Época em que até os deuses se rendiam ao nosso futebol
O povo argentino sempre venerou Maradona, mesmo quando ele vivia mergulhado no mundo das drogas. A torcida portenha – e a napolitana – souberam separar a vida do craque e a do homem, o que nunca aconteceu no Brasil em relação ao Rei Pelé.
Eu achava que o Ronaldino Gaúcho tinha sido o maior malabarista do futebol mundial, tal o seu repertório de dribles, canetas e matadas desconcertantes. Vendo outro dia um vídeo do aquecimento que o Maradona fazia antes dos jogos do Napoli eu percebi que o argentino foi ainda melhor do que o brasileiro.
O Careca, seu companheiro nos tempos de Napoli, já tinha me contado que a torcida italiana chegava mais cedo ao Estádio San Paolo só para ver Maradona se exibir com suas embaixadinhas, sempre com os cordões das chuteiras desamarrados, como se quisesse mostrar que Deus não tropeça.
O que pouca gente sabe é que por trás da figura polêmica e desafiadora do argentino, que sempre contestou o futebol brasileiro e a realeza do Pelé, existiu um menino que, na infância e na juventude, foi apaixonado pelo futebol brasileiro.
Na foto, o menino Maradona vestindo a camisa da nossa seleção após a conquista do tricampeonato no México.
