Lockdown Já!

Meu avô morreu em 1918, quando meu pai tinha seis meses. Foi vítima da gripe espanhola junto com um terço dos moradores da capital paulista. Seria como se hoje, só aqui em São Paulo, 5 ou 6 milhões perdessem suas vidas.
Um irmão do meu pai contou que um dia as ruas da Bela Vista amanheceram com corpos enfileirados nas calçadas, cobertos por lençóis, porque as famílias tinham medo do contágio. Os carros funerários não davam conta, os caixões acabaram e os cemitérios não tinham mais espaço e nem coveiros.
Não vamos repetir o cenário da gripe espanhola porque hoje a medicina evoluiu, temos muito mais remédios, mas estamos bem perto de outra grande tragédia se o nosso presidente continuar zombando da Covid-19 e se o Ministério da Saúde não comprar logo mais vacinas.
Em Pernambuco, os corpos já aparecem no meio da rua. Aqui em São Paulo, surgiu o primeiro morto por falta de UTI. As filas nos hospitais são imensas e as mortes aumentam todos os dias.
Os que são contra a paralisação total, alegando que o comércio não pode parar, precisam entender que morto não come, não bebe, não compra roupas e nem vai à praia, como milhões de paulistanos pretendem fazer nos feriados antecipados.
Acorda Brasil.