Quando dois jogadores do mesmo time trocam sopapos.
Há poucos dias, durante um treinamento, o atacante Walter deu uma cotovelada no companheiro Matheus e foi afastado do time do Goiás. Isso não é muito comum, mas já aconteceu várias vezes no nosso futebol. Em 2005, por exemplo, Marquinhos e Tevez se pegaram num treino do Corinthians.
Mas a briga mais famosa no futebol brasileiro continua sendo a de 1974, quando a Seleção perdeu o terceiro lugar na Copa da Alemanha. O goleiro Leão passou o jogo inteiro pedindo para o lateral Marinho Chagas não atacar e foi justamente pelo lado esquerdo da defesa que o carequinha Lato marcou o gol da Polônia. Rolaram socos e pontapés violentos no vestiário brasileiro.
Três anos depois, nas Eliminatórias para a Copa de 78, eu convivi com os dois durante os 30 dias em que a Seleção treinou na Colômbia. Ninguém conseguiu a reaproximação porque o goleiro Leão sempre foi pedante e o lateral Marinho chegava a ser intragável.
Uma noite, o Leão briguento foi flagrado por um fotógrafo da agência Reuters abraçando uma garota de programa. O meu jornal comprou a foto durante a madrugada e publicou no dia seguinte, sem que eu soubesse. A noiva do Leão telefonou para Bogotá exigindo explicações e o goleiro tentou me agredir depois do treino.
Num desses 30 dias em Bogotá, o Marinho briguento se irritou com os comentários de alguns repórteres cariocas de que eu o criticava por ser amigo do técnico Brandão, que realmente detestava o lateral do Botafogo. Não fosse o jornalista e ex-técnico da Seleção, João Saldanha, ele teria me agredido na frente do hotel da Seleção.