Os grandes craques ganham menos do que os políticos safados.
No último sábado, depois de mais homenagens aos mortos do avião da Chapecoense, ao ver os jogadores do Barcelona e do Real Madrid perfilados no Camp Nou eu pensei: esses craques ganham fortunas, mas nada se compara ao que os políticos brasileiros roubaram nos últimos anos.

Como todos sabem, o jogador mais bem pago do mundo é o Cristiano Ronaldo, que recebe R$ 120 milhões por ano, nem a metade do que o ex-governador Sérgio Cabral desviou no Rio de Janeiro. O segundo na lista é o nosso Neymar. Ele está de contrato novo com o Barcelona e recebe R$ 92 milhões/ano, a metade do que o ex-ministro Palocci roubou nos governos do Lula e da Dilma.
O terceiro maior salário do futebol é do Lionel Messi, que será o primeiro da lista quando renovar o seu contrato. Hoje, o argentino recebe R$ 81 milhões/ano, o mesmo valor que o Ministério Público Federal está cobrando do Eduardo Cunha, sem contar o dinheirão que o ex-presidente da Câmara depositou em bancos suíços.
Tudo isso fica ainda mais triste quando a gente pensa na atitude sorrateira dos políticos brasileiros na noite da tragédia com o avião da Chapecoense. Enquanto o Brasil inteiro sofria e rezava pelos mortos, os nossos deputados aproveitaram a madrugada para votar emendas com o objetivo de atrapalhar a Lava Jato.
Aonde eles querem chegar? Amedrontando procuradores e juízes, nossos políticos pretendem instaurar no Brasil uma situação inédita: mocinho na cadeia e bandido na rua.