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Craques no futebol brasileiro? Nem que a vaca tussa.

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Dando exemplos só de times paulistas, houve uma época em que o Santos de Pelé se reforçou com argentinos como Cejas e Ramos Delgado, o São Paulo teve uruguaios importantes como Forlan, Pedro Rocha e Dario Pereyra, o Corinthians conquistou seus títulos mundiais com o colombiano Rincon e com o peruano Guerrero e, no Palmeiras, o paraguaio Arce e o chileno Valdívia foram ídolos durante anos.

A diferença para os dias de hoje é que esses craques estrangeiros foram contratados como reforços e nunca como salvação. Agora, a invasão de jogadores estrangeiros acontece porque os times brasileiros, falidos tecnicamente, estão desesperados atrás de bons jogadores e não encontram outra saída. Parece um absurdo, mas 45 sulamericanos estão jogando nos nossos 20 times da Serie A.

Desde a ida do Neymar para o Barcelona, o futebol brasileiro não revelou mais nenhum grande craque, tanto que a última negociação internacional envolveu recentemente o veterano e bastante rodado Ganso. A partir dessa realidade – e tendo só Gabriel Jesus, Gabigol e Lucas Lima sondados por times europeus – os olheiros do futebol brasileiro passaram a procurar talentos nos países vizinhos.

Não é à toa que Colômbia e Equador estão na nossa frente nas Eliminatórias e que são de lá os dois times finalistas na Libertadores.

Que tristeza.

Perdedores milionários

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Os jogadores brasileiros que estiveram na última Copa do Mundo e, recentemente, na Copa das Confederações, fazem parte de uma geração de perdedores. Isso é normal, aconteceu na década de 80 com craques como Sócrates, Zico e Falcão e, um bom tempo atrás, com Zizinho, Ademir de Menezes e Leonidas da Silva.

A diferença é que os perdedores atuais estão todos milionários, ao contrário de alguns famosos campeões mundiais do passado que perderam tudo do pouco que ganharam.

Existe tanto dinheiro envolvido no futebol atual que hoje os jogadores só pensam em carrões, assessores, mansões, penteados e tatuagens. Mesmo que eles façam mil bobagens na vida particular, parece que o dinheiro não acaba. E o mais triste: poucos desses milionários acham tempo para ter vergonha de uma derrota.

Exemplo: o goleiro Barbosa, acusado de ter sido o responsável pelo fracasso de 50 no Maracanaço, morreu atormentado e na miséria num casebre da Praia Grande, na Baixada Santista. Enquanto isso, o zagueiro David Luiz e outros que falharam nos 7 a 1 do Mineiraço continuam desfilando suas riquezas pelas ruas de todo o mundo.

Acho isso muito triste, injusto e revoltante.

O badalado Pogba não é lá essas coisas

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Aqui na região de Genebra, onde estou passando alguns dias, vivem mais de 70 mil portugueses e eu testemunhei a alegria de muitos deles quando Portugal conquistou a Eurocopa. Houve até bandeiras nas janelas e um buzinaço pelas ruas da Suíça francesa, comemoração que não combina muito com este povo tão sério e organizado.

Suiça2Em toda a Suíça moram perto de 200 mil portugueses que, somados aos 800 mil que trabalham na França, totalizam um milhão, um décimo da população de Portugal. Isso explica o tamanho da torcida portuguesa no Stade de France, onde Portugal conseguiu uma vitória incontestável e heróica sobre a seleção francesa, a décima sétima colocada no ranking da FIFA, posição que mostra bem o momento ruim do futebol francês.

Muita gente deve ter pensado: mas Portugal não andava jogando um grande futebol e a França vinha de uma vitória sobre a Alemanha. É verdade, mas nos jogos anteriores o time português não precisou se encher de brios depois da contusão do seu maior craque e a vitória dos franceses sobre os campeões do mundo aconteceu de uma forma surpreendente com dois gols inesperados do matador Griezmann.

O time de grandalhões da França mostrou que está bem distante das seleções francesas de Zidane e de Platini. Para o leitor ter ideia de como o futebol francês chegou a ser forte, Cristiano Ronaldo marcou 9 gols em quatro Eurocopas e igualou o recorde de Platini, que fez os mesmos 9 gols só na edição de 1984.

