Presidente Cloroquina
O Brasil realmente não é um país sério.

Mesmo se a hidroxicloroquina fosse um medicamento cientificamente comprovado, Bolsonaro nunca poderia posar de garoto propaganda.
Mesmo contra as recomendações de médicos, cientistas e da própria OMS, desde o início da pandemia o presidente defende o uso da cloroquina no combate ao novo coronavírus. Agora que ele testou positivo e depois negativo, a sua campanha aumentou com a alegação de que ele foi curado pelo medicamento.
Aqui em São Paulo, muito se falou na cidade de Porto Feliz, que adotou a cloroquina e a azitromicina como tratamento. As primeiras notícias foram as de que os 50 mil habitantes receberam o kit de remédios e que ninguém tinha morrido. Agora, sabe-se que 10 infectados morreram e que uma dezena de cidades próximas, com a mesma população, registraram menos ou nenhuma morte pela Covid-19.
Até um leigo como eu sabe que a cloroquina pode ter salvo muita gente no Brasil porque – como diz o meu médico – “cada caso é um caso”. Mas daí achar que um presidente pode sair por aí receitando remédio a história é diferente e me deixa na dúvida se todos nós estamos vivendo dentro de um grande hospício.