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Gianluigi Buffon, o melhor goleiro do mundo.
Quem assistiu ao jogo Mônaco e Juventus se deliciou com as duas assistências maravilhosas do Daniel Alves nos dois gols do matador Higuain e com uma porção de defesas milagrosas do Buffon, eleito o melhor goleiro do mundo nos últimos 25 anos.
Essa pesquisa foi feita pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, organização reconhecida pela FIFA e que tem sua sede na cidade de Bonn, na Alemanha.
O que chama mais a atenção no ranking dos melhores do mundo é que o goleiro da Juventus liderou a classificação na frente de outros oito estrangeiros, enquanto Taffarel ficou em 10º lugar, Dida em 14º, Rogério Ceni em 33º e Marcos na 62ª colocação.
Buffon tem 39 anos, 22 deles dedicados ao futebol profissional, participou de 1.034 partidas, esteve em cinco Copas, ganhou o título da UEFA com o Parma, foi campeão do mundo em 2006 e está prestes a conquistar o oitavo scudetto defendendo a Juventus.
O único título que o Buffon não tem é o da Champions League. E ele está perto de conquistá-lo porque o Mônaco não deve marcar três gols de diferença no jogo de volta e ele pode vencer o duelo com o CR7 na decisão de 3 de junho em Cardiff, no País de Gales.
No Stade Louis II, em Mônaco, a torcida da Vecchia Signora exibiu bandeiras com a imagem do Buffon (foto). Na próxima terça-feira, em Turim, no jogo de volta das semifinais, as homenagens ao melhor goleiro do mundo vão se multiplicar no Stadium Juventus.

Tudo farinha do mesmo saco.
Nos próximos dias o comitê disciplinar da Conmebol definirá se o Palmeiras terá de jogar com portões fechados, por causa das brigas da sua torcida em Montevidéu, e se haverá aumento ou diminuição da pena do Felipe Melo, que está suspenso por três jogos.
O comandante palmeirense Maurício Galiotti foi até Assunção junto com representantes do Santos e do Flamengo para discutir o futuro da Libertadores e para tentar convencer o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, de que Palmeiras e Felipe Melo foram vítimas do Peñarol.
Na teoria, o paraguaio Dominguez nem poderia ajudar, já que o Tribunal da Conmebol é um órgão independente, mas a gente sabe que isso é bobagem porque essas entidades sempre rezam pela cartilha de quem está no poder.
Um passarinho me contou (citei a minha fonte) que o presidente da CBF vai telefonar para o seu amigo Dominguez. Que ninguém esqueça que o Del Nero é conselheiro vitalício do Palmeiras.
É bom lembrar que o Alejandro Dominguez era o braço direito do compatriota Juan Angel Napout, preso nos EUA por corrupção, o mesmo Napout que foi amigo de outro bandido paraguaio, Nicolás Leoz, que reinou no futebol sul-americano durante 27 anos.
Tudo farinha do mesmo saco: Leoz, J. Hawilla, Ricardo Teixeira, Marin, Napout e Del Nero.
Tem gente cuspindo no prato em que comeu.
Não sei quem errou mais, se foi o Juca Kfouri ao insinuar um comportamento duvidoso do técnico palmeirense ou se foi o Eduardo Batista ao chamar o colunista do UOL de fofoqueiro.
Achei a notícia meio covarde em função de o técnico estar vivento um momento de pressão depois da desclassificação no Paulista. O experiente colunista poderia ter noticiado o episódio Roger Guedes sem chamar o Eduardo Batista de “maleável”, expressão forte e que machucou bastante o treinador.
O técnico palmeirense aproveitou a virada espetacular em Montevidéu para dar o troco no jornalista.
Já escrevi aqui que – a exemplo do próprio o Eduardo – eu também sou fã do Juca, não pelas suas posições políticas, mas pela sua seriedade e pela perseverança em denunciar os dirigentes corruptos. Também acho que ele tem todo o direito de preservar a sua fonte, que pode até fazer parte da comissão técnica do Palmeiras.
O desabafo provocou uma onda de solidariedade por parte de outros técnicos, entre eles, Fabio Carille, do Corinthians. Mas, se o Eduardo errou ao omitir o nome do Juca – ele que criticou o fato de o colunista não revelar a sua fonte – o técnico corintiano também generalizou ao dizer que não lê o noticiário esportivo e nem assiste programas na tevê.
Carille está cuspindo no prato em que comeu.

