O dia em que o Faustão perdeu para a nostalgia
Há uns quinze anos, Fausto Silva comentou comigo sobre a época em que nós eramos repórteres esportivos e, às vezes, iamos até a casa de shows Viva Maria, no bairro de Santa Cecília. Faustão lembrou, com saudade, do artista que cantava os seus sucessos com o copo de uisque numa mão e o microfone na outra.

Com mais de 600 composições, Evaldo Gouveia era uma celebridade nas madrugadas paulistanas quando relembrava as suas músicas gravadas por Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Simonal, Maria Betânia e, principalmente, Altemar Dutra.
Pensando em levá-lo ao Domingão, Faustão convidou o compositor para uma de suas pizzas. O cearense recebeu as passagens, um belo cachê e chegou todo feliz na mansão do apresentador.
Quase no fim da pizza, as cadeiras foram puxadas para perto do microfone e o Evaldo começou a cantar os seus sucessos.
Depois de cinco minutos as pessoas foram se levantando. Um pediu licença para ir ao banheiro, outro saiu de fininho para fumar um cigarro e a maioria passou a bater papo no fundo do salão. Sem graça, Faustão percebeu que só a saudosa Hebe Camargo estava sentada na frente do compositor. Triste, ele disse baixinho:
— É, acho que não dá para levar o Evaldo no Domingão.
TV Globo escancara a pobreza do seu elenco
Enquanto em outros países é comum os atores abandonarem as temporadas de seus seriados quando vão aparecer em outra produção, aqui no Brasil quem assiste a reprise de “Avenida Brasil” e depois vê “Amor de Mãe” constata o desrespeito da TV Globo.

Se as duas novelas não estivessem sendo exibidas no mesmo dia já seria difícil não lembrar do Murilo Benício (foto) como Tufão, da mesma forma que a Adriana Esteves será sempre a Carminha de “Avenida Brasil”.
Além dos dois, Isis Valverde, Vera Holtz, Thiago Martins e Juliano Cazarré também aparecem à tarde e à noite.
Em 2014, no almoço de despedida do Domingão do Faustão, onde trabalhei 18 anos, eu comentei com o chefão Carlos Henrique Schroder que essa repetição já estava acontecendo. Ele me disse que a Globo precisou improvisar por ter sido surpreendida em cima da hora por uma classificação indicativa.
Com tantas improvisações, no futuro certamente vão aparecer os mesmos artistas no Vale a Pena Ver de Novo, na Malhação e nas novelas das 6, das 7 e das 9. Não duvidem.
E mais: se a Ludmila pode aparecer fumando um cigarrinho do demônio no programa da Fátima Bernardes, tudo pode acontecer na TV Globo.
Até o Papa caiu nas pesquisas
No início do seu papado, o jesuita Francisco conquistou a simpatia de todos quando anunciou que não dormiria na quarto reservado aos papas, que não usaria as sapatilhas da marca Prada e que faria suas refeições no bandejão do Vaticano.

Em poucos meses, o Jorge Mario Bergoglio louco por futebol se tornou a grande esperança da religião católica desmoralizada por tantos sacerdotes pedófilos não punidos. Os escândalos financeiros também foram combatidos com firmeza pelo papa argentino, que depois se “consagrou” definitivamente ao defender os homossexuais.
A popularidade do Papa Francisco socialista começou a declinar por aqui na época do cancelamento da sua visita ao nosso país por não concordar com o impeachment da Dilma e, mais recentemente, ao criticar as queimadas na Amazônia. Lembrando que ele não se pronunciou até agora sobre os incêndios na Austrália.
Quer queiram ou não, o nosso país continua sendo o mais católico do mundo por causa do tamanho da sua população e, por isso, é preocupante a queda de prestígio de Sua Santidade por aqui.
No outro dia, a reação do hermano ao dar tapas com tanta raiva na mão da fiel também não combinou com a imagem santa do Santo Papa, que hoje não é mais unanimidade no Brasil.
Corrupto e mulherengo
No futuro, quando estudarem a história do Brasil, nossos netos e bisnetos tomarão conhecimento das lambanças feitas por um presidente que vivia bêbado e enganava a mulher.
Quanto mais se mexe no vespeiro mais se descobre que o Lula foi uma farsa.