A fragilidade da França atual também ficou comprovada pela fraca atuação do Pogba, o jogador da Juventus de Turim pretendido pelo Real Madri e pelo futebol inglês. O Manchester United, onde ele já atuou, ofereceu mais de 400 milhões de reais pelo volante francês.

É muito dinheiro por tão pouco futebol.

Cadê as estrelas na camisa do Corinthians?

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Eu esperava mesmo que o assunto anterior “título mundial do Palmeiras” iria causar polêmica. O que eu não imaginava era receber tantas opiniões recheadas de bom senso. Os costumeiros palavrões foram tão poucos que deu para perceber uma grande evolução no comportamento dos internautas/torcedores. Isso foi muito bom.

Entre tantos comentários, o palmeirense Sergio de Andrade fez uma boa pergunta: por que os dirigentes do Palmeiras não colocaram uma estrela na camisa depois que a FIFA reconheceu o título mundial de 1951?

Ele tem razão. Se Flamengo e Grêmio não tiveram vergonha de uma única estrela em cima de seus distintivos, por que a diretoria palmeirense não assumiu o seu título? Ponto para os corintianos.

Essa história de estrelas é meio complicada porque alguns times acrescentaram os seus mundiais a estrelas que já existiam, caso do São Paulo, que primeiro homenageou o seu atleta Adhemar Ferreira da Silva pelo bicampeonato olímpico e depois acrescentou três títulos mundiais. Que inveja, não?

Outros clubes misturaram título mundial e campeonatos conquistados, caso do Corinthians, que colocou quatro estrelas na camisa, três de títulos brasileiros e uma do Mundial de 2000. Quando veio o título no Japão, a camisa corintiana já não tinha estrelas. Aí eu pergunto: será que o Corinthians chegou à conclusão de que o título mundial conquistado no Maracanã não foi tão importante?

Muitos palmeirenses, principalmente os mais velhos, adeptos do Periquito, dizem que os corintianos não tiveram coragem de colocar duas estrelas na camisa por causa da inevitável comparação com o Santos de Pelé, que nunca foi convidado e, mesmo assim, ganhou dois títulos mundiais.

Os palmeirenses mais jovens, adeptos do Porco, continuam fazendo ironia com o fato do Corinthians ter sido convidado para o Mundial de 2000 sem o título da Libertadores de 1999, que era do Palmeiras.

E dá-lhe discussão.

Por que o corintiano não reconhece o Mundial do Palmeiras?

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Gazeta-Mundial51Eu me divirto quando leio os comentários dos internautas corintianos sobre o título mundial do Palmeiras. Não sei se é despeito ou só rivalidade, a verdade é que os bicampeões do mundo ficam enlouquecidos quando o assunto é a Copa Rio.

Nunca vou desmerecer o Mundial que o Corinthians ganhou em 2012, no Japão, mas não acho justo quando os corintianos tiram o mérito palmeirense no título conquistado no Rio porque, a exemplo do Palmeiras em 51, o Corinthians também foi convidado em 2000.

E mais: para quem não sabe, esqueceu – ou se faz de bobo – o primeiro campeonato mundial interclubes, conquistado pelo Palmeiras, recebeu times fortíssimos e teve sim a chancela da FIFA, que foi obrigada a reconhecer isso recentemente.

Não quero jogar mais lenha na fogueira, mas o meu falecido pai Arnaldo, palmeirense que tinha 34 anos em 1951, me contou que no dia em que o Palmeiras empatou com a Juventus de Turim e ganhou a Copa Rio, mais de 100 mil pessoas estavam no Maracanã.

Fui conferir esse número na internet e vi que o público pagante foi de 100.093 pessoas. Descobri depois que no jogo em que o Corinthians ganhou do Vasco nos pênaltis e conquistou o Mundial de 2000, o mesmo Maracanã recebeu 73 mil pessoas.

Uma bobagem que mostra bem como foi importante a Copa Rio que os corintianos tanto desprezam.

