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Lugar cobiçado por gênios do cinema, da música e do esporte.

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Se você for à Suíça não deixe de conhecer o Cantão de Vaud, pedaço do mundo disputado pelas celebridades. Charlie Chaplin viveu seus últimos 25 anos em Vevey, perto da cidade de Montreux, onde Freddie Mercury morou na fase final de sua doença. Ali perto, no sentido de quem vai para Genebra, o alemão Michael Schumacher continua se recuperando do acidente na sua propriedade em Gland.

Este ano eu fui visitar o meu neto na pequena Rolle e acabei conhecendo Vevey, Montreux e Gland. São cidades lindas e quietas da Suíça francesa, às margens do Lago Léman, próximas de Lausanne, a capital do cantão, e de Nyon, sede da UEFA.

Quando visitei o Museu do Chaplin, inaugurado no mês de abril dentro da mansão onde o inesquecível Carlitos viveu, percebi todo o amor do maior comediante do cinema mudo pela Vevey que ele escolheu para morar quando foi banido dos EUA. Em sua mansão, no meio de um imenso parque arborizado, Chaplin criou seus oito filhos.

freddy-mercuryEm Montreux, à beira do lago, uma das atrações é a enorme estátua de bronze com o punho levantado simbolizando Freddie Mercury, que morou durante anos nessa cidade homenageada por ele em uma de suas canções. Como Chaplin, que queria o anonimato, o líder da banda Queen também escolheu esse canto suíço para se esconder dos repórteres.

Schumacher também resolveu fugir dos holofotes quando se despediu da Fórmula-1. Avesso às badalações – e para ficar perto das pistas de esqui dos alpes franceses – o campeão construiu uma espécie de castelo medieval para viver tranquilo na cidade de Gland. É alí, no silêncio do Cantão de Vaud, que ele continua lutando pela vida.

Já imaginaram se a moda pega?

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Tite conseguiu a sua quinta vitória no comando da Seleção, venceu a arqui-inimiga Argentina, manteve a liderança do Brasil nas Eliminatórias e foi ovacionado por mais de 50 mil pessoas numa homenagem inédita no futebol brasileiro.

Parabéns ao Tite, que merece o reconhecimento por ser o melhor técnico brasileiro e por ter trabalhado muito para conseguir esse sucesso, mas nada justifica a sua atitude ao tentar impedir que o cinegrafista da TV Globo fizesse o seu trabalho no Mineirão.

Um pouco antes de as equipes voltarem para o segundo tempo, Daniel Alves, Marquinhos, Renato Augusto e Miranda estavam conversando no momento em que o nosso técnico chegou e colocou a mão na frente da câmera.

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Fico imaginando o que pode acontecer depois de uma derrota.

O problema não aconteceu dentro do vestiário, mas no túnel que dá acesso ao campo, naquele corredor onde, no mundo inteiro, os jogadores são mostrados antes de chegarem ao gramado.

Há quem diga que o Tite tinha acabado de saber que o Agüero ia entrar na seleção argentina, por isso queria falar com seus defensores. Mesmo assim, teria sido mais elegante, mais educado e mais sensato ele pedir licença para conversar com alguém.

O narrador Galvão Bueno deve ter visto a cena, mas certamente achou melhor nem comentar para não arrumar outra encrenca com a seleção brasileira. No início do torneio olímpico ele ousou criticar o Neymar e pagou caro por isso.

No título brasileiro de 73 o Palmeiras venceu 25 vezes. E daí?

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Eu nunca gostei de números e retrospectos no futebol. Acho chato quando os narradores dizem que dois times jogaram tantas vezes e que uma das equipes venceu tantos jogos. Os tempos são outros, em épocas e situações diferentes.

Claro que num período curto de tempo as estatísticas funcionam, ou seja, se tal jogador deu muitas assistências no campeonato é porque ele está bem. Mas ficar relembrando o passado é uma tremenda besteira.

Durante a minha juventude, toda vez que Brasil e Uruguai se enfrentavam a derrota de 1950 era lembrada. Na Copa de 70, mesmo com todo mundo falando no aniversário de 20 anos da tragédia, a nossa seleção deletou o Maracanaço e massacrou os uruguaios.

Quando eu era repórter de jornal sempre fazia pesquisas por causa do maldito tabu de o Corinthians passar 11 anos sem vencer Santos. Primeiro, o tabu só aconteceu no campeonato paulista. E, depois, é evidente que o Santos de Pelé sempre iria vencer o Corinthians apelidado de Faz me Rir, sucesso na época da cantora Edith Veiga.

