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Quando dois jogadores do mesmo time trocam sopapos.

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Há poucos dias, durante um treinamento, o atacante Walter deu uma cotovelada no companheiro Matheus e foi afastado do time do Goiás. Isso não é muito comum, mas já aconteceu várias vezes no nosso futebol. Em 2005, por exemplo, Marquinhos e Tevez se pegaram num treino do Corinthians.

Mas a briga mais famosa no futebol brasileiro continua sendo a de 1974, quando a Seleção perdeu o terceiro lugar na Copa da Alemanha. O goleiro Leão passou o jogo inteiro pedindo para o lateral Marinho Chagas não atacar e foi justamente pelo lado esquerdo da defesa que o carequinha Lato marcou o gol da Polônia. Rolaram socos e pontapés violentos no vestiário brasileiro.

Três anos depois, nas Eliminatórias para a Copa de 78, eu convivi com os dois durante os 30 dias em que a Seleção treinou na Colômbia. Ninguém conseguiu a reaproximação porque o goleiro Leão sempre foi pedante e o lateral Marinho chegava a ser intragável.

screen-shot-2017-03-04-at-08-56-48Uma noite, o Leão briguento foi flagrado por um fotógrafo da agência Reuters abraçando uma garota de programa. O meu jornal comprou a foto durante a madrugada e publicou no dia seguinte, sem que eu soubesse. A noiva do Leão telefonou para Bogotá exigindo explicações e o goleiro tentou me agredir depois do treino.

Screen Shot 2017-03-04 at 08.57.07.pngNum desses 30 dias em Bogotá, o Marinho briguento se irritou com os comentários de alguns repórteres cariocas de que eu o criticava por ser amigo do técnico Brandão, que realmente detestava o lateral do Botafogo. Não fosse o jornalista e ex-técnico da Seleção, João Saldanha, ele teria me agredido na frente do hotel da Seleção.

Como toda eminência parda, Andrés Sanchez não aparece.

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Depois da classificação dramática na Copa do Brasil, conseguida nos pênaltis, agora o Corinthians pega o Santos, neste sábado, no Itaquerão. Uma vitória no clássico seria importante para consolidar a boa fase no Paulista e para dar a tranquilidade que o presidente Roberto de Andrade precisa para resolver alguns problemas políticos.

Mantido no cargo depois de o conselho rejeitar o seu impeachment, o presidente está naquela fase de retribuir favores aos que lhe deram apoio, caso do ex-presidente Andrés Sanchez, que continua sendo a maior força política no clube.

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No Corinthians, ninguém resolve nada de importante sem consultar o Andrés, que não pode aparecer por ser alvo na Lava Jato, ele que foi acusado de receber dinheiro da Odebrecht na sua campanha para deputado federal. Ao ser lembrado, ele poderia fazer com que surjam denúncias em relação ao Itaquerão e isso nem a oposição quer.

Nesse cenário político complicado, muita gente dentro do clube anda especulando sobre um possível afastamento do diretor de futebol Flávio Adauto. Eu acho difícil isso acontecer por se tratar de um amigo do Andrés e amigo também de outros cardeais, entre eles, Paulo Garcia, parceiro do Roque Citadini e assim por diante.

Se alguém está para cair eu acredito mais na demissão do gerente de futebol Alessandro Nunes, que substituiu Edu Gaspar na comissão técnica. Desde que assumiu o seu cargo, o ex-lateral acabou fazendo alguns inimigos dentro do clube. Seria como balançar o galho da árvore para que a fruta madura caia mais depressa.

Respeito é bom e eu gosto.

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O São Paulo é líder do seu grupo no Paulista, mas uma derrota e dois empates em seis jogos fazem os eternos pessimistas lançarem dúvidas a respeito do futuro do Rogério Ceni como técnico.

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É evidente que ele está indo bem e, se a gente analisar os outros técnicos de São Paulo, vamos notar que três se valeram dos tradicionais cartuchos, ou seja, se projetaram por causa de alguém. Isso não aconteceu com o Ceni e, por isso, ele precisa ser respeitado.

