Alguém pode imaginar o Bonner falando douze?
Antes de aparecerem os chatos de plantão eu lembro que nos anos em que trabalhei no Domingão do Faustão fiz grandes amigos no Rio de Janeiro, mesmo aturando alguns cariocas cheios de esses, de xis e os que usam o estapafúrdio douze quando se referem ao número 12.
Eu me sinto à vontade para escrever sobre isso porque durante muito tempo fui alvo das brincadeiras. Eles me zoavam bastante com a história de os paulistas falarem porrrta, um chopps e dois pastel.
Existem rivalidades, é claro, e até palavras diferentes, como o totó carioca e o pebolim paulista, mas ninguém no Rio discute o fato de São Paulo ser a locomotiva em quase todas as atividades. Na televisão, a TV Globo carioca está recheada de paulistas famosos como Faustão, Bonner, Tony Ramos, Luciano Huck, Tarcísio Meira e tantos outros. O saudoso Domingos Montagner era paulistano. Até o Boni, mestre de todos, é paulista.
No futebol, Rio e São Paulo sempre dividiram o espaço com muito respeito. Exemplo: mesmo com as participações do Vasco, em 1951 e em 2000 o torcedor carioca festejou no Maracanã lotado os mundiais do Palmeiras e do Corinthians. E também fez muita festa em 1962, quando o Santos foi bicampeão mundial no Rio.
Outro exemplo: o Flamengo adora o nosso velho Pacaembu. Recentemente, contra Fluminense e Figueirense, mais de 30 mil pessoas mostraram que o time carioca é querido em São Paulo. E agora, ainda sem o Maracanã, a diretoria flamenguista não teve dúvida e confirmou o jogo deste domingo no Pacaembu.
Estamos esperando de braços abertos. Aqui, o Flamengo também joga com 11 e mais a torcida, isto é, com douze em campo.