No pódio da vergonha

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Governantes e dirigentes brasileiros não devem ter percebido que o Brasil sediará uma Olimpíada. Parece que a ficha ainda não caiu. Já aconteceu de tudo: estrangeiros assaltados, onça morta no desfile da tocha, pedaços de gente encontrados perto da arena do vôlei de praia e agora o roubo do equipamento de duas televisões alemãs.

O corpo esquartejado na areia de Copacabana até que não chamou tanto a atenção da imprensa internacional, até porque isso é meio comum no Rio, mas o roubo dos contêineres foi um prato cheio para os maiores jornais do mundo.

Quando o equipamento alemão foi localizado num galpão da Baixada Fluminense, aí os correspondentes internacionais se divertiram mais ainda com a declaração do responsável pela segurança. Ele disse que o Comitê Organizador não pediu proteção para a carreta no trajeto do porto até o Parque Olímpico.

Como tantos, eu estou indignado com tudo o que está acontecendo e com a incapacidade desse pessoal que vem trabalhando há anos nessa ideia infeliz do Lula de o Brasil sediar a maior competição do planeta. O que eu vou fazer? Vou continuar denunciando o que eles fazem de errado e, lógico, ficarei bem distante do Rio de Janeiro, da sua violência, dos seus assaltantes, das suas águas doentes e das suas balas perdidas.

Que vergonha!

O tiro saiu pela culatra

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Quando o Barcelona bateu o pé em não liberar o seu jogador para duas competições, ninguém entendeu se foi o Neymar quem pediu para jogar o torneio olímpico e ou se foi o Dunga quem decidiu ficar sem ele na Copa América.

Eu acho que o Dunga não fez nenhum esforço para ter o Neymar nos Estados Unidos. É evidente que ele queria sair pouco machucado da Copa América, para depois comandar o time olímpico e conquistar a medalha de ouro que o consagraria. Deu tudo errado.

Rogerio MIcale2Analisando a convocação do Rogério Micale é fácil chegar à conclusão de que o time olímpico é mais forte do que a seleção que deu vexame nos Estados Unidos. E, sem o Dunga e sem o Gilmar Rinaldi para atrapalhar, o Micale terá a oportunidade da sua vida.

Fernando Prass foi a melhor notícia. É experiente e está sempre motivado. Na defesa e no meio de campo as opções são muitas com  Zeca, Douglas Santos, Luan, Marquinhos (se o PSG liberar),  Dourado, Thiago Maia e Felipe Anderson, lembrando que o Rafinha sabe jogar na lateral e o Rodrigo Caio pode entrar como volante. O ataque é poderoso: Douglas Costa, Gabigol ou Jesus e Neymar.

A primeira fase será fácil contra África do Sul, Iraque e Dinamarca. Depois é só esperar por argentinos, nigerianos, alemães ou mexicanos. Se a medalha de ouro for decidida entre Brasil e México, os brasileiros terão a chance da revanche. Em 2012, os mexicanos ganharam dos brasileiros na final.

Messexit virou a Argentina de cabeça para baixo

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Messi-choroNão consigo esquecer aquela imagem do Messi tão abatido no estádio de New Jersey. Foi triste ver um craque desse porte chorando, ainda mais quando se trata do melhor do mundo cinco vezes.

O pênalti desperdiçado não teria tanta importância porque o Baggio e outros craques fizeram coisa parecida em jogos mais importantes. O problema foi mesmo a derrota em mais uma Copa América e – de novo – para os tradicionais inimigos chilenos.

A Argentina agora clama pela volta do melhor do mundo, mas esquece que nunca tratou bem o seu craque por achar que ele é mais espanhol do que argentino. Até o chato do Maradona pediu para o Messi voltar, mas o baixinho malandro só fez essa declaração para que o povo argentino não o acuse de ter desestabilizado o craque com aquela história da falta de personalidade.

Pelé voltou atrás uma vez. Decepcionado com a desclassificação do Brasil na Copa da Inglaterra, ele fez a mesma coisa que o Messi. Dois anos depois, em 68, jogou um amistoso contra o Paraguai já pensando na Copa do México.

