Quando a esmola é demais o santo desconfia.
Durante os campeonatos em seus países, os times europeus disputam torneios paralelos, mas eu duvido que eles participem de uma loucura parecida com a do nosso futebol.
A partir de quarta-feira algumas equipes brasileiras vão jogar seis vezes em 18 dias, ou seja, uma partida a cada três dias. Participarão de quatro torneios simultâneos numa maluquice que acontece por causa da ganância dos dirigentes sul-americanos.
O desgaste dos times será enorme jogando, ao mesmo tempo, as oitavas de final da Libertadores, as quartas de final da Copa do Brasil, a segunda fase da Sul-americana e o primeiro turno do campeonato brasileiro. O pior: sempre em locais distantes.
Para se ter uma ideia da confusão que pode acontecer na cabeça do torcedor, no dia 28 o Palmeiras recebe em sua arena o Cruzeiro pela Copa do Brasil e, 10 dias depois, vai a Belo Horizonte enfrentar esse mesmo Cruzeiro pelo Brasileirão.
O que também não me agrada nesse número exagerado de torneios é que eles são muito demorados. A Copa do Brasil terminará em outubro, a Libertadores em novembro, enquanto a Copa Sul-americana e o Brasileiro se estenderão até dezembro. Quando acontece o jogo de volta o torcedor nem lembra mais o que aconteceu no jogo de ida.
Se por um lado todo mundo está entendendo como funciona o campeonato brasileiro por pontos corridos, quem se classifica, quem é rebaixado, a maioria faz a maior confusão sobre quem está na Libertadores, na Copa do Brasil ou na Sul-americana.
Outro problema: com o aumento de times brasileiros na Libertadores a esmola ficou grande demais. Como o último campeão e os vencedores da Copa do Brasil e da Sul-americana garantem as suas vagas, daqui pra frente existe o risco de o décimo colocado do Brasileiro ter a esperança de se classificar. Perdeu a graça.