Sabe da história do menino dono da bola?

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A chance do Neymar jogar pelo Santos em 2025 começa pelo fim do seu contrato com o Al-Hilal. É muito dinheiro envolvido e não adianta esperar uma saída milagrosa do Marcelo Teixeira, presidente do time santista.

Eu tenho dúvida se já não houve um acerto com o Neymar, que parece estar de férias. Na semana passada, ele cumpriu extensa programação nos EUA, com direito a festa da Anitta, encontro com David Beckham, dono do Inter Miami e a passada na galeria de arte para ver a Bruna Marquezine.

Neymar não parece preocupado com o joelho e o esquisito é ninguém do Al-Hilal se pronunciar a respeito. Afinal, o craque tem um salário de R$ 70 milhões e o seu contrato vai (ou iria) até a metade de 2025, envolvendo € 175 milhões, o equivalente a quase R$ 1 bilhão só para o jogador.

No momento, o rompimento do contrato seria vantajoso para o time árabe porque não existe previsão de quando o Neymar voltará e isso pode acontecer quando o Al-Hilal tiver encerrado a temporada. Também não é segredo que o técnico Jorge Jesus não morre de amores pelo brasileiro.

Especula-se que o Neymar jogará com o Messi até o começo de 2025, daí a declaração de que ele estaria na Santos no Brasileiro e não no Paulistão. E tudo isso costurado para que o Neymar, jogando em Miami e no Santos, possa se dedicar à seleção brasileira e à Copa de 2026.

Circula outra especulação de que no rompimento do contrato, o pai do Neymar teria feito sociedade para que os árabes participem da compra do Santos, o que não seria absurdo porque eles estão abrindo franquias em muitos países. Neste caso, Neymar estaria com a vida que pediu a Deus.

As “feras” do Dorival

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Nos meus 50 anos de jornalismo eu não lembro de uma convocação tão sem sal. Tudo bem que o também sem sal Dorival Júnior não pode fazer milagre com essa safra de jogadores que o Brasil produziu.

Em 1969, João Saldanha assumiu como técnico da seleção e, no dia da lista dos convocados, anunciou o seu time titular. Os jogadores ficaram conhecidos como as Feras do Saldanha. O João foi demitido em março de 1970 por ter a lingua muito comprida naqueles tempos de ditadura. Zagalo assumiu e usou sete das feras do Saldanha. Naquele tempo tinha tanto craque que na Copa o Rivelino foi colocado na ponta-esquerda.

Voltando aos dias de hoje, Dorival Júnior divulgou a lista de convocados para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, no final do mês. Errou feio ao chamar Rafael e Bento, dois goleiros sem experiência internacional. O Weverson não está numa boa fase, mas é melhor do que os dois. E lá na Europa temos alguns goleiros brasileiros do mesmo nível do Ederson.

Nas laterais, não acho que Yan Couto possa segurar Foden ou Morata. Não aposto também no Ayrton Lucas para conter o apoio dos laterais Walker e Carvajal. Então, o mais lógico talvez seja escalar o velho Danilo e esse Wendell, do Porto, laterais que jogam na Itália e em Portugal, dois centros ultrapassados como o nosso.

Vi o Beraldo jogando pelo PSG e gostei, mas não acho que ele tenha cacife para enfrentar Bellingham, Kane ou Gavi. A zaga talvez seja formada por Marquinhos e Gabriel Magalhães. O Murilo é bom, mas ainda depende das coberturas do Gustavo Gomes e do Zé Rafael.

O meio de campo é mais complicado: o André ainda não é um Casemiro dos bons tempos. Acho que o Dorival pensará nele, mas depois colocará em campo Casemiro e Bruno Guimarães, com Paquetá na ligação. A convocação do Pablo Maia parece gozação do Muricy Ramalho.

No ataque, não adianta insistir com o Richarlison porque no Tottenham ele é o Rony do Abel: marca, marca, e de vez em quando aparece na frente. Na seleção, o Pombo fica no ataque o tempo todo e não rende, como não renderam Gabriel Jesus, Firmino e tantos outros.