Agora nós ficamos sabendo que a futura esposa, que ele diz ter conhecido na prisão, não passa da namorada que trabalhava em Itaipu e que, na época, foi indicada – pasmem – pela Gleise Hoffmann, a diretora financeira da empresa.
Mais uma para a lista de amantes do garanhão. Ocupada, Dona Marisa não percebia enquanto vendia os seus produtos da Avon.
Eu fui um dos milhões de eleitores enganados por esse falso líder que nunca sabia de nada e que, ao assumir a presidência, passou a encobrir as falcatruas de bandidos perigosos, entre eles, José Dirceu, o verdadeiro mentor de toda a roubalheira.
Não entendo como tantos amigos (alguns até intelectuais) continuam defendendo o PT. Não acho que eles devam elogiar o Bolsonaro, longe disso, mas esses membros da chamada Resistência (hahahaha) precisam entender, de uma vez por todas, que o Lula faz parte do passado. Felizmente.
Neymar no futebol inglês?
Pesquisa do jornal The Guardian, feita com 239 jornalistas, técnicos e ex-jogadores de 63 países, escolheu recentemente os 100 melhores de 2019. Messi foi o vencedor, seguido de Van Dijk, Mané, Cristiano Ronaldo e Salah.
Três entre os cinco primeiros jogam no Liverpool
Nesse ranking, o goleiro Alisson é o 9º e o centroavante Firmino o 11º, o que demonstra mais ainda a força do time inglês, que tem cinco jogadores entre os onze primeiros.
Não foi à toa que o Liverpool venceu o Flamengo.
O dono da Champions e agora do título mundial confirmou a força do futebol inglês e criou um clima de euforia em todo o Reino Unido. Os tablóides sensacionalistas de Londres já começarem a especular a ida do Neymar para a Inglaterra na próxima temporada.

Na pesquisa, Neymar apareceu apenas em 31º lugar. Recuperado da contusão, o brasileiro deve melhorar a sua posição no ranking de 2020 se continuar apresentando o bom futebol dos últimos jogos e, principalmente, se o PSG for mais longe na Champions League.
Será?
Nossos bem-vindos técnicos estrangeiros
Foram décadas de estagnação e nem o pesadelo dos 7 a 1 fez o futebol brasileiro perceber a decadência. Nesse tempo todo nós vivemos da mesmice técnica e da prepotência dos nossos times e da nossa Seleção.
O futebol medroso do Felipão, do Mano, do Abel e do próprio Tite precisa dar lugar à coragem do técnico Sampaoli, que não tem medo de atacar, de improvisar ou de afastar quem não corresponde. Lembro de quando o argentino tirou o Ganso do time do Sevilha e não voltou atrás.
Recentemente, no Santos, Sampaoli afastou o titular Vanderley enfrentando torcedores e imprensa. Nossos técnicos não têm essa coragem.
O português Jesus é muito bom e também joga pra frente, mas dirige um time poderoso. Suas escalações e substituições são bem mais previsíveis.

Que venham mais técnicos estrangeiros, como o argentino Eduardo Coudet (foto), que chegou para treinar o Internacional, ou o espanhol Miguel Ángel Ramirez, do Independiente del Valle. Eles precisam ajudar no crescimento do Tiago Nunes, do Fernando Diniz e do Rogério Ceni.
O velho Luxemburgo renasceu e evoluiu bastante depois do exílio. Fez um bom trabalho em 2019. No jogo contra o Flamengo, por exemplo, ele colocou o Vasco todo na frente. Não teve medo e isso é muito bom.
“Tá titi? Fica titi não”
Pouca gente lembra que esse mesmo Cruzeiro rebaixado já foi um time poderoso nos anos 60, ao ponto de golear o Santos que humilhou o invicto Flamengo na Vila.

A histórica vitória mineira aconteceu em 1966, no Mineirão, onde Pelé foi expulso aos 30 minutos do segundo tempo inconformado com a derrota por 6 a 2.
O Santos sofreu algumas goleadas em toda a sua história, mas com o Rei em campo isso nunca tinha acontecido até surgir o Cruzeiro de Raul, Piazza, Dirceu Lopes, Tostão e outros craques.
E não pensem que em 1966 o Santos estava decadente. Naquele dia, entraram em campo Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro, Zito, Dorval, Pelé e Pepe. Três dos seis gols do Cruzeiro foram de Dirceu Lopes, enquanto Toninho Guerreiro marcou os dois gols santistas.
Época em que o Santos e o Cruzeiro passaram a disputar a hegemonia do futebol brasileiro, com Palmeiras e Botafogo como coadjuvantes. Diferente do momento atual em que só temos o Flamengo dando as cartas, tanto que o time carioca terminou o Brasileiro com 16 pontos de vantagem sobre Santos e Palmeiras.
O que preocupa em termos de disputa de título mundial é que o Flamengo escancarou alguns dos seus defeitos no domingo. Os 4 a 0 ficaram baratos com as duas bolas que o Santos chutou na trave no finzinho do jogo.
Os destemperos de quem não convence mais
Não é minha praia, mas vou exercer o direito que ainda tenho de me expressar.
Sinto o povo brasileiro tenso e preocupado neste nosso país cada vez mais dividido. Os ânimos andam exaltados entre esquerda e direita em um clima tão ou mais hostil do que na época das eleições.