Agora, quando o assunto é Brasil e Argentina, só se fala dos 7 a 1 por causa do Mineirão. Mesmo sendo uma tragédia recente, eu tenho certeza de que os milionários Marcelo, Paulinho, Fernandinho e Willian nem vão pensar no Mineiraço. São outros tempos.

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Foto: Pedro Ugarte/AFP Getty Images

Lembro também que, naquele dia, o Felipão manteve no gol o fraquíssimo Júlio César e que Neymar e Thiago Silva não participaram. E que nós jogamos contra a bem preparada Alemanha e não contra a assustada Argentina. São situações diferentes.

Cheirinho de chiqueiro.

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Não sei se o time está jogando só para o gasto, se o menino Jesus desaprendeu, se o elenco não é forte como se imaginava ou se os adversários é que são fracos e as partidas viram verdadeiras peladas. O que eu sei é que o futebol do Palmeiras anda ruim e, mesmo assim, o título vai ficando cada vez mais perto.

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Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Os pontos de vantagem para Santos e Flamengo não garantem o título porque ainda temos quatro rodadas, mas a torcida palmeirense começa a festejar sentindo o cheirinho do porco campeão.

Eu já contei aqui neste espaço a história de quando o Palmeiras começou a ser chamado de porco. Esse apelido existia no passado, numa alusão aos italianos e por causa de uma briga com a diretoria do Corinthians, mas pegou para valer no final dos anos 70.

Nessa época, eu era sócio de uma editora que publicava um jornal dirigido à torcida corintiana. Na véspera de um jogo com o Corinthians o nosso editor colocou na capa um porquinho vestindo a camisa verde e isso foi o suficiente para incendiar a rivalidade. Eu, como palmeirense, detestei a ideia, mas não pude fazer nada porque trabalhava em outra área da editora.

Quando a diretoria do Palmeiras resolveu assumir o porco como mascote os torcedores toparam a brincadeira, mais ou menos como acontece quando a pessoa não gosta de como é chamada e acaba reconhecendo o apelido para que a gozação não tenha mais graça.

Dezessete anos depois daquele timaço da Parmalat, o Palmeiras chega perto de mais um título. Foi um período difícil para a torcida, que amargou dois rebaixamentos e só ganhou duas Copas do Brasil e um Paulista, mas agora o Porco pode conquistar o título brasileiro depois de 22 anos.

O porquinho cresceu.

Chegou mesmo a hora de cancelar a assinatura da Folha.

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Não bastasse a posição editorial meio duvidosa que me fez refletir sobre a tão propalada independência do jornal, agora a Folha de S. Paulo cismou de menosprezar os leitores que gostam de esporte.

Vou explicar. Eu festejo quando vejo uma manchete anunciando que a Lava Jato prendeu meia dúzia de corruptos, mas evito ficar lendo o noticiário que envolve políticos, juízes, Temer, Dilma, Lula e tudo que me fez perder tempo nos últimos meses. Agora, não querendo fazer papel de bobo, eu me concentro mais nas notícias esportivas.

Da mesma forma que eu não gosto dos comentários cheios de estatísticas do PVC e que adoro as colunas do Tostão e do Juca Kfouri, cheguei a curtir um ou outro texto da Mariliz Pereira Jorge. O problema é que neste sábado a Folha publicou um monte de linhas dessa jornalista sobre o Eduardo Paes e o prefeito eleito no Rio, Marcelo Crivella. Não é possível que ninguém tenha percebido que o espaço (já bem reduzido) é destinado ao esporte.

A Mariliz é uma moça inteligente e boa profissional, com passagens pela Folha e por revistas importantes, mas todo mundo esqueceu que ela mora no Rio e que os leitores paulistas, como eu, não têm a menor curiosidade em saber se o Paes deixou ou não um legado, se vai ou não dar aula nos EUA. A Folha deveria ter publicado essa coluna no seu caderno de política.

Seria o mesmo se um jornalista paulista escrevesse na parte esportiva do jornal carioca O Globo sobre as brigas do prefeito Haddad com os taxistas de São Paulo.

O pior: a coluna da Mariliz tomou tanto espaço na página de esportes que a Folha acabou não dando nenhuma linha sobre o meu Palmeiras.

No lugar certo com a pessoa certa. E deu tudo errado.

