Globo faz videocassetada na hora errada
Eu acompanhei de perto as “Diretas Já” quando trabalhei com Osmar Santos, figura importante nesse movimento. Na época, Roberto Marinho baixou uma ordem expressa para que suas emissoras, especialmente a TV Globo, não tocassem no assunto.
Mesmo trabalhando na Rádio Globo, Osmar nunca deu importância para essa proibição e entrevistou todo mundo no seu programa Balancê.
Enquanto isso, a TV Globo continuava ignorando as Diretas. Lembro de quando o diretor de Jornalismo de São Paulo, Dante Mattiussi, quase infartou por não poder noticiar em seus telejornais o grandioso e histórico comício da Praça da Sé.
Anos depois, Lula e Collor tinham empate técnico nas pesquisas para presidente e, no momento decisivo do 2º turno, a TV Globo editou criminosamente o último debate. Mais tarde, o todo poderoso Boni confessou essa fraude a favor do Collor.

Agora, a TV Globo fez outro papelão ao abordar no JN a entrevista em que o presidente e seus ministros explicaram o uso das máscaras por terem trabalhado um dia antes com o general Heleno, que testou positivo para o coronavírus. A TV Globo ignorou esse fato e exibiu uma edição de imagens em que Bolsonaro punha e tirava a sua máscara como um bobalhão.
Na época das Diretas, a Globo queria favorecer a ditadura. Em 1989, morreu de medo do Lula (que ironia). Esta semana, usou de um recurso baixo para desestabilizar o presidente que ela tanto odeia.