O sábio e sonhador Ulysses Guimarães.

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Screen Shot 2017-05-07 at 12.16.04Quando juízes e políticos que não têm vergonha na cara rasgam a Constituição eu lembro de uma viagem com Ulysses Guimarães, em 1984, voltando do primeiro comício do Colégio Eleitoral.

O governador Iris Rezende mandou um jatinho buscar Osmar Santos em São Paulo e lá fui eu para Goiânia junto com a Voz das Diretas. O bico aqui testemunhou o maior congestionamento já visto num aeroporto brasileiro. Foi um dia histórico.

Na volta, Ulysses pediu carona e, depois de uma boa confusão para passar a sua traseira avantajada pela porta apertada do avião, viemos conversando sobre as chances do Tancredo contra o Maluf, representante da ditadura.

Antes da decolagem, enquanto o Osmar falava com Mauro Salles, o marqueteiro da campanha, o Senhor Diretas brincou ao dizer “Esse seu amigo aí é um guerrilheiro”, referindo-se aos momentos em que o apresentador comandou 300 mil pessoas com o seu famoso “Um, dois, três… Maluf no xadrez”.

Na metade da viagem, Ulysses passou a falar da nova Constituição, que acabou sendo sacramentada por ele quatro anos depois. O então deputado federal disse – eu lembro bem – que o Brasil seria finalmente passado a limpo. Ele era mesmo um sonhador.

De uma coisa eu tenho certeza: se não estivesse descansando no fundo do mar de Angra dos Reis, Ulysses faria de tudo para evitar que esses políticos corruptos e juízes do Supremo que nunca foram juízes desrespeitem a Constituição que ele ajudou a fazer com tanto amor e sabedoria.

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