A margem de erro é de 2% ou 3% – para cima e para baixo.

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Não queria ser chato, mas preciso perguntar mais uma vez: por que os nossos especialistas nunca acertam nada?

Foi assim em 1990, quando a Zélia anunciou o Plano Collor para espanto dos comentaristas econômicos; aconteceu recentemente, quando ninguém desconfiou que o ministro do Supremo iria rasgar a Constituição; e foi assim também nesta eleição, quando nenhum comentarista político acenou com a possibilidade de o João Dória ser eleito prefeito de São Paulo no primeiro turno.

Nossos especialistas foram atrás dos dois maiores institutos de pesquisa, que passaram a semana inteira divulgando porcentagens e simulações. Eu cansei de ouvir os apresentadores de telejornais dizerem que as pesquisas tinham a confiabilidade de 95%.

screen-shot-2016-10-03-at-09-50-03João Dória foi eleito com mais de 53% dos votos e o Datafolha errou em quase 10%. O Ibope foi um desastre: anunciou o Haddad em quarto e errou em mais de 18% na previsão de votos do João Dória.

Mesmo que muitos eleitores do Haddad, do Russomanno e da Marta tenham mudado de ideia no dia da votação, os institutos de pesquisa erraram feio. O susto foi menor, mas as diferenças bem maiores do que no famoso Efeito Erundina, em 1988. Naquela eleição, quando não existia o segundo turno, Luiza Erundina teve 33% dos votos, 9% a mais do que o Paulo Maluf líder nas pesquisas.

No último domingo, duas horas após o encerramento da votação, o apresentador Datena disse na Bandeirantes que o Datafolha estava anunciando a eleição do candidato do PSDB no primeiro turno. Depois de duas horas vendo na TV o Dória com mais de 52% dos votos, até meu neto de 5 anos teria feito essa previsão.

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