A simplicidade é a maior amiga da perfeição

Pelé nos deixou há pouco tempo e os jovens continuam se perguntando se ele foi mesmo maior do que Messi, Cristiano Ronaldo ou Maradona.
Na vida pessoal, o Rei não foi lá essas coisas, mas dentro de campo ele não pode ser contestado. Ganhou três Copas, foi campeão do mundo com o Santos duas vezes e marcou mais de 1.200 gols com o pé direito, com o esquerdo, com chutes fortes, chutes colocados, cobrando faltas e pênaltis. Pelé cabeceava como ninguém (ver foto) e fazia tudo isso sempre com muita simplicidade.
O Rei não complicava. Desde os anos 60, quando meu pai me levava para assistir aos jogos do Santos, e depois, como jornalista esportivo, eu sempre notei a maneira como ele simplificava as coisas. Um exemplo: quando não tinha mais saída, usava as pernas dos adversários nas suas tabelinhas.
Pelé não perdia tempo com malabarismos. Escolhia sempre o caminho mais simples. Nas suas arrancadas, ele dava “canetas” seguidas em dois ou três marcadores para ganhar tempo e espaço, nunca para humilhar os adversários.
Se o Rei tinha algum defeito no futebol? Tinha sim. Ele não era bom nas “embaixadinhas”, sempre as evitava em público. Talvez por elas soarem exibição, o que não combinava com seu futebol programado só para marcar gols. Simples, não?