Durou pouco tempo a paz palmeirense. Haja amendoim.
Há uns quinze dias eu escrevi que a política interna do Palmeiras tinha sido pacificada ao ponto de o novo presidente Maurício Galiotte ter sido eleito sem candidato da oposição. Errei, peço desculpas.
Quem faz churrasco sabe da história do carvão que parece estar apagado e que, de repente, acende ao ser abanado por um pedaço de jornal. No seu último ato como presidente, Paulo Nobre impugnou a candidatura da patrocinadora Leila Pereira ao conselho do clube e isso bastou para o fogo aparecer na churrasqueira.
Não existia a propalada paz no Palmeiras. Com ciúmes do sucesso do Nobre, as oposições (são muitas) só estavam esperando que os seus líderes se posicionassem. Passada a conquista do título brasileiro e a posse do presidente pacificador, a crise apareceu e veio forte.
Paulo Nobre tinha esperança de ser presidente do conselho ou continuar à frente do departamento de futebol, por isso guardou o segredo de a Leila não ser sócia do clube desde 1996. Quando percebeu que estava sendo traído pelo Galiotte, o milionário resolveu colocar lenha na fogueira.
Fiquei sabendo que o Nobre queria ter indicado outro candidato, justamente por saber que o Galiotte se dá bem demais com o cardeal Mustafá Contursi e que ele é muito amigo da Leila Pereira.
No meio dessa briga de milionários existem dois riscos: a oposição tentar a mudança do estatuto, para que a Leila possa ser eleita presidente, e/ou o Nobre conseguir a anulação da última eleição se descobrir que o Galiotte foi eleito por conselheiros que – a exemplo da Leila – não podem ser conselheiros.