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screen-shot-2016-11-04-at-10-12-36Lembro como se fosse hoje. Em dezembro de 1993 eu estava parado na Avenida Brasil, aqui em São Paulo, no momento em que o Ayrton Senna chegou para uma entrevista na produtora do narrador e apresentador Osmar Santos.

O tricampeão mundial de F-1 parou o seu Honda preto e me perguntou se era ali a produtora. Eu abri o portão e ele estacionou o seu carro esportivo no fundo do corredor. Educado, Senna voltou a pé até o portão e me agradeceu com um forte aperto de mão.

Durante a entrevista, Osmar perguntou se o Rei da Chuva estava torcendo para chover no GP Brasil, que seria realizado em janeiro. Nosso maior campeão disse: ”Não, tenho muito medo da chuva”.

Essa frase me chamou a atenção porque eu era assessor de imprensa da Dersa, que cuidava das rodovias paulistas, e sabia que a empresa queria fazer uma campanha para diminuir os acidentes nas estradas molhadas. Sugeri para alguns diretores a mensagem do Senna declarando ter medo da chuva e eles me disseram para não medir esforços – e nem dinheiro – se o piloto aceitasse.

Consegui falar por telefone com o Senna no início de janeiro. Ele me interrompeu no começo da conversa: “Gravo sim. Tenho essa responsabilidade porque sei que os jovens estão se achando Sennas em dias de chuva. E não vou cobrar nada”. A diretoria da Dersa enlouqueceu com a notícia e começou a programar a campanha.

Em função dos treinos para o GP Brasil e da viagem marcada para um dia depois da corrida, o único pedido do campeão foi gravar a mensagem quando voltasse da temporada europeia.

Senna viajou para a Europa e morreu em Ímola.

Domingo, no Allianz Parque, o coração palmeirense vai bater forte.

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Faltando cinco rodadas o Palmeiras é o grande favorito ao título brasileiro por estar 5 pontos na frente do Flamengo, 6 do Santos e 7 do Atlético Mineiro. Mas o fantasma do rebaixamento – ou jogar contra quem já está rebaixado – pode desestabilizar essa vantagem.

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Domingo, o líder joga em casa com o Internacional, que vai vender caro a derrota por precisar de pelo menos um ponto para respirar. Depois, na última rodada, o Palmeiras enfrenta o Vitória, que pode ou não estar rebaixado.

O Flamengo joga sábado com o Botafogo e, em seguida, pega o América no Independência, onde o time mineiro – praticamente rebaixado – ganhou do São Paulo na segunda-feira. Na sequência, recebe o Coritiba, que ainda estará numa situação complicada.

Se no sábado o Santos conseguir um bom resultado contra a Ponte, no Moisés Lucarelli, continuará sonhando com o título porque em seguida jogará com o Vitória na Vila Belmiro, onde, na última rodada, receberá o América Mineiro. O problema do Peixe é o Flamengo no Maracanã, jogo de vida ou morte para os dois.

A chance do Atlético é mais complicada. Precisa vencer no domingo o desesperado Coritiba no Couto Pereira e depois ganhar do Palmeiras no Mineirão. Na sequência, dependendo de outros resultados, tudo ficaria menos difícil porque o time mineiro vai ao Arruda enfrentar o Santa Cruz rebaixado.

Enfim, o Brasileiro tem favorito, mas pode pegar fogo se o Palmeiras tropeçar no Internacional e seus adversários diretos ganharem os seus jogos. Se o time do Cuca ganhar dos gaúchos, aí sim o título poderá ser encaminhado contra o Atlético Mineiro, no Mineirão, o que – convenhamos – não é tarefa tão fácil.

A agonia da Fórmula-1 no Brasil.

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No ano passado, a TV Globo perdeu duas vezes a liderança no Ibope quando transmitiu os GPs do Brasil e de Abu Dhabi. Por isso, neste domingo a emissora resolveu ficar com eleições e com o Faustão, deixando de lado o GP do México.

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Num domingo sem futebol, a transmissão do GP mexicano foi feita pelo canal SporTV e a Globo passou um compacto depois do Fantástico, como vem acontecendo quando as corridas acontecem no horário dos jogos do Brasileiro.

O desinteresse pela F-1 é tão grande no Brasil que hoje em dia os anunciantes preferem ter os seus produtos anunciados no JN, nos programas esportivos e nas chamadas da programação do que no compacto ou no último treino de classificação.

