Todes vocês são muito chatos
Durante o regime militar, quando eu tinha meus 20 anos, Chico Anysio fazia sucesso com seus personagens gays, o Seu Peru nos divertia, o Costinha indecente fazia todos rirem, Dercy Gonçalves era desbocada e todas as piadas do Ary Toledo tinham duplo sentido.
Hoje, nesse mundo chato e complicado, nenhum deles (aqui sim está certo) existiria porque o patrulhamento dos que defendem o gênero neutro faria o linchamento virtual de todos, ou de “todes”, como reza o novo Museu da Língua Portuguesa. Parece brincadeira.
Quando não existia o tal de LGBTQIA+, a gente cantava no carnaval “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?” ou “O teu cabelo não nega mulata” e os envolvidos não reclamavam, ao contrário, gostavam das marchinhas.
Por isso, aqui vai o meu recado aos trans e não-binários: como vocês são a grande minoria, não fiquem tentando resolver os seus problemas impondo regras para toda a sociedade.
E mais: não consigo debater esse maldito “todes” com quem não entende que a identidade de gênero não é ideologia e, muito menos, tem a ver com a orientação sexual.
Tenho dites.