Eduardo Baptista foi prestigiado no começo da carreira por ser filho do Nelsinho Batista, Fábio Carille por ter sido auxiliar do Tite e Dorival Júnior por ser sobrinho do Dudu, enquanto Ceni tem como referência o fato de ser o maior jogador do São Paulo em todos os tempos.

O Dorival tem um bom currículo (jogou em 10 times e treinou 19) e, nesta sua segunda passagem pelo Santos, soma 169 partidas como técnico, o que chega a ser uma façanha. Como jogador entrou em campo 513 vezes, bem menos do que o Mito, que disputou 1.238 jogos (recorde mundial num mesmo time).

Colunistas e comentaristas não cansam de repetir que o técnico são-paulino vem empregando no seu trabalho técnicas das mais modernas e que o seu time não decolou no Paulista porque o elenco é muito fraco, principalmente na defesa.

Ah! Esqueci de um detalhe que coloca o Rogério Ceni à frente dos técnicos brasileiros: ele fala inglês.

The Oscar goes to: Donald Trump.

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Quem ficou vendo o Oscar até duas e pouco da manhã levou o maior susto no momento da última premiação. Para anunciar o melhor filme, o apresentador chamou ao palco Warren Beatty e Faye Dunaway, a dupla que fez sucesso há 50 anos em Bonnie and Clyde.

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Quando o envelope foi aberto, ficou a impressão de que o velho Warren Beatty estava brincando ou não conseguia enxergar o nome do filme premiado. Ele fez algumas caretas e pediu a ajuda da desfigurada Faye Dunaway, que anunciou La La Land.

Quando o produtor do musical mais premiado da noite estava fazendo os agradecimentos apareceu correndo no palco um gordinho da produção e, depois de um pequeno tumulto, o mico foi confirmado: entregaram o envelope da premiação anterior, ou seja, de quando a Emma Stone foi anunciada como melhor atriz.

Ao ser informado do erro, o produtor de La La Land parou de falar e fez questão de mostrar o envelope certo. O próprio Jordan Horowitz chamou a equipe de Moonlight, o verdadeiro filme vencedor.

A estatueta mudou de mão num final catastrófico para o tradicional evento da Academia, que cometeu um erro primário diante de mais de 3 mil pessoas no Teatro Dolby de Los Angeles e de milhões de espectadores em todo o mundo. Foi um dos maiores vexames – se não o maior – do cinema americano.

Ficou a impressão de que os diretores e produtores do Oscar estavam muito mais preocupados em criticar Donald Trump. Ele foi citado várias vezes pelo chato do apresentador Jimmy Kimmell, que no final tentou se desculpar e só faltou dizer que o culpado tinha sido o presidente.

O cinema foi dormir envergonhado.

Tanto riso, oh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão.

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A marchinha do Zé Keti de 1967 continua sendo muito atual. Somos realmente milhares de palhaços no salão de festas deste país onde, infelizmente, nós é que sempre pagamos a conta.

Eu, bobinho, achei que a Copa e a Olimpíada iriam celebrar o surgimento de um novo Brasil, mas a corrupção começou muito antes de os alemães despejarem aqueles 7 a 1 na nossa cabeça. E agora surgiu o inacreditável abandono das piscinas e ginásios olímpicos.

Tanta coisa dando errado parece ser mesmo um merecido castigo dos deuses por tamanha incompetência e corrupção.

Saber que Zé Dirceu, Odebrecht, Cunha, Eike, Cabral e outros figurões estão presos nos dá alguma esperança, mas a roubalheira foi tão grande nos governos do PT que a nossa geração terá de esperar uma porção de anos para ver o Brasil recuperado dos seus fracassos.

Nem as prisões assustaram os nossos corruptos. Eles continuaram recebendo propinas mesmo depois da Copa e da Olimpíada, principalmente os políticos, que nunca são presos por aqui em função do maldito foro privilegiado que existe praticamente só no nosso país.

