No título brasileiro de 73 o Palmeiras venceu 25 vezes. E daí?
Eu nunca gostei de números e retrospectos no futebol. Acho chato quando os narradores dizem que dois times jogaram tantas vezes e que uma das equipes venceu tantos jogos. Os tempos são outros, em épocas e situações diferentes.
Claro que num período curto de tempo as estatísticas funcionam, ou seja, se tal jogador deu muitas assistências no campeonato é porque ele está bem. Mas ficar relembrando o passado é uma tremenda besteira.
Durante a minha juventude, toda vez que Brasil e Uruguai se enfrentavam a derrota de 1950 era lembrada. Na Copa de 70, mesmo com todo mundo falando no aniversário de 20 anos da tragédia, a nossa seleção deletou o Maracanaço e massacrou os uruguaios.
Quando eu era repórter de jornal sempre fazia pesquisas por causa do maldito tabu de o Corinthians passar 11 anos sem vencer Santos. Primeiro, o tabu só aconteceu no campeonato paulista. E, depois, é evidente que o Santos de Pelé sempre iria vencer o Corinthians apelidado de Faz me Rir, sucesso na época da cantora Edith Veiga.
Agora, quando o assunto é Brasil e Argentina, só se fala dos 7 a 1 por causa do Mineirão. Mesmo sendo uma tragédia recente, eu tenho certeza de que os milionários Marcelo, Paulinho, Fernandinho e Willian nem vão pensar no Mineiraço. São outros tempos.

Lembro também que, naquele dia, o Felipão manteve no gol o fraquíssimo Júlio César e que Neymar e Thiago Silva não participaram. E que nós jogamos contra a bem preparada Alemanha e não contra a assustada Argentina. São situações diferentes.