Rasgar dinheiro virou rotina no Palmeiras.
Não importa se foi empréstimo ou adiantamento da Crefisa. O que não dá para entender é o Palmeiras gastar R$ 32 milhões na contratação do centroavante Borja.

O barato Willian, trocado pelo Robinho na negociação com o Cruzeiro, marcou dois gols em Montevidéu, enquanto o colombiano quase nem pegou na bola.
Para se ter ideia do alto valor pago pelo Borja, o novo estádio do Peñarol, construído no padrão FIFA, para 40 mil pessoas, custou R$ 130 milhões, apenas quatro vezes o preço do jogador.
No caso do colombiano, além de acenar com o dinheiro, a patrocinadora Leila Pinheiro foi a maior incentivadora da contratação, que aconteceu na véspera dela ser eleita conselheira do clube.
Há dois anos, na compra do Lucas Barrios, a Crefisa bancou os R$ 40 milhões referentes ao passe, que era do Spartak, e aos 36 meses de contrato com o jogador, que passou a receber R$ 1 milhão por mês entre luvas e salários.
Com a chegada do Borja – e sem espaço no time – Barrios resolveu se transferir para o Grêmio. Com a economia que o Palmeiras fez, o preço do paraguaio acabou ficando na mesma faixa do que foi gasto com o Borja.
Nesta quinta-feira, na Arena do Grêmio, o caro Lucas Barrios marcou três gols na vitória do time gaúcho sobre o Guarani, pela Libertadores, enquanto o caríssimo Borja continua devendo uma boa apresentação no Palmeiras que não se cansa de rasgar dinheiro.
Craque vira bom técnico?
Todo mundo fica cobrando resultados imediatos do Rogério Ceni no comando do São Paulo. Eu pergunto: vocês já perceberam que pouquíssimos grandes jogadores se tornaram bons técnicos?

Com exceção de alguns craques, entre eles Zagallo e Telê Santana, no futebol brasileiro os demais técnicos famosos foram jogadores comuns, alguns até pernas de pau. Foi assim com Brandão, Felipão, Luxemburgo, Tite, Cuca, Dorival Júnior e tantos outros.
Zagallo fez parte do ataque famoso do Botafogo nos anos 50 e 60, além de ter sido campeão mundial em 58 e 62. No caso do Telê, técnico bicampeão mundial com o São Paulo, meu pai dizia que ele só não jogou na Copa de 50 porque o titular Friaça era um Garrincha.
Claro que existem as exceções, os que não jogaram futebol e se tornaram técnicos famosos, casos de Oswaldo de Oliveira, campeão mundial com o Corinthians, e do Parreira, que ganhou a Copa de 94.
No caso do Parreira é bom lembrar que ele foi preparador físico em 70, no México, e que as glórias só vieram 20 anos depois, ou seja, ele ralou muito antes de se consagrar.
Fábio Carille está na final do Paulista levando vantagem sobre o Rogério Ceni, o maior ídolo da torcida sãopaulina. E o técnico corintiano foi apenas um zagueiro razoável no Corinthians, Paraná, Coritiba, Santo André, Juventus e Barueri.
Mais um exemplo: o outro finalista no Paulista, Gilson Kleina, o técnico da Ponte Preta, nunca jogou futebol.
O velho e querido Pacaembu.
Quem é paulistano e gosta de futebol tem um carinho muito grande pelo Pacaembu, que nesta semana completa 77 anos. Levado pelo meu pai, eu vi grandes jogos nesse estádio na época em que a hegemonia era disputada por Santos, Botafogo, Palmeiras e Cruzeiro.
Lembro da noite em que o Santos venceu o Botafogo por 4 a 3. Foi em 1963, primeiro jogo da decisão da Taça Brasil. O ataque santista tinha Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. O ataque carioca era formado por Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo.
O Pacaembu foi inaugurado no dia 27 abril de 1940 com uma vitória do Palmeiras sobre o Coritiba por 6 a 2. Uma curiosidade: o ditador Getúlio Vargas levou uma sonora vaia dos 50 mil torcedores.
Dois anos depois, o então maior estádio da cidade recebeu o seu maior público: 72 mil pessoas na estreia de Leônidas no São Paulo.
Depois veio a Copa de 50 e dezenas de grandes decisões até que o Pacaembu foi perdendo a sua importância com o surgimento do Morumbi e, mais recentemente, do Itaquerão e do Allianz Parque.
Em 1987, quando eu trabalhava na Rádio Record, ganhei do próprio Paulo Machado de Carvalho um ingresso da inauguração do estádio que recebeu o seu nome. Aos 86 anos, o Marechal da Vitória me deu essa relíquia e disse: “Meu filho, não esqueça que no gramado do Pacaembu pisaram alguns dos deuses do nosso futebol”.