Como se nada de errado estivesse acontecendo, nas ruas e sambódromos do país o carnaval continua sendo festejado pelo educado povo brasileiro que saqueia supermercados. Que tristeza.

Ainda bem que o Zé Keti chamou a sua obra-prima de Máscara Negra e não Máscara Preta. Livre do inaceitável preconceito, a marchinha continua sendo cantada pelos blocos de carnaval de todo país.

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Vou ficar de olho no Zé Antonio.

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Sei que é difícil jogar num time pequeno.

Sei que é curto o período de visibilidade no campeonato paulista, que pode levar o jogador para um time grande, como aconteceu com o Tchê Tchê.

Sei também que os jogadores do Interior vivem preocupados com o segundo semestre, quando os seus times são desmontados por falta de torneios importantes.

Sei de tudo isso, mas sei também que nada justifica a força desnecessária do Zé Antonio, do Linense, no lance que machucou o Moisés no último domingo.

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Foto: José Luis Silva/CA Linense

Antes do jogo, o palmeirense disse “Zé, não vai me machucar” não só pelo fato de que foi esse mesmo volante quem o machucou no ano passado, mas também por conhecer o estilo de jogo dele. Os dois foram companheiros no Sport e na Portuguesa.

O jogador do Linense pode não ter tido a intenção de machucar, mas a sua violência é tão constante que ele nem jogou na quarta-feira, contra a Ponte, por ter sido suspenso com três cartões amarelos em quatro jogos.

Dá para imaginar quantos pontapés o Zé Antonio já deu no Paulista. Vou ficar de olho nele amanhã contra o Santo André.

Dona Leila, socorro!

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Screen Shot 2017-02-23 at 09.34.16.pngRecebi o desabafo de um palmeirense inconformado com a derrota para o Corinthians. Ele pede a ajuda da Leila Pereira, presidente da Crefisa.

Transcrevo o e-mail do torcedor Camilo:

Dona Leila, como a gente sabe que a senhora manda mais do que o presidente, resolva com urgência essa questão do nosso técnico.

Antigamente a gente dizia que um bom time começava por um bom goleiro. Eu andei vendo jogos do futebol europeu e percebi que lá todo bom time tem um grande treinador.

É inadmissível o que aconteceu no Itaquerão. O soprador de apito nos deu uma mão, o time da Marginal ficou com um a menos e nem assim o Eduardo Baptista soube usar o nosso elenco.

Também não consigo entender como o técnico permitiu que o time todo atacasse deixando na defesa apenas o bom velhinho Zé Roberto. É evidente que o contra-ataque ia acontecer. Até o Fábio Carille percebeu isso ao colocar o Jô no fim do jogo.

Enfim, Dona Leila, agora que a senhora é conselheira e tem o apoio dos cardeais palmeirenses, use ainda mais a força do seu dinheiro e resolva esse problema antes que seja tarde demais.

Camilo

Entendo a ansiedade do torcedor, mas acho que ainda é cedo para mudanças. Afinal, o Cuca perdeu os seus quatro primeiros jogos e depois foi campeão brasileiro.

Eu fui às touradas em Madri, para tim bum, bum, bum.

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Em meio a toda essa polêmica preconceituosa e burra envolvendo os blocos de rua que não cantam marchinhas dos carnavais passados, alegando letras politicamente incorretas, eu lembrei do saudoso e genial Carlos Alberto Ferreira Braga, autor de sucessos como Pirata da Perna de Pau e Chiquita Bacana.

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Nos anos 80, Braguinha veio a São Paulo para ser homenageado por ser um dos autores da música Balancê, o nome que eu tinha dado ao programa da Rádio Excelsior, que era muito badalado na época.

Osmar Santos, a bola da vez na narração esportiva, fez uma linda entrevista e, antes que o compositor voltasse para o Rio, ele e eu fomos almoçar numa cantina no bairro do Bexiga.

