Podem me xingar à vontade. Estão endeusando demais o Tite.
Muita gente vai dizer que eu estou querendo aparecer. Paciência. Eu preciso escrever: estão exagerando nos elogios. O Tite foi bem nos seus dois primeiros jogos e a seleção melhorou bastante, mas eu quero ver como se comportarão os “parças” do nosso técnico quando o Brasil tiver de jogar sem o Neymar.
Os 3 a 0 sobre o fraco Equador foi um resultado absolutamente normal, sempre aconteceu, mesmo jogando fora, e a vitória em cima dos colombianos era esperada porque o Brasil nunca perdeu para a Colômbia jogando em casa.
O leitor pode alegar que nesses dois primeiros jogos do Tite a pressão era muito grande com o Brasil fora da zona de classificação. Até acredito. Mas não foi maior do que em 1969, quando o time do Saldanha precisava empatar com o Paraguai para garantir vaga na Copa de 70. Pelé marcou aos 32 minutos do segundo tempo num Maracanã superlotado com 183.341 pagantes, recorde de público no mundo (em 1950, contra o Uruguai, foram 173.850 pagantes).
Não acredito também que a pressão tenha sido maior do que em 1993, quando o Brasil precisava do empate contra o Uruguai para garantir presença na Copa dos Estados Unidos. Depois de um episódio parecido ao do Dunga com Marcelo, o técnico Parreira foi obrigado a convocar o Romário, que marcou os dois gols da vitória. Só que o primeiro gol do Baixinho só aconteceu aos 28 minutos do segundo tempo. Um sufoco no Maracanã com 110 mil pessoas.
Daqui um mês, o Brasil ganhará da Bolívia em Natal e a classificação ficará mais próxima, mas isso não quer dizer que a nossa seleção esteja tão bem e que suportará situações complicadas contra times mais fortes. É só lembrar que, em Manaus, nós jogamos com dois titulares do Barça e dois titulares do Real, enquanto a Colômbia entrou em campo com um craque: James Rodrigues, reserva no Real.
O público da grande pressão em Manaus? Menos de 40 mil pessoas.