Tentou ser o melhor do mundo antes da hora.
Neymar tem talento? Tem. É craque? É. Pode ser o melhor do mundo? Claro que pode. Então por que ele chorou tanto no final do jogo contra a Juventus?

Porque percebeu que a vitrine acabou com a eliminação na Champions League, com a sua ausência no clássico contra o Real e com as poucas chances de o Barça ser campeão espanhol.
Ficaram a semana inteira dizendo no ouvido do brasileiro que ele estava perto de ser o melhor do mundo. O jogo acabou e o Neymar desabou sabendo que precisa começar tudo de novo.
Ele é mal assessorado. Ninguém do seu staff explica que reclamações e zombarias provocam cartões e expulsões. Mesmo suspenso por três jogos no campeonato espanhol, contra o time italiano ele continuou sorrindo ironicamente para o árbitro até tomar mais um amarelo.
Pelé, o professor de todos, passou por um momento parecido. Eu cansei de ver o Rei expulso por árbitros que queriam aparecer, tipo Armando Marques. Ele parou de reclamar e começou a se vingar da violência com dribles cada vez mais humilhantes.
Para piorar – e para provar os conselhos errados – contra a Juventus o Neymar resolveu jogar sozinho. Tentou enfileirar cinco ou seis zagueiros umas três ou quatro vezes. Queria ser a maior estrela do jogo e esqueceu – por momentos – que tinha ao seu lado Lionel Messi, com quem ele precisa aprender muitas lições.
Esse maledetto devia estar na cadeia.
Fiquei revoltado quando li o trecho da delação premiada do tal Hilberto Mascarenhas, responsável pelo Departamento de Propinas da Odebrecht até 2015, ano em que foi preso.