A diferença é que agora os defensores do Lula e do Bolsonaro ficam sempre sem argumentos, por exemplo, quando constatam que um não quer ouvir falar do Celso Daniel e o outro foge do assunto Queiroz. Os dois parecem implicados até a alma.
Os petistas perceberam que o seu comandante anda com o coração cheio de ódio, sensação transmitida claramente no primeiro discurso pós-liberdade. Já a direita torce para que o capitão fale pouco e aposta na tese de que o Bolsonaro será beneficiado com os destemperos do Lula.
O que mais preocupou no discurso de São Bernado foi o ex-presidente incitar os petistas a imitarem chilenos e bolivianos. A baderna generalizada – segundo os bolsonaristas – atrapalharia o avanço da nossa economia, a maior arma que a direita tem nessa disputa acirrada pelo comando do país.
“Haja Coração” – como diz o Galvão.
Por muito pouco o rabiscado não supera o português
Muita gente elegeu o Jorge Jesus como o melhor dos nossos técnicos – o que é a mais pura verdade – mas não podemos esquecer o elenco do Flamengo.
Vamos comparar com o Palmeiras. Os goleiros Diego Alves e Weverton se equivalem, mas o time carioca é bem superior nas laterais com Rafinha e Filipe Luís. O meio de campo palmeirense é inferior a Arão/Gerson/Arrascaeta. Na frente, a diferença é brutal: Éverton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique são muito melhores do que Dudu, Deyverson, Luiz Adriano, Borja, William e quem mais for escalado.
Enquanto isso, o Santos briga pelo vice-campeonato com um time menos badalado, mas que tem o bom goleiro Everson, o seguro Gustavo Henrique na zaga, o excelente lateral Jorge, o experiente Sanchez, o bom volante Diego Pituca, o irrequieto Soteldo que não para de marcar gols e o ponta Marinho que, às vezes, lembra o Jairzinho da Copa de 70.

Sampaoli tem também a seu favor o DNA do time santista, que sempre jogou pra frente. É impressionante o que Santos revela de atacantes desde os tempos de Pelé, passando por Robinho, Neymar e agora o Rodrygo que começa a encantar no Real Madrid.
De uma coisa eu tenho certeza: o Sampaoli seria a bola da vez se Gabigol, Bruno Henrique e Rodrygo ainda estivessem no Santos.
Na Europa o futebol anda fascinante. No Brasil ele é modorrento.
Quem assiste a Champions League e depois o campeonato brasileiro fica com a impressão de estar vendo por aqui um outro esporte. É que na Europa os times estão recheados de craques.

O Flamengo não deslanchava antes de o Rafinha e o Filipe Luís serem contratados. A equipe era até razoável, mas não tinha bons jogadores em todas as posições.
Há quem defenda a tese de que o técnico Jesus deu cara nova ao time carioca. Pode ser, mas então o Sampaoli deve ser um gênio porque o Santos não tem elenco para estar entre os primeiros.
O certo é que tanto o português cabeludo quanto o argentino rabiscado fazem os seus times atacarem o tempo todo, o que acontece na Champions com duas dezenas de Flamengos.
No meio de semana, tivemos espetáculos grandiosos na Europa, como os 4 a 0 do Tottenham, os 6 a 0 do Real do nosso menino Rodrygo e, principalmente, os 4 a 4 entre Chelsea e Ajax.
Como o Ajax foi citado, eu pergunto: por que o David Neres joga tanto no time holandês e na seleção brasileira não pega na bola? Eu mesmo respondo: porque o Ajax tem um timaço.
E já que o assunto também é seleção, foi inexplicável – e triste – ver o Tite nesta quarta-feira em São Januário observando o Palmeiras reserva contra o fraquíssimo time do Vasco. Ele viu um futebol de péssima qualidade.