O diretor da CBF é tão transparente que a gente nem vê.

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Se o deputado federal Marcelo Aro é de uma família mineira envolvida em escândalos e alvo da CPI do Futebol, como pode esse ilustre senhor ser o diretor de Ética e Transparência da CBF?

A resposta: Marcelo é amigo do Eduardo Cunha, preso na semana passada pela Lava Jato. Foi ele quem pediu para a CBF arrumar um empreguinho para o seu protegido.

Até aí nenhuma novidade. Isso acontece o tempo todo no coitado do nosso país. O que me assusta é a possibilidade de uma proximidade maior entre Eduardo Cunha e Marco Polo Del Nero.

Essa possível troca de favores explica o que aconteceu durante a votação da MP do Futebol, quando o Movimento Bom Senso alertou a CBF de que o convite para um deputado ser diretor da entidade durante a tramitação de uma medida provisória desmoralizava o futebol brasileiro e o Congresso. Del Nero não deu nenhuma importância ao comunicado.

Marcelo Aro sumiu do mapa desde setembro, quando o padrinho Cunha foi cassado na Câmara. Por isso não aconteceu a tão anunciada reunião da Comissão para analisar o desrespeito ao código de ética da entidade na contratação do Matheus Bacchi, filho do Tite. Como se sabe, na CBF é proibido contratar parentes.

Claro que o código da CBF ia acabar sendo desrespeitado, com ou sem reunião, porque o Del Nero nunca diria não ao técnico Tite, o seu salvador na ameaça de o Brasil ficar fora da Copa da Rússia. Mas, pelo menos, a gente ficou sabendo o motivo de os repórteres não conseguirem descobrir quando a Comissão iria se reunir. É que o diretor de Ética e Transparência sumiu.

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