Mascarenhas falou que não pretende voltar ao trabalho. Com a maior desfaçatez ele disse “quando vocês tirarem esse negócio do meu pé (a tornozeleira) e eu puder viajar quero curtir a minha vida e os 40 anos que trabalhei”.
Ora, não é possível suportar essa declaração de quem liberou a maior parte dos quase R$ 4 bilhões que a Odebrecht pagou em propinas. Eu e tantos brasileiros também trabalhamos 40 anos e nós continuamos tentando pagar as nossas contas, enquanto esse bandido está em casa sonhando em tomar sol e passear de lancha em Miami.
Em tom de deboche, Mascarenhas contou que chegou a jogar um computador no mar para destruir provas do esquema de corrupção. Absurdo ter feito isso e mais absurdo ainda foi ele ter dito que o Marcelo Odebrecht o intimou a coordenar o pagamento de propinas, como se ele fosse obrigado a ser um corruptor.
De acordo com o MPF, foi ele quem abriu a conta no banco suíço PKB para que a Odebrecht pagasse, via a offshore Smith & Nash, as propinas para a galera da Petrobrás e do governo Lula.
Eu preferia estar escrevendo aqui sobre o Palmeiras ou o Barcelona, que esta semana precisam reverter suas derrotas por 3 a 0, mas fiquei enojado quando li sobre esse maledetto que devia estar na cadeia e não em prisão domiciliar.
Afinal, o Pelé era ou não era míope?
João Saldanha se destacou nos anos 60 como um comentarista polêmico em jornais e emissoras de rádio do Rio. Foi um grande contador de histórias. Nem sempre elas eram verdadeiras, mas ele falava de um jeito tão convincente que algumas mentiras acabaram virando verdades.

O João Sem-Medo criou mil confusões com os dirigentes da época até ser chamado para ser técnico da Seleção nas Eliminatórias para a Copa de 70. O presidente da CBD, João Havelange, achou que a imprensa faria menos críticas pelo fato de o Saldanha ser jornalista.
Ao assumir o seu cargo, o gaúcho que aprendeu as malandragens do carioca ficou famoso por ter anunciado os 11 titulares e os 11 reservas, conhecidos como as Feras do Saldanha.
Ele classificou o Brasil, mas não comandou a seleção no México por ter saído meses antes da Copa. Dois motivos contribuíram para a demissão: a polêmica de que o Pelé era míope e a resposta malcriada quando o presidente Médici sugeriu a escalação do Dario.
Um dia eu perguntei ao Saldanha se ele achava mesmo que o Pelé não enxergava. No seu jeito debochado ele respondeu que o maior jogador do mundo era sim um pouco míope, mas que o argumento foi usado porque o Rei precisava descansar durante um período.
O que o Saldanha não esperava é que o seu comentário iria gerar tanta polêmica, por isso chegou a desmentir a declaração. Dois anos depois, Pelé já estava jogando com lentes de contato.
Os sul-americanos continuam bombando.
Não é à toa que quatro seleções da América do Sul aparecem entre as cinco primeiras no ranking da FIFA. Em todo jogo importante que a gente vê na tevê, seja da Champions League ou dos campeonatos europeus, sempre os sul-americanos se destacam.
Os clubes europeus que mais estão apostando no futebol do nosso continente são o Manchester City e o PSG. O time inglês tem Bravo, Caballero, Gabriel Jesus, Fernandinho, Fernando, Aguero, Zabaleta e Otamendi. A equipe francesa joga com Cavani, Di Maria, Pastore, Thiago Silva, Marquinhos e Thiago Motta.
O Barcelona costuma escalar cinco sul-americanos: Messi, Suarez, Neymar, Rafinha e Mascherano. Mais até do que o Bayern de Munique, que costuma colocar em campo Vidal, o nosso outro Rafinha, Douglas Costa e Thiago Alcântara.
No Real estão Marcelo, Casemiro, Danilo e James Rodrigues, enquanto no Atlético de Madrid jogam Godin, Gaitan e Filipe Luís. No Liverpool temos Philippe Coutinho e Firmino. O chileno Alexis Sanchez é destaque no Arsenal.
Enquanto o argentino Romero é o goleiro do Manchester United e o zagueiro da Internazionale é o nosso Miranda, o Mônaco acabou de vencer o Borússia Dortmund pela Champions League com o brasileiro Fabinho e o colombiano Falcão Garcia.
Na Juventus de Turim, que esta semana ganhou do Barcelona por 3 a 0, jogam os sul-americanos Higuain, Daniel Alves, Cuadrado e o argentino Dybala (na foto), a sensação da Champions League.
