O Mister é bestial e teatral

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Não discuto o mérito do Jorge Jesus, que levou o Flamengo à final da Libertadores e está liderando com folga o campeonato brasileiro. O técnico português tem nas mãos um elenco extraordinário, mas não há dúvida que se trata de um profissional competente e inteligente.

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O que eu não gosto no Jesus é o seu jeito tão teatral.

O portuguesinho faz marketing o tempo todo. Vocês já perceberam que ele sempre surge quando os times estão para entrar em campo? Ele sabe que hoje essa imagem é obrigatória nas transmissões e faz questão de aparecer fazendo carinhos nas crianças que vão entrar com os jogadores. Prestem atenção nisso.

Durante os jogos, Jesus gesticula, pula, grita, se desespera e depois agradece com acenos quando a torcida grita em coro o seu nome. O técnico português é, sem dúvida, o maior ídolo da torcida flamenguista.

Por isso ganha R$ 1 milhão e meio por mês.

No final dos jogos, enquanto abraça figurões também bem pagos como Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta, Rafinha e Filipe Luís, o técnico vem repetindo bronquinhas paternais em jogadores mais jovens do elenco. Recentemente, fez isso com Reinier e com o garoto Vinícius.

Esse português é muito esperto.

O Face no meu dia-a-dia

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Como tantas pessoas eu também passo bastante tempo no Facebook, onde a gente encontra uma porção de mensagens, vídeos, fake news, opiniões, muitas bobagens e, às vezes, até coisas interessantes.

Facebook

O que me chateia no Face é quando aparecem os “entendidos” em política, aqueles fanáticos que ficam repetindo sempre as mesmas coisas na tentativa de convencer os outros sobre o que eles consideram certo ou errado.

Detesto quando não respeitam a minha inteligência.

Não gosto também quando algumas pessoas ficam se intitulando membros da chamada resistência (só rindo mesmo) e não param de postar elogios a Che Guevara, Fidel Castro e Cuba. Duvido que esses chatos tenham ido passar um único dia no paraíso que eles tanto enaltecem.

Mesmo assim, considero o Face um instrumento da mais pura liberdade. Tirando os excessos, esse mosaico de opiniões é importante neste nosso país em que a metade da população apoia o Bolsonaro, quase metade defende o Lula e todo mundo execra o Supremo.

O problema é que, infelizmente, nós fazemos parte de um povo despreparado e apolítico, tanto que quase a totalidade dos eleitores nem lembra mais em quem votou nas últimas eleições.

Nossa seleção é o espelho do Tite. É um time assustado

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Em meus 40 anos de Jornalismo, metade vividos no Esporte, eu nunca vi uma seleção brasileira tão sem graça. Ela não empolga.

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Com o Neymar em momento complicado, o time brasileiro vai colecionando empates e desculpas do técnico que, aqui pra nós, já deu o que tinha de dar.

O pior é que não há discussão na hora da convocação. Esses jogadores são os melhores. Todos jogam nos times mais poderosos do mundo.

O problema também é a falta de renovação. Se por um lado temos bons goleiros, não estão surgindo reposições para Daniel Alves, Thiago Silva, Marcelo e outros trintões. Os novatos Renan Lodi, Alex Sandro e Éder Militão estão longe de se tornarem titulares em suas posições.

No ataque, Gabriel Jesus, Firmino e Philippe Coutinho não conseguem se firmar, enquanto os meninos David Neres, Richarlison e Paquetá ficam só namorando o sucesso, todos satisfeitos com o dinheirão que ganham nos times europeus.

O Arthur e o Cebolinha ainda são promessas. O Gabigol? Parece personagem de desenho animado.

A única saída é ter uma filosofia diferente, como a do técnico Tiago Nunes do Athletico Paranaense. Sem grandes craques ele conseguiu montar um time que não respeita nenhum adversário.

Eureka! Está faltando confiança.

Mattos está rasgando o dinheiro da Tia Leila

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Cansado de ouvir que Palmeiras tem o melhor elenco do país, o torcedor começa a cobrar providências da sua diretoria. E o alvo principal só poderia mesmo ser o Alexandre Mattos (foto).

Mattos

O diretor de futebol queridinho da patrocinadora e do presidente do clube gastou um número absurdo de milhões na contratação de mais de 100 jogadores e o time continua jogando mal.

O badalado Mattos ganhou dois títulos brasileiros e uma Copa do Brasil, mas isso é realmente muito pouco diante da fortuna gasta nos últimos quatro anos.

