Os nomes das operações da PF são realmente fantásticos.

Postado em Atualizado em

Sempre que é questionada, a Polícia Federal se esquiva do assunto, mas eu gostaria de conhecer quem dá os nomes nas operações da Lava Jato. Nessa atividade de extrema confiança, essa pessoa demonstra ter cultura, criatividade e muito bom humor.

Na primeira operação, em 2014, o doleiro Alberto Youssef era suspeito de participar de um esquema que envolvia postos de gasolina que lavavam automóveis, daí o nome Lava Jato. Três anos depois, na prisão do governador Sérgio Cabral, a 37ª operação foi batizada de Calicute, referência à cidade indiana onde Pedro Álvares Cabral sofreu uma derrota depois de descobrir o Brasil.

O nome Catilinárias, escolhido para a busca e apreensão nas residências do Eduardo Cunha, foi inspirado nos quatro discursos do Marco Túlio no ano 63 antes de Cristo. Em um deles, o cônsul romano acusou o senador Catilina de planejar um golpe para derrubar a república romana. Muita coincidência.

Na operação Nessum Dorma, que prendeu um dos donos da Engevix, a famosa ária da ópera de Puccini foi interpretada como um aviso aos corruptos de que eles seriam acordados durante a madrugada. Assim como a Erga omnes foi outro recado nas prisões dos corruptores Marcelo Odebrecht e Otávio de Azevedo, da Andrade Gutierrez. A expressão latina significa vale para todos.

screen-shot-2016-11-20-at-13-26-23

Em março deste ano, a Aletheia (do grego, busca da verdade) causou barulho por envolver o ex-presidente Lula. Na Arquivo X (alusão ao delator Eike Batista) foi a vez do ex-ministro Guido Mantega e, há poucos meses, a PF prendeu o ex-ministro Palocci na operação chamada Omertà, que significa silêncio na máfia napolitana.

Muito bom, não?

Deixe um comentário