Em 1971, o Rei anunciou de novo que não vestiaria mais a camisa da Seleção. Poucos lembram que ele tomou essa decisão ao descobrir as falcatruas do João Havelange, presidente da então CBD. Pelé se negou a jogar na Taça Independência e se despediu um ano antes.

O Messi deverá ficar fora das Eliminatórias, mas em 2018, com 30 anos e querendo dar a volta por cima, certamente estará na Copa da Rússia tentando fazer o mesmo que o Pelé fez em 70, com 30 anos.

Meu parente é melhor do que o seu

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Nepotismo em negócio familiar é normal, mas às vezes não funciona bem. Na política é uma prática abominável. Mas no trabalho dos técnicos de futebol chega a ser bem visto porque o conselho recheado de confiança e sem segundas intenções mais ajuda do que atrapalha. São os casos do Matheus, filho do Tite, do Lucas Silvestre, filho do Dorival Júnior, e do Cuquinha, irmão do Cuca.

O Matheus Bacchi se tornou o braço direito do pai depois de sugerir as contratações do Guerrero, autor do gol do título mundial, do Renato Augusto, jogador importante na conquista do título brasileiro, e do Lucca, atual xodó da torcida corintiana.

O Lucas Silvestre, que também tem 28 anos, está há mais tempo trabalhando com o pai. Tem a responsabilidade de comandar parte dos treinos e foi o técnico do Santos em dois jogos da Copa do Brasil.
Cuquinha é mais rodado e veio com o Cuca do futebol chinês. No Palmeiras o seu histórico ainda deixa a desejar por ter sido um dos protagonistas daquela farsa da escuta no jogo contra o Fluminense.

Na Seleção, para que o Matheus possa trabalhar com o pai, a diretoria da CBF estuda como escapar do Código de Ética. Essa restrição é nova e ainda precisa ser aprovada pelo conselho arbitral. Claro que o Del Nero, tão cheio de ética, vai dar um jeito nisso.

CuquinhaOs palmeirenses esperam que o Cuquinha aconselhe o Cuca a nunca mais escalar o Luan. Contra o Cruzeiro, vimos um jogador acima do peso, forrado de músculos como os dois Hulks e que dá a impressão de ser do time dos casados. Para os torcedores, que já o expulsaram duas vezes, ele lembra a Série B.

Ou será que o Luan é parente de algum diretor do Palmeiras?

Neymar, espelhe-se em quem não é babaca.

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Eu convivi bastante tempo com o Rivelino, que na minha época de repórter tinha um L só. Eu o entrevistei muitas vezes no Corinthians, no Fluminense e na Seleção. Perdi o contato quando ele foi jogar na Arábia Saudita, mas depois voltei a encontrá-lo nas pizzas que o Faustão sempre faz em sua casa com gente do futebol.

Nas pizzas eu procuro sentar ao lado do Rivellino. O papo dele é gostoso. É um dos poucos do passado que falam bem dos jogadores atuais. Em 2009, por exemplo, quando o Neymar tinha 17 anos, eu ouvi o tricampeão do mundo dizer “Esse menino é craque, é bom demais, vai longe”.

Contei isso para que o leitor possa dimensionar melhor a crítica que o Rivellino fez sobre as bobagens que o Neymar postou na internet. Ele marcou mais um dos seus golaços ao dizer que o jogador do Barcelona não pode chamar de babacas os cronistas esportivos que tanto o apoiaram e que, no caso, o babaca é ele.

Rivellino também acertou em cheio ao afirmar que, antes de escrever tantas besteiras, o Neymar devia se preocupar em dar alegrias para torcida brasileira. É verdade. Ele ganhou três Paulistas, uma Copa do Brasil e uma Libertadores pelo Santos, mas pela Seleção só esteve no título da Copa das Confederações de 2013. É realmente pouco.

Agora, aqui vai o meu conselho: Neymar, espelhe-se no Messi, que está sempre tão perto de você. Ele foi eleito cinco vezes o melhor do mundo, ganhou oito campeonatos espanhóis, três Champions e várias Copas do Rei, foi vice na Copa de 2014, conquistou ouro olímpico, se tornou agora o maior artilheiro da seleção argentina, está na final da Copa das Confederações e, nem por isso, fala e faz tantas bobagens.