Depois dos absurdos financeiros cometidos inicialmente com Lucas Lima e Borja, o diretor odiado pela Mancha Verde continuou errando nas contratações, no pagamento de altos salários, nas luvas milionárias e na escolha dos reforços.

Para piorar, recentemente Mattos trouxe alguns veteranos bichados, entre eles, o Ramires que veio machucado da China e o Luiz Adriano que sentiu outro desconforto muscular contra o Santos.

Tanto dinheiro jogado no lixo chama a atenção neste momento em que outros times, com exceção do Flamengo, apresentam bom futebol com muito menos dinheiro.

É só dar uma olhada nos elencos do Corinthians, do Grêmio, do Athletico Paranaense e do Santos, que acabou de bater o Palmeiras com a maior facilidade.

A farra continua. E agora ela é desavergonhada.

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Bolsonaristas e petistas deviam deixar de lado as suas diferenças e se preocuparem mais com o que está acontecendo em Brasília, onde políticos e juízes zombam da cara da gente recebendo benefícios que só existem no Brasil.

Brasilia

Os deputados federais, com raras exceções, ganham auxílio moradia e moram em apartamentos de 200 metros quadrados, além de receberem mensalmente R$ 45 mil para despesas pessoais, R$ 25 mil para deslocações e R$ 100 mil para a contratação dos seus assessores.

Os senadores recebem isso e um pouco mais morando em apartamentos de 500 metros quadrados, enquanto os onze ministros do Supremo sustentam 2.500 funcionários, gastam milhões com comida sofisticada, com atendimento médico e odontológico, além de pagarem – pasmem – 16 jornalistas e 12 assistentes de educação infantil.

Esses dados foram levantados pelo briguento Jorge Kajuru, aquele senador que quase todos os dias vai até a tribuna para denunciar tantos descalabros.

Nem é preciso dar um tiro na cara de juiz, como pretendeu Rodrigo Janot. Basta que petistas e bolsonaristas, juntos, virem suas baterias para essa farra que está acontecendo no Congresso e para os desmandos – cada vez mais descarados – do nosso Supremo.

Já passou da hora.

Nossa seleção está cada vez mais escondida

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A pesquisa feita pelo Datafolha reflete o fato inegável de que o Flamengo tem a maior torcida do Brasil. Os números de alguns times poderiam variar um pouco se os municípios escolhidos fossem mais para o Norte ou para o Sul do país, mas isso não mudaria a preferência maior pela equipe flamenguista.

E quem sou eu para discutir a metodologia utilizada pelo instituto de pesquisa.

O que mais chama atenção – e assusta – é o número altíssimo de pessoas sem nenhuma preferência (22%), maior do que a porcentagem de flamenguistas (20%) e o mesmo número de corintianos (14%) e sãopaulinos (8%) somados.

Esses 22% de desinteressados significam mais do que palmeirenses (6%), vascainos (4%), cruzeirenses (4%), gremistas (4%) e colorados (3%) ou santistas (3%) juntos.

A porcentagem de apenas 2% dos que têm preferência pela seleção também preocupa. Uma das explicações é a de que os jovens ficaram longe dos títulos em copas do mundo. Se eu que comemorei as conquistas de 58, 62, 70, 94 e 2002 não sou mais tão apaixonado pela seleção, imagine quem tem 20 anos.

Hoje é muito raro ver na rua um torcedor com a camisa da seleção brasileira. E o pior: o nosso maior craque, aquele que deveria ser o ídolo de toda a nossa juventude, faz uma besteira atrás da outra.

Selecao

Preocupado com as vaias no Parque dos Príncipes

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Neymar foi recebido com carinho pelos companheiros da seleção brasileira, jogou o tempo inteiro contra a Colômbia, trinta minutos contra o Peru e agora está pensando no tamanho e na duração das vaias que ele receberá na França.

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Vaias que certamente virão mais fortes neste momento em que o presidente Bolsonaro fez o favor de esculhambar com a primeira dama francesa.

Em campo ele terá ao seu lado os amigos Thiago Silva e Marquinhos, o francês Mbappé e o técnico alemão Thomas Tuchel, mas os torcedores do PSG continuam irredutíveis. Nos últimos dias eles exibiram faixas repudiando o ingrato que quis deixar o PSG e ainda pagaria 20 milhões de euros do seu bolso para trocar Paris por Barcelona.

Não bastassem esses problemas, Neymar também não conta com o apoio do diretor de futebol do PSG, o brasileiro Leonardo, seu inimigo declarado, e do dono do time, Tamim Ben Hamad Al Thani. O bilionário do Catar teria dito a amigos que, por ele, o jogador mais caro do mundo ficaria correndo em volta do campo até o final do seu contrato.

