionário Eike, que compraria a sandália e o biquini de volta.
O fazendeiro era o Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas e editor da revista Penthouse, concorrente da Playboy. Ao perceber que se tratava de um golpe de marketing, Faustão – visivelmente contrariado – chegou a incentivar o leilão, mas desistiu quando percebeu que o Maroni não tinha a intenção de devolver nada. A confusão começou no palco e terminou nos corredores do Projac.
O que eu presenciei nos bastidores: o Eike querendo brigar com o dono da boate, a Luma envergonhada por ter feito o marido passar vergonha em rede nacional e o Maroni se promovendo ao dizer que ia colocar o biquíni numa redoma de vidro. Lembro que a APAE recebeu quatro ou cinco vezes o dinheiro arrecadado no leilão, mas o que aconteceu no palco do Domingão foi trágico e hilariante.
Bem menos rico, no último mês de maio o cagueta do Eike fez um depoimento espontâneo na PF (engraçado isso, né?) e foi o responsável pela prisão do Guido Mantega, que deve ter sua culpa, mas estava no hospital com a mulher internada, por isso acabou sendo solto pelo juiz Sérgio Moro.

Está de volta o nosso polêmico capitão-chorão.
A nova lista de convocados do Tite reacendeu a discussão sobre se é certo ou não chamar jogadores que estiveram nos 7 a 1. Eu acho isso uma bobagem porque aquela derrota deve ser esquecida e porque as pessoas acabam se baseando em fatos que não aconteceram.
Thiago Silva, Fernandinho e Oscar realmente fizeram parte do grupo do Felipão, mas o capitão de 2014 não participou daquela tragédia no Mineirão. Thiago tinha recebido o segundo cartão amarelo.
Eu pergunto: da mesma forma que citam a ausência do Neymar, será que se o zagueiro do PSG estivesse em campo os alemães entrariam na nossa área com tanta facilidade?
E mais: por que o Thiago seria sacrificado se o lateral Marcelo, que esteve no Mineiraço, vem sendo apontado como um destaque da seleção do Tite?
Todo mundo apoia a convocação do lateral do Real Madrid por ele ter sido campeão na última Liga dos Campeões, mas eu lembro que o zagueiro Thiago Silva foi eleito o melhor zagueiro da temporada europeia, título que até o Marcelo gostaria de ter.
E viva a polêmica!
Paulo Nobre é o príncipe árabe do Verdão?
Maurício Galiotte foi mesmo anunciado como o candidato da situação nas eleições do Palmeiras. O anúncio oficial foi feito pelo presidente Paulo Nobre e tudo indica que a oposição não lançará nenhum nome.
Os cartolas de plantão dizem que o clube já pagou ao presidente Nobre metade dos R$ 100 milhões que ele colocou no clube, mas eleger o seu vice nas eleições de novembro seria uma garantia de receber o resto do dinheiro sem brigas judiciais.
Muitos opositores estão apoiando a candidatura do Galiotte, mas ainda existem os conselheiros descontentes que acusam o presidente de ter gasto demais para montar o elenco de 55 jogadores, os 35 que estão à disposição do Cuca e os 20 que voltarão até o final do ano.
Os opositores alegam que a volta dos emprestados causará um enorme prejuízo aos cofres do clube porque o dinheiro gasto com esses jogadores nunca será recuperado. Segundo eles, isso provocará um rombo na contabilidade e mais empréstimos por parte do presidente, que continuaria sendo uma espécie de acionista do clube.
Guardadas as devidas proporções, Paulo Nobre seria no Palmeiras como os russos Abramovich no Chelsea e Usmanov no Arsenal, o árabe Al Mubarak no Manchester City, o húngaro Soros no Manchester United, o espanhol Ortega no Deportivo La Coruña e o mexicano Carlos Slim no Leon.
Exagerei, né?