Quando se deve olhar para o próprio umbigo
Galvão Bueno criticou a decisão do Rogério Ceni em trocar o Fortaleza pelo Cruzeiro. Eu não concordo. Se a multa for paga, o técnico tem o direito de escolher o que ele acha ser o melhor para a sua carreira.

Três ou quatro derrotas do time cearense, com a ameaça real de rebaixamento, colocariam o técnico na rua. Todo o projeto vitorioso seria esquecido rapidamente.
Com ou sem contrato, o próprio Galvão não pensou duas vezes em 1992, quando trocou a Globo pela Rede OM, na expectativa de ganhar muito dinheiro na emissora paranaense que tinha comprado os direitos da Libertadores.
A aventura começou tendo sucesso com a conquista do São Paulo. Na decisão do título contra o New Old Boys a Rede OM conseguiu a média de 34 pontos e venceu a Globo no Ibope.
A exemplo do que muitos acham estar acontecendo com o Fortaleza, a Globo ficou sem o seu primeiro narrador num ano de Olimpíada e no auge do piloto Ayrton Senna. Galvão não se preocupou com o prejuízo que ele provocou.
Os cheques fastasmas do PC Farias para o dono da OM, o político José Carlos Martinez, e o impeachment do Collor, fizeram o projeto fracassar e o Galvão voltou para a Globo um ano depois amargando um prejuízo de 3,5 milhões de dólares.
C’est la vie.