O Raphinha não convence nem o Xavi, no Barcelona, e o Savinho não dá pra saber porque o Girona joga por música e a nossa seleção só sabe fazer batucada. Com a opção do Martinelli, o ideal seria escalar na frente Rodrygo, Endrick e Vinícius Jr.

Se o Dorival fizer isso eu nunca mais falo mal dele.

Época em que o nosso futebol estava por cima

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Hoje, quando assisto a uma partida da Premier League parece que estou vendo um outro esporte. Aqui, jogamos em outra rotação, geralmente para trás, e lá a velocidade é alucinante. E não é preciso ser jogo do City ou do Liverpool. Os últimos colocados também jogam o tal outro esporte.

Nas Copas de 58 e 62, o futebol brasileiro dava as cartas. A diferença era brutal. Garrincha desfilava na frente de um monte de Manés, Pelé subia meio metro mais do que os zagueiros e a seleção tinha quatro ou cinco craques para cada posição.

Na Copa de 70, além de o Brasil estar representado por uma super-seleção, a FIFA colocou os jogos em horários compatíveis com o fuso europeu, com temperaturas altíssimas. O jogo final, na hora do almoço lá no México, matou os italianos de cansaço.

O tempo foi passando e o futebol europeu aprendeu a dominar a bola, a chutar de três dedos e até dar uma caneta de vez em quando. Em 94, nós ganhamos a Copa já com certa dificuldade. Na partida final de 2002, a Alemanha tinha um pouco de habilidade, é que o Brasil extrapolou em talento com Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e o Fenômeno no mesmo time.

Nos últimos quinze anos, os papéis se inverteram. Nós regredimos e os europeus, africanos e árabes evoluíram. Hoje, os grandes jogadores estão lá fora, enquanto o nosso único craque continua machucado, gerando uma porção de crianças.

Agora fiquei preocupado

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Com a confirmação do novo técnico da seleção brasileira, a CBF deu mais um passo pra trás. Dorival Júnior não tem a metade da ousadia do Fernando Diniz, que chegou a impressionar o Pep Guardiola na disputa do título mundial.

Errado ou não, o esquema do Diniz estava sendo aprimorado com a troca de bola na defesa para atrair o adversário e criar o espaço na frente. A não obrigatoriedade de guardar posição também agradou ao técnico do City.

Com o Dorival, a seleção terá aquele futebolzinho burocrático de toques para trás. O São Paulo ganhou a Copa do Brasil, mas no Brasileiro foi mal, com 14 vitórias, 11 empates e 13 derrotas. É pouco o 11º lugar para técnico de seleção.

O que me agradou no Diniz foi ele ter criticado a sua demissão. Ele reclamou, com razão, porque o Ednaldo Rodrigues foi covarde ao falar primeiro com o presidente do Fluminense e depois com ele.

Que ninguém esqueça que Dorival e Neymar se estranharam em 2010 na hora da cobrança de um pênalti. A diretoria do Peixe achou que o técnico foi frouxo e o demitiu, mesmo com as conquistas do título paulista e da Copa do Brasil.

A falta de personalidade do Dorival também preocupa. Vocês lembram de quando o Ganso se negou a sair de campo? Na hora da substituição ele disse para o Dorival que não ia sair e não saiu.

Meu Deus.

A CBF era corrupta. Agora é ingênua.

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Ednaldo Rodrigues está de volta na presidência da CBF e não perdeu tempo: quer Dorival Júnior e Filipe Luís no comando da seleção. Isto quer dizer que o Fernando Diniz já era, o que é injusto porque ele não poderia ter conseguido resultados melhores nas Eliminatórias com um time tão ruim.

Colocar o Dorival por ele ter sido campeão da Copa do Brasil é outra idiotice porque, naquele momento, o Bragantino era o time grande, não o Flamengo. Eu pergunto: o desempenho do São Paulo foi bom no campeonato brasileiro? Claro que não. Como na seleção, o tricolor paulista tem elenco fraco. Dorival não faz milagre, como o Diniz não poderia ter feito coisa melhor com uma seleção sem laterais, sem meio de campo e com um ataque fragilizado.

