Nosso querido português precisa se render ao “olé”

Abel Ferreira criticou duramente a sua torcida, quando ela gritou “olé” nos 3 a 0 sobre o Corinthians. Isso já tinha acontecido nos 4 a 0 em cima do São Paulo. O treinador achou desrespeito para com os times adversários.
Vou contar uma historinha pra ele. Na Copa de 50, mais de 150 mil torcedores cantaram “Touradas de Madrid” e entoaram o “olé” quando o Brasil vencia os espanhóis por 6 a 1. Foi o próprio Braguinha, o autor da marchinha, quem me contou essa passagem, que o fez chorar no Maracanã.
De lá pra cá, o “olé” passou a ser usado quando um time goleia o grande rival. A torcida do Santos fez isso nos 7 a 6 sobre o Palmeiras, em 58, no Pacaembu, e nem por isso eu saí dando porrada em santista. Ao contrário, o nosso “olé” foi ainda mais forte quando o Verdão goleou o Peixe por 4 a 1, dias depois, na Vila Belmiro.
O treinador português precisa entender que “olé”, “chute no vácuo”, “chapéu” ou “lambreta” fazem parte do nosso futebol. Se isso for desrespeito, que os marcadores do Garrincha entrassem em campo sempre armados.
Se o Abel quiser contribuir para a educação do torcedor, que ele peça para a sua torcida não cantar “Meu Palmeiras” na hora do hino nacional ou então para que todos façam silêncio no minuto de silêncio.
Isso sim é desrespeito.