A CBF sempre acende uma vela a Deus e outra ao diabo.
No dia da apresentação da comissão técnica da Seleção, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, anunciou que o Tite teria o filho Matheus Bacchi como seu auxiliar.
Horas depois, surgiu a notícia de que o Matheus não poderia trabalhar com o pai, como eles vinham fazendo no Corinthians, porque uma semana antes o Comitê de Reformas do Futebol tinha aprovado um Código de Ética proibindo a contratação de parentes. Um amigo me contou que esse código foi criado a pedido do presidente Del Nero para evitar novas investidas do FBI.
Não tenho nada contra o Matheus, ao contrário, sei que ele é competente e que, antes de trabalhar com o pai, já tinha indicado o peruano Guerrero, autor do gol do mundial corintiano. Indicou também Renato Augusto, o titular da Seleção que foi o principal responsável pelo Brasileiro do Corinthians. Só isso já o credencia.

Enquanto os juristas ficaram estudando o Código de Ética da CBF, pai e filho começaram a trabalhar. Tite mandou o Matheus até a China monitorar os jogadores brasileiros que poderiam ser convocados nesta fase das Eliminatórias e o trabalho foi muito bem feito.
O que entristece é ver que nesses três meses ninguém na CBF fala mais nada sobre o assunto. Mas está resolvido: eu e a minha tristeza vamos nos convencer de que no Brasil isso é normal. Afinal, num país onde a Constituição foi rasgada no episódio do impeachment, claro que o Del Nero não ia respeitar um simples Código de Ética.