Quando a CBF marcar as eleições, é possível que o Ednaldo seja eleito. Nesse caso, nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, na Copa América e na Copa do Mundo, vamos ficar torcendo pra não cair no “conto do vigário”. Foi muita ingenuidade o presidente ficar garantindo que o italiano viria.

Todo esse barulho só ajudou o Ancelotti, que usou o convite para conseguir um contrato melhor com o Real Madrid. Enquanto isso, ficamos chupando o dedo e prontos para queimar o Dorival. Depois vem o Renato e assim por diante, até colocar Abel Ferreira ou outro português como técnico na Copa de 2026.

Minha dúvida passou batida

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Se algum jornalista já comentou o que eu vou escrever, peço desculpa por não citá-lo. Vou insistir porque fizeram muita fofoca com o cruzeiro do Neymar e esqueceram de abordar o assunto principal.

Acho que ninguém perguntou se ele avisou o Al Hilal da existência desse cruzeiro no dia da assinatura do contrato. Será que seria preciso uma licença do clube para os três dias no MSC Preziosa? O Neymar conseguiu autorização para fazer fisioterapia no cruzeiro?

Se o Neymar não tivesse se machucado no jogo da seleção contra o Uruguai, como ele se ausentaria no campeonato da Arábia Saudita e na Champions da Ásia? Simularia uma contusão para vir ao Brasil? Eu não duvido nada.

Mesmo usando bengala para apoiar o pé operado, Neymar precisava estar presente no cruzeiro porque muita gente comprou a passsagem pensando em encontrar o jogador. Além do fato dele ter levado, por sua conta, um número razoável de parças e de mulheres muito maquiadas.

Minha última dúvida: não entendo como esses influenciadores e MCs que estão no cruzeiro ganham tanto dinheiro. Um deles, todo rabiscado, deu de presente para o Neymar uma corrente de ouro de três quilos avaliada em R$ 2 milhões.

Essa notícia repercutiu bastante. A minha dúvida não.

E cadê os agourentos de plantão?

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As derrotas do Brasil nas Eliminatórias mostraram que o nosso time não tem a liderança de um craque, como o Messi é na Argentina. Só Deus sabe o que vai acontecer em março contra Inglaterra e Espanha se o Neymar não voltar.

Os colunistas agourentos teimam em dizer que o futebol do Neymar não cabe mais na seleção e que ele não conquistou nada de importante com a amarelinha. Esquecem que Zico, Sócrates, Falcão e outros craques também não ganharam uma Copa. Esquecem que nenhum deles foi campeão olímpico. Esquecem que Pelé também abandonou dois Mundiais por contusão.

Parece que o Ancelotti vem mesmo no ano que vem e ele certamente jogará as suas fichas em Vinícius Jr. e Rodrygo, que ainda não são craques consumados. Que o técnico italiano não reze pela mesma cartilha dos agourentos, que já fizeram estragos demais.

Nossos colunistas têm vergonha de admitir que o Neymar faz falta e que ele é uma referência. Messi não pegou na bola no Maracanã, mas a Argentina sabia que ele estava lá.

E pensar que a nossa seleção teve momentos inesquecíveis com quartetos mágicos formados por Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Roberto Carlos ou Sócrates, Zico, Falcão e Careca ou Garrincha, Pelé, Zito e Nilton Santos ou ainda Carlos Alberto, Pelé, Tostão e Rivelino. Hoje, a nossa seleção tem um craque se recuperando e três ótimos goleiros.

Diniz é pura emoção

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Mais do que um bom técnico, Fernando Diniz é importante para o futebol por não ter vergonha de ser feliz. Durante o jogo, ele faz cara de louco, se desespera, briga com o juiz, com os jogadores, e depois parece uma criança na hora do gol.

Na comemoração do título da Libertadores, Diniz lembrou o vitorioso Zagallo, que um dia imitou um aviãozinho quando o Brasil ganhou da África do Sul, por 3 a 2. Ele foi à forra porque o técnico adversário tinha feito isso nos dois gols do time africano.

