Época em que o nosso futebol estava por cima

Hoje, quando assisto a uma partida da Premier League parece que estou vendo um outro esporte. Aqui, jogamos em outra rotação, geralmente para trás, e lá a velocidade é alucinante. E não é preciso ser jogo do City ou do Liverpool. Os últimos colocados também jogam o tal outro esporte.
Nas Copas de 58 e 62, o futebol brasileiro dava as cartas. A diferença era brutal. Garrincha desfilava na frente de um monte de Manés, Pelé subia meio metro mais do que os zagueiros e a seleção tinha quatro ou cinco craques para cada posição.
Na Copa de 70, além de o Brasil estar representado por uma super-seleção, a FIFA colocou os jogos em horários compatíveis com o fuso europeu, com temperaturas altíssimas. O jogo final, na hora do almoço lá no México, matou os italianos de cansaço.
O tempo foi passando e o futebol europeu aprendeu a dominar a bola, a chutar de três dedos e até dar uma caneta de vez em quando. Em 94, nós ganhamos a Copa já com certa dificuldade. Na partida final de 2002, a Alemanha tinha um pouco de habilidade, é que o Brasil extrapolou em talento com Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e o Fenômeno no mesmo time.
Nos últimos quinze anos, os papéis se inverteram. Nós regredimos e os europeus, africanos e árabes evoluíram. Hoje, os grandes jogadores estão lá fora, enquanto o nosso único craque continua machucado, gerando uma porção de crianças.