O menino extrapolou. Ele é diferente.

Sou um privilegiado por ter vivido este momento mágico. Recentemente, Endrick marcou gols decisivos para a Seleção no Estádio de Wembley e no Santiago Bernabeu. No Allianz Parque, no seu quintal, ele continuou com gols e assistências fundamentais para que o Palmeiras conquistasse o tricampeonato paulista.
Pelé também começou assim, bem novinho e com gols decisivos na Copa de 58, contra País de Gales e Suécia. Nenhum outro se consagrou desse jeito. De lá pra cá, Maradona, Messi, Cristiano Ronaldo, nossos dois Ronaldos, Cruyff, Zidane e outros foram conquistando as suas coroas aos poucos. Nunca em tão pouco tempo.
Zico, Sócrates, Falcão, Neymar e tantos craques brasileiros não começaram marcando gols decisivos em templos sagrados do futebol mundial. E nenhum deles teve a ideia de pegar um tapete com o distintivo do clube para criar uma imagem que percorreu o mundo.
Nos meus 50 anos como jornalista esportivo eu vivi as expectativas em relação a Juary, Enéas, Denner e Robinho como futuros Pelés. Não ouso afirmar que o Endrick será um Pelé, mas se Deus ajudá-lo a não se machucar e a namorada não atrapalhar, o filho do faxineiro Douglas fará uma limpeza na história do futebol mundial.