R.I.P. Jornalismo

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Não é questão de ser ou não saudosista, o problema é que no começo da minha carreira os jornalistas não misturavam ideologia com notícia.

Sou do tempo em que as redações já viviam contaminadas por gente da esquerda, mas – naquela época – poucos distorciam os fatos. Às vezes, mesmo contrariados, todos seguiam a santa regra da nossa profissão de que os dois lados precisam ser ouvidos.

Há poucos dias, a maior parte da nossa imprensa resolveu ignorar o sucesso do ministro Paulo Guedes (foto) em Davos, como se fosse um time do PT jogando contra um time do Bolsonaro. Que tristeza.

PauloGuedes

Alguns jornalistas da minha época passaram anos não questionando nada. Veteranos pouco se importaram com a morte do prefeito Celso Daniel, mas muitos agora ficam perguntando quem mandou matar a Marielle.

Não interessa se o jornalista simpatiza com este ou aquele partido. Ele não tem o direito de distorcer ou ignorar a verdade. O pior é quando o infeliz recebe favores ou dinheiro em troca de posições ou do seu silêncio.

Conheci meia dúzia desses infelizes e sinto vergonha de ter trabalhado com eles.

Torço para que surja logo uma nova geração capaz de ocupar o lugar desse jornalismo que – infelizmente – ficou ultrapassado e que – felizmente – está morrendo.

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