Neymar, espelhe-se em quem não é babaca.
Eu convivi bastante tempo com o Rivelino, que na minha época de repórter tinha um L só. Eu o entrevistei muitas vezes no Corinthians, no Fluminense e na Seleção. Perdi o contato quando ele foi jogar na Arábia Saudita, mas depois voltei a encontrá-lo nas pizzas que o Faustão sempre faz em sua casa com gente do futebol.
Nas pizzas eu procuro sentar ao lado do Rivellino. O papo dele é gostoso. É um dos poucos do passado que falam bem dos jogadores atuais. Em 2009, por exemplo, quando o Neymar tinha 17 anos, eu ouvi o tricampeão do mundo dizer “Esse menino é craque, é bom demais, vai longe”.
Contei isso para que o leitor possa dimensionar melhor a crítica que o Rivellino fez sobre as bobagens que o Neymar postou na internet. Ele marcou mais um dos seus golaços ao dizer que o jogador do Barcelona não pode chamar de babacas os cronistas esportivos que tanto o apoiaram e que, no caso, o babaca é ele.
Rivellino também acertou em cheio ao afirmar que, antes de escrever tantas besteiras, o Neymar devia se preocupar em dar alegrias para torcida brasileira. É verdade. Ele ganhou três Paulistas, uma Copa do Brasil e uma Libertadores pelo Santos, mas pela Seleção só esteve no título da Copa das Confederações de 2013. É realmente pouco.
Agora, aqui vai o meu conselho: Neymar, espelhe-se no Messi, que está sempre tão perto de você. Ele foi eleito cinco vezes o melhor do mundo, ganhou oito campeonatos espanhóis, três Champions e várias Copas do Rei, foi vice na Copa de 2014, conquistou ouro olímpico, se tornou agora o maior artilheiro da seleção argentina, está na final da Copa das Confederações e, nem por isso, fala e faz tantas bobagens.