O dia em que o Faustão perdeu para a nostalgia
Há uns quinze anos, Fausto Silva comentou comigo sobre a época em que nós eramos repórteres esportivos e, às vezes, iamos até a casa de shows Viva Maria, no bairro de Santa Cecília. Faustão lembrou, com saudade, do artista que cantava os seus sucessos com o copo de uisque numa mão e o microfone na outra.

Com mais de 600 composições, Evaldo Gouveia era uma celebridade nas madrugadas paulistanas quando relembrava as suas músicas gravadas por Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Simonal, Maria Betânia e, principalmente, Altemar Dutra.
Pensando em levá-lo ao Domingão, Faustão convidou o compositor para uma de suas pizzas. O cearense recebeu as passagens, um belo cachê e chegou todo feliz na mansão do apresentador.
Quase no fim da pizza, as cadeiras foram puxadas para perto do microfone e o Evaldo começou a cantar os seus sucessos.
Depois de cinco minutos as pessoas foram se levantando. Um pediu licença para ir ao banheiro, outro saiu de fininho para fumar um cigarro e a maioria passou a bater papo no fundo do salão. Sem graça, Faustão percebeu que só a saudosa Hebe Camargo estava sentada na frente do compositor. Triste, ele disse baixinho:
— É, acho que não dá para levar o Evaldo no Domingão.