Quem tem telhado de vidro não joga pedra no vizinho.
Além de pensar no dinheiro dos novos contratos com as televisões, a medida da Conmebol em aumentar o número de participantes na Libertadores também visou o lado político da entidade, bastante enfraquecido depois das prisões de três dirigentes.
A CBF foi premiada com duas vagas e nunca poderia ter aplicado o G6 na 29ª rodada do Brasileiro. A alegação do final de campeonato emocionante é absurda perto da injustiça cometida com os times da zona de rebaixamento e com os que estão tentando escapar dela.
Desde que eu me conheço por jornalista esportivo, aprendi que não se muda a regra durante a competição.
Por não terem chance de entrar no antigo G4, alguns dos adversários dos ameaçados já estavam desanimados na chamada zona do conforto. Agora, com o G6, o meio da tabela ganhou esperança e – repito – os ameaçados foram prejudicados.
O certo seria a CBF exigir que a mudança passasse a vigorar em 2018, mas o Marco Polo Del Nero não pode brigar com o novo presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez que foi o braço direito do ex-presidente Juan Ángel Napout, outro paraguaio que está detido nos EUA por corrupção.
Esses amigos do J. Hawilla e do Marin são perigosos para o presidente Del Nero, que tem telhado de vidro parecido com o deles.