Nunca gostei do jeito sério do Tite, que abraça a sua comissão técnica na hora dos gols em um gesto que soa muito mais como alívio. Também achei o Telê Santana emburrado demais na Seleção. Com cara de poucos amigos, perdeu duas Copas e, depois, ganhou dois mundiais com o São Paulo quando se tornou mais brincalhão.

Diniz está mais para o paizão Felipão. Não tem a frieza de um Parreira e, muito menos, a soberba do Cláudio Coutinho, que voltou invicto da Copa da Argentina, mas sem o título.

Eu me preocupo com o Ancelotti. Sempre bem vestido, de terno, o italiano passa o jogo mascando chiclete, impassível. O Diniz, ao contrário, tem a barba por fazer, o cabelo por cortar, só usa agasalho – mas sempre está de braços abertos para comemorar a vitória ou para abraçar o seu jogador na derrota.

Com o Diniz sempre tem emoção. Eu gosto dele.

O português chato é bom até nas derrotas

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Convivi bastante com Brandão e Telê, dois técnicos do Palmeiras na minha época de Jornal da Tarde. Traçando comparações, posso afirmar que o Abel Ferreira está no mesmo nível. Segundo jornalistas mais novos do que eu que trabalharam com Felipão e Luxemburgo, o português não fica devendo nada a eles.

Fora do campo, Abel é uma moça, educado, trata todo mundo bem. Durante os jogos, enlouquece, fica nervosinho, briguento, um chato. Também exagera nas coletivas ao desafiar a Imprensa, como o Muricy sempre fazia no São Paulo.

Mesmo assim eu gosto do Abel. Ele é competente, inteligente, paizão para os jogadores, como Brandão e Felipão, perfeccionista, como Telê, e estrategista, como o Luxemburgo dos bons tempos.

O Abel tem uma virtude que Brandão, Telê e Felipão não tiveram ou não puderam ter. Ele aposta alto nos meninos da base, filosofia que o Luxemburgo usou recentemente ao lançar garotos no Palmeiras, Vasco e Corinthhians.

Na coletiva, depois do jogo com o Boca, os repórteres especularam quem teria sido o responsável pela eliminação do Palmeiras. Abel, bravo, disse: “Fui eu o responsável. Eu e o goleiro deles. É isso que vocês querem?”

Sobre uma possível demora nas substituições, o Abel se irritou, deu boas patadas, e eu sei o motivo. Que técnico teria peito de colocar Endrick, Kevin, Fabinho e Luís Guilherme num jogo desse. Depois de ver que o time melhorou com eles, é facil afirmar que os garotos deveriam ter entrado antes.

Nesse aspecto, o de lançar jovens, o Abel é inigualável. Talvez o Rogério Ceni tenha feito um pouco disso antes de o Dorival Júnior colher os frutos no Morumbi.

Não adianta mesmo. Só mudam as moscas.

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É desanimador constatar que o Brasil não vai pra frente por causa dessa doença contagiosa chamada corrupção, que sempre se alastra no nosso meio político. Mudam os presidentes e os segundos escalões continuam roubando.

A Corregedoria-Geral da União identificou repasses milionários para ONGs de fachada feitas no governo Bolsonaro pela ex-ministra Damares. A mesma CGU descobriu que o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tentou agora superfaturar radares eletrônicos numa licitação que acabou suspensa por causa de muitas irregularidades.

Nos repasses da Damares, as ONGs fantasmas são ligadas ao ex-deputado Professor Josuel, aliado da ex-ministra. No caso dos radares, é bom lembrar que o Dnit é subordinado ao Ministério dos Transportes, comandado por Renan Filho, isso mesmo, o filho do Renan Calheiros.

Se a imprensa perguntar para o Bolsonaro o que ele acha dos repasses da Damares, o genocida cuspirá fogo e repetirá várias vezes que no seu governo não houve corrupção.

Se alguém quiser saber a opinião do Lula sobre a licitação dos radares para as estradas federais, nosso presidente dirá o que sempre disse: “desconheço”.

E assim nós continuamos.