Que os jovens aprendam com a sua sabedoria
Este senhor da foto é Eduardo Gonçalves de Andrade, o craque Tostão do Cruzeiro e da seleção de 70 que hoje é colunista do jornal Folha de S. Paulo.

Geralmente, quem foi jogador famoso não consegue ser bom comentarista e, muito menos, escrever sobre o assunto. Não é o caso dele. Suas análises são bem fundamentadas e ganham importância por estarem vindo de um dos maiores jogadores do nosso futebol.
Outro dia, esse mineiro de 71 anos comentou que, não desmerecendo a importância dos treinadores, “alguns bons resultados acontecem meio sem querer e por mérito do talento dos jogadores”.
Uma vez ele me fez dar gargalhadas quando eu li em sua coluna que “não adianta o time ter mais posse de bola se não souber o que fazer com ela”. Foi o primeiro a concluir isso.
Tostão abandonou o futebol muito cedo, aos 26 anos (a idade do Neymar), por causa de complicações no seu olho esquerdo. Teve tempo de estudar e de se formar médico. Por isso escreve tão bem.
Recentemente, eu adorei o seu comentário sobre a marcação alta, expressão usada pela maioria dos narradores e comentaristas quando os times marcam no campo adversário. Tostão ironizou o modismo e o fato dessa marcação não ser feita por jogadores altos.
Com a simplicidade de quem sempre simplificou o futebol, ele perguntou: “Não seria marcação adiantada?”