O Braguinha de 400 composições, parceiro de Noel Rosa em As Pastorinhas e de Pixinguinha em Carinhoso, contou que em 1937 a música Balancê foi um tremendo fracasso comercial com Carmem Miranda. No dia do almoço, 43 anos depois, a regravação com a Gal Costa tinha se tornado um sucesso estrondoso.

Uma de suas marchinhas famosas rendeu a história mais engraçada do almoço. Ele contou que na Copa de 50, no dia em que o Brasil goleou a Espanha por 6 a 1, mais de 170 mil pessoas cantaram no Maracanã a sua música Touradas em Madri.

Braguinha se emocionou com o tamanho do coral e começou a chorar. Alguns torcedores pensaram que o chorão era um espanhol triste com a derrota da Espanha e, para não apanhar, o compositor enxugou as lágrimas e começou a cantar bem alto Eu fui às touradas em Madri, para tim bum, bum, bum”.

O Pitbull deu uma chacoalhada no Dudu.

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Depois da vitória sobre o São Bernardo, no Allianz Parque, o repórter perguntou ao Dudu o motivo dele não ter comemorado o seu gol. O jogador desconversou e chegou a dizer que nem ele sabia.

Isso não é verdade. Claro que o gesto foi premeditado. Depois do primeiro tempo ruim do Palmeiras, Dudu foi para o vestiário inconformado com as vaias da torcida ao técnico Eduardo Baptista e é evidente que ele pensou no que faria se marcasse um gol.

O protesto só não foi maior porque o Felipe Melo chegou atropelando e, com o seu jeito dramático, segurou a cabeça do companheiro exigindo a comemoração. Em seguida, Dudu correu para abraçar o Eduardo Baptista.

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Tudo bem que o trabalho está no começo, que o Tchê Tchê faz falta e que o Moisés veio de contusão, mas dá para entender a aflição da torcida com o baixo rendimento do time e com a demora do técnico em colocar Rafael Veiga, Michel Bastos e Keno.

Voltando ao protesto, na hora eu achei que o Dudu estava envergonhado por ter feito um gol tão fácil num jogo em que ele vinha jogando mal. Depois, quando soube do recado para a torcida, cheguei à conclusão de que é muito mi-mi-mi, muita frescura.

Os jogadores de futebol, ainda mais os que fazem parte do milionário elenco do Palmeiras, precisam entender que o torcedor tem todo o direito de se manifestar. Fico imaginando o que vai acontecer no dia em que a torcida vaiar o Dudu. Acho que ele vai bater no repórter.

La La Land é um filmaço.

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Há 20 anos, Titanic recebeu 14 indicações ao Oscar e ganhou 11 estatuetas, da mesma forma que Ben Hur, outro clássico do cinema, também foi premiado 11 vezes nos anos 60.

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Sei que são tempos diferentes, mas daqui alguns dias, na 89ª edição do Oscar, La La Land chega com o mesmo número de indicações do Titanic e com a chance de ganhar também uma porção de estatuetas.

Esse musical romanceado não tem a mesma dramaticidade do Titanic e nem o apelo religioso de Ben Hur, mas mostrou recentemente toda a sua força ao ser premiado 7 vezes no Globo de Ouro, 8 no Critics’ Choise Movie Awards e 5 no Bafta, o Oscar britânico.

Não sou um cinéfilo e, confesso, fiquei um bom tempo sem ir ao cinema, mas ao ver La La Land eu percebi que esse sucesso se deve ao fato de o jovem diretor Damien Chazelle não ter se preocupado em competir com os velhos e famosos musicais. Ele fez o seu arroz com feijão – e fez bem feito.

Notei que o Ryan Gosling não procurou ser comparado ao Gene Kelly de Cantando na Chuva e nem a Emma Stone tentou ser a Julie Andrews de A Noviça Rebelde. Ao contrário, os dois me deram a impressão de passarem o filme todo tentando mostrar justamente o contrário, ou seja, que são atores e não cantores ou dançarinos.

Tem gente que viu La La Land – Cantando Estações e achou um filme comum. Eu gostei muito e recomendo.