Eu já vi esse filme.
Apesar de achar que a nossa seleção olímpica de futebol tem muito time para pouco técnico, o empate sem gols entre Brasil e África do Sul mostrou o quanto é difícil participar de um evento em que mais de 10 mil atletas de 200 países disputam medalhas em 28 modalidades.
Se no futebol foi complicado jogar contra os africanos, é fácil imaginar o que pode acontecer nos outros esportes em que a gente não tem tantos craques.
Claro que disputar um lugar no pódio dentro de casa ajuda muito, mas a fragilidade do esporte brasileiro é tão evidente que basta lembrar que em 21 Jogos Olímpicos o Brasil conquistou apenas 23 medalhas de ouro, quase o mesmo número do nadador americano Michael Phelps.
Sem a ajuda do Governo, nossos campeōes surgem de duas maneiras: se forem pobres despontam como fenômenos, caso de Adhemar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz, Pelé, Éder Jofre, os dois Ronaldos, Romário, Garrincha e tantos outros; se nascem em berço de ouro, talento e dinheiro se completam, como aconteceu com Senna, Fittipaldi, Scheidt, Piquet, Cielo e quem mais teve condições de treinar sem se preocupar com o trabalho.
Alguns campeões que vieram da elite ainda tiveram a ajuda de patrocinadores, como aconteceu com os pilotos de F-1, ou então nos casos do vôlei de tantos títulos e da natação, que sempre receberam apoio das estatais.
Que a partir deste sábado o Brasil esqueça essas desigualdades e comece a ganhar suas medalhas. Tomara que os fenômenos comecem a pipocar nos esportes individuais e que os esportes coletivos, nossas maiores esperanças, também subam em vários pódios. Mas eu repito: é difícil conquistar uma medalha. Por isso a gente sempre se decepciona no decorrer de uma Olimpíada.