Neste domingo pesou também o fantasma do segundo lugar, o que pode acontecer daqui a quinze dias na transmissão do GP Brasil, mesmo com a possibilidade da decisão do título.

Como a audiência da Globo nas corridas diminuiu 50% nos últimos 10 anos, tudo indica que em 2017 o SporTV assumirá o comando. Com isso, a morte da F-1 ficará praticamente decretada porque apenas 30% dos domicílios brasileiros têm tevê por assinatura e, é claro, nem todo mundo gosta de automobilismo.

Não é à toa que no calendário de 2017 a corrida no Brasil aparece com um asterisco, isto é, sem confirmação. O chefão Bernie Ecclestone sabe que se a Globo não apostar na F-1 o nosso GP vira uma corridinha sem importância no país de campeões como Émerson Fittipaldi, Nélson Piquet e Ayrton Senna.

A telefonista de motel deu mais audiência do que a Mariah.

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Como se sabe, a Mariah Carey não virá mais cantar no Allianz Parque na próxima terça-feira e isso foi motivo de festa para a comissão técnica do Palmeiras, que reclamou do gramado da arena depois das apresentações do tenor Andrea Bocelli e da banda Aerosmith.

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Com o cancelamento do show, a WTorre terá mais alguns dias para cuidar do gramado antes do jogo contra o Internacional, no dia 10.

Essa polêmica me fez lembrar quando a Mariah esteve no Domingão do Faustão, em 1999. Meses antes, eu testemunhei o acerto feito entre o representante da gravadora e o diretor do programa, Alberto Luchetti. Lembro que muito se falou naquele dia sobre a cantora americana que já tinha vendido 250 milhões de CDs.

Durante a conversa, o diretor da Sony contou a história de quando a garçonete Mariah estava servindo bebidas numa festa e conheceu o presidente da Sony, Tommy Mottola, que se encantou com ela. Isso aconteceu em Los Angeles, em 1988. Os dois passaram a noite juntos e casaram. Soubemos também que ela se separou quando o marido escolheu a Celine Dion para gravar o tema do filme Titanic.

Onze anos depois, Mariah chegou no Projac com um staff numeroso. Num corredor perto do estúdio, o diretor Marcos Barreiro ousou dizer que ela deveria entrar sozinha. Um dos seguranças, o que tinha dois metros de altura, deu uma chave de braço no nosso diretor e a estrela entrou acompanhada na coxia do programa.

Mariah deu 21 pontos de audiência. Na sequência, Faustão anunciou a cantora Cecília Militão, que tinha vencido um concurso de novos talentos. A telefonista de motel de uma cidade do interior paulista cantou uma música da Witney Houston e deu 32 pontos no Ibope.

O diretor da CBF é tão transparente que a gente nem vê.

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Se o deputado federal Marcelo Aro é de uma família mineira envolvida em escândalos e alvo da CPI do Futebol, como pode esse ilustre senhor ser o diretor de Ética e Transparência da CBF?

A resposta: Marcelo é amigo do Eduardo Cunha, preso na semana passada pela Lava Jato. Foi ele quem pediu para a CBF arrumar um empreguinho para o seu protegido.

Até aí nenhuma novidade. Isso acontece o tempo todo no coitado do nosso país. O que me assusta é a possibilidade de uma proximidade maior entre Eduardo Cunha e Marco Polo Del Nero.

Essa possível troca de favores explica o que aconteceu durante a votação da MP do Futebol, quando o Movimento Bom Senso alertou a CBF de que o convite para um deputado ser diretor da entidade durante a tramitação de uma medida provisória desmoralizava o futebol brasileiro e o Congresso. Del Nero não deu nenhuma importância ao comunicado.

Marcelo Aro sumiu do mapa desde setembro, quando o padrinho Cunha foi cassado na Câmara. Por isso não aconteceu a tão anunciada reunião da Comissão para analisar o desrespeito ao código de ética da entidade na contratação do Matheus Bacchi, filho do Tite. Como se sabe, na CBF é proibido contratar parentes.

Claro que o código da CBF ia acabar sendo desrespeitado, com ou sem reunião, porque o Del Nero nunca diria não ao técnico Tite, o seu salvador na ameaça de o Brasil ficar fora da Copa da Rússia. Mas, pelo menos, a gente ficou sabendo o motivo de os repórteres não conseguirem descobrir quando a Comissão iria se reunir. É que o diretor de Ética e Transparência sumiu.