O Periquito foi campeão do mundo. O Porco ainda não.

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periquito-palmeirasHá poucos dias, o comentarista Casagrande disse numa transmissão da Globo que o Palmeiras é sim campeão do mundo. Essa declaração reacendeu a velha discussão sobre esse título. Os corintianos são os que menos aceitam a conquista.

Isso me fez lembrar duas coisas: que na época do mundial o símbolo do Palmeiras era o Periquito e que, na década de 70, eu acabei participando meio sem querer da história de o torcedor do Palmeiras ser chamado de Porco.

No finzinho dos anos 60, às vezes os palmeirenses eram chamados de sujos, de porcos, por causa de uma briga entre as diretorias. Mas foi em 1976 que a provocação ganhou proporções na semana de um clássico entre os dois maiores rivais.

Mesmo sendo palmeirense, eu fui um dos fundadores da editora que publicava o jornal Coração, dirigido à torcida corintiana. Na véspera do clássico, o redator chefe e corintiano fanático Eloi Gertel colocou na capa do jornal um porquinho vestindo a camisa do Palmeiras.

O alvoroço foi geral. A torcida palmeirense quebrou os vidros da sede da editora, meu pai ficou indignado comigo e eu, na época repórter esportivo, fui proibido de entrar no clube durante um bom tempo.

Por alguns anos os palmeirenses sentiram vergonha de serem chamados de porcos, até que no final da década de 80 o diretor de marketing do clube, João Roberto Gobatto, lançou a ideia de assumir o Porco como mascote.

A partir daí – e depois dos títulos conquistados pelo time da Parmalat – a torcida assumiu definitivamente o Porco e até o meu pai, Periquito convicto, se acostumou com o novo grito de guerra. Pena ele ter morrido em 2014 sem ver a torcida entoando “Poooorco” na linda arena palmeirense.

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