Como se Deus fosse palmeirense.
A imagem bizarra do técnico Cuca antes de o lateral Egídio desperdiçar o pênalti na desclassificação do Palmeiras na Libertadores retrata bem o atual estágio dos treinadores brasileiros.

Com sua calça da sorte, cor de vinho, e com a medalha de Nossa Senhora pendurada no peito, o técnico palmeirense ficou rezando como se Deus acompanhasse a Libertadores e não tivesse coisa mais importante para fazer.
Não explicaram também para o Cuca que nem a proximidade existe tanto porque Deus um dia escolheu ser brasileiro, mas depois se arrependeu muito disso.
Sem contar que minutos antes, quando o goleiro Jailson defendeu um pênalti, Cuca esfregou a mão na careca do preparador físico num típico gesto de quem acumula manias e superstições.
Brincadeiras à parte, eu fico imaginando Guardiola, Zidane, Mourinho ou Ancelotti ajoelhados à beira do campo. Certamente eles seriam demitidos porque hoje o futebol é tão profissional que não combina com mandingas ou rezas bravas.
A atitude do Cuca remete ao saudoso João Avelino, que também foi técnico do Palmeiras. Antes de ser auxiliar do Brandão no famoso título corintiano de 77, o engraçado 71, como era chamado, trabalhou no Clube do Remo, em Belém do Pará, onde – dizem – ele mandou diminuir as traves porque o seu goleiro era baixinho demais.