Nosso craque-problema terá de jogar muito futebol para acabar com as vaias. É a única saída que ele tem para esperar a próxima janela do futebol europeu no mês de janeiro.

Com Mano Menezes o Palmeiras será simpático. Aham!

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Desde a eliminação para o Grêmio e, principalmente, depois da derrota para o Flamengo, a opinião do Casagrande de que o Palmeiras é um time antipático ganhou proporções. Pra variar, depois ele se desculpou e disse que foi mal interpretado.

No último Bem Amigos, no SporTV, os convidados do Galvão Bueno disseram que o time palmeirense se acha perseguido e que, por isso, os jogadores evitam a imprensa e os treinos do Felipão foram tão fechados. E até a palavra “soberba” foi usada para explicar a queda de rendimento do Palmeiras.

Eu acho errado proibir as entrevistas dos jogadores. Não que eles falem coisas tão importantes, mas o torcedor não entende porque só os adversários dão explicações. Também não concordo com tanto treino secreto, como se o técnico e seus duzentos auxiliares ensaiassem tantas jogadas.

Todos esquecem que o Palmeiras ganhou o último Brasileiro com um time inferior ao de hoje e com o mesmo Felipão. A diferença é que no ano passado o Flamengo não tinha o timaço que tem hoje, o Inter vinha da Série B, o Corinthians estava sem o Carille, o Santos nem sonhava com o Sampaoli e o São Paulo só se recuperou no finzinho do campeonato.

Mesmo assim, o time palmeirense pode disputar o título deste Brasileiro por ter um elenco numeroso e pronto para enfrentar tantas suspensões e contusões. E por ter, a partir de agora, um técnico bem humorado.

ManoMenezes

Pinguim na Amazônia? Esse pessoal é muito chato

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Na época da faculdade um dos meus professores, Alexandre Gambirasio, pediu para que a gente checasse alguma notícia e entregasse a redação na aula seguinte.

Naqueles dias de AI-5, início dos anos 70, li num jornal que o técnico da nossa Seleção, o comunista João Saldanha, teria dito ao presidente Médici: “Nem eu escalo o ministério, nem o senhor escala o meu time”.

Descobri o telefone do hotel onde o treinador estava hospedado em Porto Alegre e perguntei: “O senhor falou mesmo isso para o presidente ?” Ele: “Falei sim, filho. Esse Médici é um enxerido. Quer o Dario como centroavante. Eu ponho quem eu quiser”.

Entreguei a redação e o professor Gambirasio, na época secretário da Folha de S. Paulo, fez elogios e me convidou para estagiar no jornal dele. Lembro que ele me disse: “Parabéns, garoto. Você teve a coragem de perguntar”.

Agora, 50 anos depois, eu me pergunto: por que a nossa imprensa não manda seus repórteres para a Amazônia? Basta perguntar para os moradores locais se as queimadas sempre acontecem nesta época do ano.

Basta perguntar aos especialistas se as queimadas são menores do que no governo petista.

Basta perguntar se as florestas estão ardendo mais na Bolívia do que no Brasil.

A imprensa brasileira esqueceu que Jornalismo se faz com perguntas.

Pinguim

Quando se deve olhar para o próprio umbigo

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Galvão Bueno criticou a decisão do Rogério Ceni em trocar o Fortaleza pelo Cruzeiro. Eu não concordo. Se a multa for paga, o técnico tem o direito de escolher o que ele acha ser o melhor para a sua carreira.

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Reprodução/Sportv

Três ou quatro derrotas do time cearense, com a ameaça real de rebaixamento, colocariam o técnico na rua. Todo o projeto vitorioso seria esquecido rapidamente.

Com ou sem contrato, o próprio Galvão não pensou duas vezes em 1992, quando trocou a Globo pela Rede OM, na expectativa de ganhar muito dinheiro na emissora paranaense que tinha comprado os direitos da Libertadores.

A aventura começou tendo sucesso com a conquista do São Paulo. Na decisão do título contra o New Old Boys a Rede OM conseguiu a média de 34 pontos e venceu a Globo no Ibope.

A exemplo do que muitos acham estar acontecendo com o Fortaleza, a Globo ficou sem o seu primeiro narrador num ano de Olimpíada e no auge do piloto Ayrton Senna. Galvão não se preocupou com o prejuízo que ele provocou.

Os cheques fastasmas do PC Farias para o dono da OM, o político José Carlos Martinez, e o impeachment do Collor, fizeram o projeto fracassar e o Galvão voltou para a Globo um ano depois amargando um prejuízo de 3,5 milhões de dólares.

C’est la vie.